Rosemari Glatz

Reitora da Unifebe

A nossa Casa de Brusque – o princípio

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A nossa Casa de Brusque – o princípio

Rosemari Glatz

Constituída com o objetivo de preservar a história e os valores da coletividade brusquense, a Sociedade Amigos de Brusque (SAB) completou 70 anos em 4 de agosto (1953-2023).

A SAB é a mantenedora do Museu Histórico do Vale do Itajaí-Mirim, mais conhecido como Museu Casa de Brusque. E, quando da sua fundação, vivíamos os anos 50, também chamados de “Anos Dourados” ou “Idade de Ouro”, uma década que ficou conhecida como a época das transições. A mudança no perfil da sociedade na década de 1950 se observou na moda, música, fotografia, cultura, arquitetura e na arte em geral, e influencia até os dias atuais.

Brusque, conhecida como “Berço da Fiação Catarinense” e como a “Cidade dos Tecidos”, também sentia os reflexos do otimismo e da esperança espalhados pelo mundo em razão da prosperidade econômica vivida no pós-Segunda Guerra, refletida em vários setores, sendo a moda um dos principais, pois durante a guerra as pessoas viveram racionamento de tecidos. Além disso, a cidade se preparava para comemorar seus 100 anos de fundação, em 1960. O momento era propício para que também Brusque desse um grande passo à frente para preservar adequadamente a sua memória. Nascia a “nossa Casa de Brusque”, com a nobre missão de empregar esforços para a preservação histórica e cultural da região do Vale do Itajaí-Mirim.

Em 4 de agosto de 1953, o ato de constituição da SAB reuniu as principais lideranças nos campos religioso, empresarial, político e cultural de Brusque. O estatuto foi publicado no jornal local “O Rebate” no dia 13 de março de 1954.

A primeira assembleia, que reuniu os 42 sócios fundadores da SAB, foi realizada no Salão do Tribunal do Júri do Fórum da Comarca de Brusque, que na época funcionava nos altos do antigo prédio da Prefeitura. Para a fundação da Sociedade Amigos de Brusque, compareceram: Padre Luiz Gonzaga Steiner; Arnoldo Bauer Schaefer; Egon Geraldo Tietzmann; Oscar Gustavo Krieger; Tasso Rodrigues da Cruz; Otto Niebuhr; Ingo A. Renaux; Luiz Strecker; Érico Krieger; Alfredo Koehler; Dr. Carlos Moritz; Aldo Krieger; José V. Cortes; Euvaldo Schaefer; Adholfo Walendowsky; Lauro Muller; Padre Eloy Koch; Horst Schloesser; Rodolpho Victor Tietzmann; Remaclo Fischer; Bernardo Stark; Walmir Diegoli; Armando E. Polli; Arno Ristow; Monsenhor Afonso Niehues; Padre Raulino Reitz; Antonio Teixeira Dias; Dr. Belisário J. N. Ramos; Antônio Heil; Aníbal Diegoli; Arthur Appel; Érico Appel; Dr. Guilherme Renaux; José Boiteux Piazza; Cyro Gevaerd; Mário Olinger; Jorge Levy Malty; Guilherme G. Niebuhr; Ayres Gevaerd; Axel Krieger; André Brenneiser; e Dr. João Antonio Schaefer.

Ainda sem sede social, as reuniões da SAB ocorriam em salas no 2º andar do Edifício Matiolli, cedidas pelo Sindicato Patronal das Indústrias de Fiação e Tecelagem de Brusque. Os membros da recém-fundada sociedade se reuniram novamente a 17 de setembro do mesmo ano, para eleição e posse da Diretoria.

Ao final do primeiro biênio (1953 – 1955), a sociedade contava com um total de 238 de sócios contribuintes. Além destes, haviam os sócios fundadores e ainda três sócios correspondentes (Dr. Heráclito Brusque, Frei Estanislau Schaete O.F.M. e Dr. Eugênio Vilhena de Moraes, residentes em Pelotas, Petrópolis e Distrito Federal, respectivamente), totalizando 284 sócios.

Ayres Gevaerd foi o principal nome na fundação da SAB e, nos anos subsequentes, sua figura humana e visão historiográfica marcaram a trajetória de Brusque e da região. Ele se tornou figura central na SAB e no Museu Casa de Brusque, doando grande parte do acervo para a instituição museológica, e ocupou o cargo de presidente da entidade desde a sua fundação, em 1953, até 1990, quando se retirou por conta da idade avançada. O grande amigo da sociedade brusquense faleceu em 8/12/1992, com 80 anos.

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