Espaços de Memória: Maximilian von Schneeburg – Parte III
O Barão Maximilian von Schneeburg, católico, foi o primeiro diretor da Colônia Itajaí-Brusque, que incluía o atual território de Guabiruba, Botuverá, partes do território de Gaspar e de Nova Trento. Minucioso na documentação, ele era um governante preocupado e sempre voltado à responsabilidade que o cargo exigia. Em 15/10/1865, acompanhou até a vila de Itajahy […]
O Barão Maximilian von Schneeburg, católico, foi o primeiro diretor da Colônia Itajaí-Brusque, que incluía o atual território de Guabiruba, Botuverá, partes do território de Gaspar e de Nova Trento. Minucioso na documentação, ele era um governante preocupado e sempre voltado à responsabilidade que o cargo exigia. Em 15/10/1865, acompanhou até a vila de Itajahy os vinte e cinco “Voluntários da Pátria”, que partiram da colônia para lutar pela sua nova Pátria – Brasil – na Guerra do Paraguai. Administrou a Colônia honradamente e com especial dedicação desde a sua fundação, em 4/08/1860, até o seu afastamento da função por motivos de saúde, em abril de 1867.
A viagem derradeira: o Barão Maximilian von Schneeburg passou grande parte da sua vida no Brasil. Foram cerca de 40 anos dedicados ao governo imperial, e os frutos de seus feitos aqui permaneceram. Seriamente doente, o Barão von Schneeburg deixou sua querida Colônia em abril de 1867, com o “coração na mão”, para nunca mais voltar.
Quase cego, portador de afecção ocular, o primeiro diretor da Colônia Itajahy-Brusque foi conduzido de canoa pelo colonizador Johann Kormann, imigrante alemão instalado em Guabiruba, sacristão e acompanhante do padre Alberto Gattone, até a vila de Itajahy. Kormann levou von Schneeburg ao veleiro que o conduziu até o Rio de Janeiro, e foi seu último amparo em terras catarinenses.
Depois de algum tempo, sem encontrar os recursos médicos para o alívio de sua doença, e pouco antes da sua morte, Schneeburg voltou para sua pátria de origem. Viveu seus últimos dias junto à sua meia-irmã, residindo em Franzensbad nº 15, onde morreu no dia 16/09/1869, aos 70 anos. Naquela época, Franzensbad, Cheb (Eger), pertencia ao Reino da Boêmia, Império Austro-Húngaro, e hoje pertencente à República Tcheca. Maximilian von Schneeburg foi sepultado no cemitério paroquial em Franzensbad, no dia 18/09/1869, e o padre St. Johan Wenig, de Cheb, realizou a cerimônia fúnebre.
Retrato do Barão ainda jovem: pouco se sabia sobre as características físicas de Maximilian von Schneeburg até que, em 2019, finalmente foi descoberto uma pintura que retrata o Barão Maximilian von Schneeburg, ainda bem jovem. O retrato foi ampliado, reproduzido e emoldurado, e agora está disponível na Casa de Brusque. Uma reprodução da pintura do fundador do município foi entregue ao prefeito de Brusque pelos administradores do Museu Casa de Brusque. Em Guabiruba, reproduções da pintura do Barão Maximilian von Schneeburg são encontradas na Prefeitura Municipal e na Câmara de Vereadores.
Homenagens e publicações sobre o Barão Maximilian von Schneeburg: em 26/01/1867, o Governo Imperial, por iniciativa de Sua Majestade Imperial o Imperador Pedro II, e de acordo com a lei publicada no Diário oficial, conferiu o título de Cavaleiro da Ordem da Rosa ao Barão Maximilian von Schneeburg.
Em dezembro de 1964, o Barão Maximilian von Schneeburg foi homenageado em Brusque, quando a praça pública do centro da cidade, inaugurada em 1º/05/1951, passou a ser denominada Praça Barão de Schneeburg.
Em 2017, ele foi homenageado como Patrono da Academia de Letras do Brasil de Santa Catarina, Seccional de Guabiruba, instalada em 21/10/2017.
Em 2018, a história do Barão foi imortalizada em capítulo do livro: Brusque Os 60 e O 160: elementos da nossa história.
Em 2019, a trajetória do Barão Maximilian von Schneeburg também foi detalhada em artigo de capa do Anuário Notícias de Vicente Só, 2019.