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Arte Cemiterial – dois exemplos da Polônia

  Novembro é o mês em que rendemos homenagens especiais aos nossos mortos e visitas aos cemitérios são comuns. Em algumas culturas, os túmulos e cemitérios são verdadeiras representações artísticas e possibilitam a compreensão de crenças religiosas, posturas políticas, revelam profissões e contribuem para estudos genealógicos. Em comemoração aos 150 anos de imigração polonesa para […]

 

Novembro é o mês em que rendemos homenagens especiais aos nossos mortos e visitas aos cemitérios são comuns.

Em algumas culturas, os túmulos e cemitérios são verdadeiras representações artísticas e possibilitam a compreensão de crenças religiosas, posturas políticas, revelam profissões e contribuem para estudos genealógicos.

Em comemoração aos 150 anos de imigração polonesa para o Brasil, e em memória aos que nos antecederam, o texto de hoje discorre sobre dois espaços especiais para a Polônia: o Santuário Centro João Paulo II, e o Cemitério Nacional Pęksowy Brzyzek.

Santuário Centro João Paulo II

Pedra que cobria o primeiro túmulo onde São João Paulo II foi sepultado, e a relíquia ampola com o seu sangue. Local: Santuário Centro João Paulo II, Cracóvia.

 

O Centro dedicado a São João Paulo II localiza-se no bairro de Łagiewniki, em Cracóvia, Polônia e foi construído em homenagem ao papa polonês João Paulo II (Karol Wojtyla). Na parte superior do Santuário está a igreja e, na inferior, o lugar octogonal das Relíquias, circundado de Capelas.

Em uma delas, encontra-se a pedra que cobria o primeiro túmulo onde São João Paulo II foi sepultado. Entre as relíquias, destaca-se uma ampola com o sangue do Santo Papa colocada em um altar de mármore. O Santuário foi construído no mesmo terreno onde funcionava uma fábrica onde Karol Wojtyla trabalhou durante a Segunda Guerra Mundial.

Cemitério Nacional Pęksowy Brzyzek

Zakopane é conhecida como a capital de inverno da Polônia e fica na base das Montanhas Tatra. Lá encontramos o Cemitério Nacional Pęksowy Brzyzek, construído por volta de 1850, e que virou ponto turístico. Inspirado na arquitetura da própria cidade de Zakopane, a arquitetura do cemitério é obra do famoso artista Stanislaw Witkiewicz, que também está sepultado lá. No contexto da morte vivenciada e do presente iluminando o passado, é comum os alunos e turistas visitarem o antigo campo santo e render homenagens às pessoas que admiram.

O cemitério de Zakopane é um exemplo da história e cultura e quase todos os túmulos têm um motivo artístico. Lá estão sepultados poetas, arquitetos, músicos, atletas ou resgatistas de montanhas. Chama a atenção o túmulo de Kornel Makuszyński, um famoso escritor polonês de literatura infanto juvenil, autor do livro infantil sobre as aventuras da Cabra Matołek Koziołek que influenciou gerações de poloneses.

Outras sepulturas chamam a atenção, como a de um saltador de esqui olímpico que atuou na busca e resgate de homens que foram mortos em uma missão, ou do músico cuja lápide é um violoncelo. Mas o que torna cada sepultura verdadeiramente única são as lembranças colocadas sobre elas. No túmulo de Makuszyński, por exemplo, encontrei corações e anjos deixados por seus admiradores.

Nos túmulos dos membros de busca e salvamento, havia equipamentos de alpinismo sobre a lápide. Realmente, o Cemitério de Zakopane uma grande exposição de arte enquadrada no cenário das Montanhas Tatra, o que torna o cemitério ainda mais especial.