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Conhecimento histórico de pandemias anteriores ajuda a compreender a pandemia da Covid-19

Passados um ano e meio desde que a manifestação inicial do coronavírus causador da Covid-19, um percentual significativo da população brasileira já recebeu pelo menos a 1ª dose da vacina. Mas o fantasma permanece nos assombrando. Algumas cidades continuam adotando medidas mais restritivas como o lockdown, continuamos usando máscaras, observando o distanciamento social e adotando […]

Passados um ano e meio desde que a manifestação inicial do coronavírus causador da Covid-19, um percentual significativo da população brasileira já recebeu pelo menos a 1ª dose da vacina. Mas o fantasma permanece nos assombrando. Algumas cidades continuam adotando medidas mais restritivas como o lockdown, continuamos usando máscaras, observando o distanciamento social e adotando os cuidados sanitários que as autoridades em saúde nos recomendam. Mas quanto tempo ainda viveremos na emergência de saúde pública?

O conhecimento histórico das pandemias anteriores ajuda a compreender e a tentar controlar a pandemia da Covid-19. Pesquisando, encontramos comparações entre a pandemia da Covid-19 com outras pandemias vividas pela humanidade. Comparações entre a gripe H1N1 de 1918 e a de 2009; entre a SARS 2002 e a de 2012; entre a pandemia de MERS-CoV e a praga bubônica; entre a gripe A das aves (H5N1 e H7N9); comparações da pandemia de Ebola, e até com a pandemia do HIV.

No entanto, pode ser muito difícil fazer comparações diretas entre pandemias, já que cada uma delas ocorreu dentro de circunstâncias específicas, próprias dos contextos sociais e políticos variáveis do momento em que cada pandemia aconteceu. A título de exemplo, estima-se que entre 30% a 50% da população europeia morreu em decorrência da praga bubônica que assolou a Europa durante os anos de 1347 e 1351, em maior parte devido à higiene deficiente, a uma falta de compreensão em torno da propagação da doença, e a um grande número de povos que viviam muito próximos entre si, facilitando o alastramento da praga. Atualmente, a praga bubônica pode ser tratada, com sucesso, com antibióticos.

A gripe espanhola H1N1 atingiu o mundo no final da 1ª Guerra Mundial e é considerada a pior pandemia do século XX. Perdurou de 1918 a 1920 e alcançou todas as classes sociais, causou sintomas severos em populações jovens e saudáveis e provocou milhões de mortes. A Covid-19, por sua vez, tem causado sintomas severos e maior letalidade na população idosa e em povos com normas sanitárias insatisfatórias.

Mesmo com a vacinação, ainda não se sabe, ao certo, quanto tempo dura a imunidade contra o coronavírus causador da Covid-19. Médicos da linha de frente do atendimento relatam mudança nos principais sintomas apresentados no início da pandemia. E, com as variantes, os sintomas têm se tornado mais parecidos com os da gripe. Alguns pesquisadores, por sua vez, afirmam que, quanto mais brando o quadro da Covid-19, maiores as chances de a memória imunológica nata (aquela que não forma uma memória consistente e de longo prazo) não ser capaz de neutralizar o vírus em um segundo contato. E que, com base em outros vírus da mesma família que afetam a população regularmente, as pessoas podem se reinfectar.

Especialistas esperam que se atinjam níveis controláveis de infecção e que, com o vírus se tornado cada vez menos grave, seja possível atingir um nível de equilíbrio em que o vírus não seja tão ruim para a maioria das pessoas, um tipo de estabilidade que nos permitiria conviver com esse vírus e retornar a algum tipo de normalidade.

Quanto tempo ainda viveremos na emergência de saúde pública? Estimativas desenvolvidas com base em dados de hospitalizações, vacinação esperada para os próximos meses e a pirâmide etária brasileira, indicam que o Brasil deve conseguir reduzir drasticamente as infecções e casos graves da covid-19 por volta de outubro de 2021. Que assim seja!