Tendência econômicas para Brusque e região após pandemia
No início de 2021, em plena pandemia da Covid-19, a revista The Economist publicou uma pesquisa destacando os principais pontos de uma análise do que estaria por vir no após pandemia. Algumas previsões se apresentam um tanto extremas, mas, sobre outras, vale a reflexão. E, neste sentido, compartilho com o leitor, de forma resumida, apenas aquelas previsões que julguei mais relevantes e aplicáveis para Brusque e região. Afinal, cada região tem suas próprias características culturais, sociais, naturais e econômicas que devem ser respeitadas numa análise desta natureza.
O trabalho remoto permanecerá em muitas áreas de negócios. Isso já é realidade por aqui, especialmente nas áreas relacionadas à tecnologia da informação, onde contratar os melhores do mundo ficou muito mais fácil.
O sistema médico será adaptado com tecnologia remota e uma consulta médica por teleconferência será relativamente normal. Mas a presença do profissional médico, o toque, o olho no olho, a conversa entre médico e paciente continuarão indispensáveis para um diagnóstico eficaz e para o tratamento.
O “carrocentrismo”, marcado por espaços urbanos que valorizam os automóveis em detrimento de alternativas mais sustentáveis, perde espaço. A mobilidade urbana passa por adequações, e o potencial transformador das bicicletas como principal meio de transporte para deslocamentos mais curtos e para o lazer continuará crescendo graças à transformação das cidades.
O tratamento de dados pessoais torna-se mais delicado. A credibilidade tem grande valor e as pessoas voltam a pagar assinaturas devido ao senso de transparência que isso envolve e preferem pagar a doar seus dados. Novos modelos de informações e notícias por assinatura com mais transparência ajudarão a disponibilizar conteúdo sem tantas fake news. Tudo pode ser copiado ou replicado, exceto o prestígio, e credibilidade e transparência serão a pedra angular de todas as empresas.
Novas formas de gerar transações comerciais são utilizadas e uma alta porcentagem dos gastos da família vai para atividades que antes não tinham demanda e vice-versa. Ser mais saudável é o “novo luxo”. As pessoas vão repensar seus objetivos pessoais, de trabalho, saúde, dinheiro e espirituais. Grandes oportunidades estão surgindo para satisfazer todos esses requisitos e mudanças de pensamento. A inovação, a tecnologia, o pensamento natural e lateral são a base da nova realidade.
Os hotéis que tem como foco a hospedagem de trabalho precisam diversificar para sobreviver. Viagens, congressos ou reuniões de trabalho não voltam mais a ser como eram, se puderem ser feitos online. O turismo de trabalho praticamente desaparece. As chamadas se tornam chamadas de vídeo. A Pronegócio, maior rodada de negócios de confecção do país realizada quatro vezes ao ano pela AmpeBr em Brusque, é um exemplo de evento que se adaptou rapidamente e que, em 2020, aconteceu pela Web.
O turismo para entretenimento e experiência retornam fortalecidos. As pessoas apreciam mais do que nunca visitar o natural, e locais mais remotos e experiências mais autênticas suportadas com assistência digital 24 horas por dia terão procura crescente. Haverá geração de empregos diretos e indiretos no setor, e desenvolvimento de uma rede de fornecedores de produtos e serviços locais.
O e-commerce continua a crescer. Estima-se o fechamento de 50% das lojas físicas globais. As lojas sobrevivem graças ao fato de serem experiências e showrooms, mas o comércio real em 2025 será maior online do que presencial em muitas áreas. Os grandes shoppings ficarão presos no tempo e poucos sobrevirão a longo prazo, segundo a publicação da revista The Economist. Com isso, acende-se o alerta também para os shoppings e centros comerciais atacadista e varejista, ainda tão presentes em Brusque.