Para manter o ritmo
O Brusque precisou de 45 minutos para virar o jogo contra o Criciúma e conseguir uma fantástica vitória que o colocou na liderança isolada do Catarinense. Na verdade, o time não fazia uma boa partida, parecendo “travado” na linha de marcação do Tigre, que abriu o placar num bonito gol de falta do lateral e faz-tudo Carlos César.
Foi só tomar o gol que o time acordou e resolveu jogar dentro da sua característica. O empate veio rápido e aí o cenário mudou. O time de melhor futebol no Estado voltou a mostrar a sua cara. Aí, o Criciúma teve que se expor e escancarar suas limitações (o Tigre simplesmente não tem armação), e com o contra-ataque aberto, veio a virada.
O jogo contra o Concórdia ganha uma importância enorme pois pode garantir a primeira posição na classificação da primeira fase e até pode ser uma oportunidade para que alguns jogadores zerem os seus cartões amarelos para a terceira fase. O técnico Jerson Testoni já disse que vai com força máxima no domingo e não pensa, num primeiro momento, no jogo da Copa do Brasil que deve ser confirmado para a quarta em Pelotas.
Ele tem tranquilidade: o time está na mão, jogando redondinho, sem o departamento médico lotado e com um esquema tático muito bem definido. Talvez tirando o Marcílio Dias, os outros times ainda perseguem um bom padrão tático. O Brusque já tem isso há tempo.
Mas é necessário não perder esse embalo, e talvez isso seja um grande desafio. Se a primeira colocação da primeira fase do estadual vier, ela apenas dá ao time o jogo de volta das quartas-de-final em casa, sem vantagem dos dois resultados iguais, o que não permite escorregões. Basta lembrar que no ano de 1992, quando o Bruscão conquistou o título, o regulamento era parecido e o Avaí, classificado em oitavo, chegou na decisão derrubando times superiores da primeira fase. Esse tipo de surpresa que o time precisa trabalhar, a partir de agora, para evitar a qualquer custo.
Que venha o Xavante
O Brusque terá pela frente na Copa do Brasil um Brasil de Pelotas que não faz uma boa temporada. O time, treinado pelo ex-atacante do Inter Gustavo Papa e que tem Leandro Leite e Wellington Simião, com passagem pelo Augusto Bauer, terminou a primeira fase do Gauchão na lanterna e teve até ameaça de renúncia do presidente. Ainda assim, é um time de Série B do Brasileiro que exige respeito. O sorteio de ontem foi favorável: o time vai fazer o jogo de ida no caldeirão do Bento Freitas e definirá a vaga na quarta fase dentro do Augusto Bauer.
Tranquilidade
Uma classificação para a quarta fase vai injetar mais R$ 2 milhões nos cofres do clube (não exatamente este valor, parte será destinada pela diretoria para premiação), mas permite que clube possa, inclusive, aplicar o valor e ter uma reserva de caixa para o futuro. Com o dinheiro arrecadado até aqui em prêmios e patrocínios, dá pra fazer um time com folha salarial compatível aos adversários da Série C.
Tabela
A CBF divulgou o regulamento e tabela da Série C, com uma mudança que considero positiva: ao invés do acesso definido em apenas duas partidas, sujeito a acidentes e erros de arbitragem, em 2020 teremos dois quadrangulares formados a partir dos oito times classificados. Os acessos serão definidos, então, ao final de seis rodadas, permitindo recuperações. A diretoria do Brusque só não conseguiu derrubar a exigência de estádio para 10 mil pessoas na segunda fase. É uma regra errada. E olha que curioso: Tombos, cidadezinha no interior de Minas que é a sede do Tombense, tem quase 9 mil habitantes. Para que o time pudesse jogar em casa a segunda fase, seria necessário um estádio maior que toda a população da cidade.