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História política de Carlos Renaux: o Cônsul de Brusque

Principal líder político e empresarial da história de Brusque entre o final do século XIX e as primeiras décadas do século XX, Carlos Renaux dedicou-se  à atividade política, ocupando diversos cargos na administração municipal e o de deputado constituinte de Santa Catarina. A Proclamação da República constituiu-se em fator determinante para a entrada bem-sucedida de […]

Principal líder político e empresarial da história de Brusque entre o final do século XIX e as primeiras décadas do século XX, Carlos Renaux dedicou-se  à atividade política, ocupando diversos cargos na administração municipal e o de deputado constituinte de Santa Catarina.

A Proclamação da República constituiu-se em fator determinante para a entrada bem-sucedida de Renaux na arena política. Ele havia atuado com Lauro Müller em prol da fundação do Partido Republicano e com ele tinha grande amizade. Em 1889, Lauro Müller tomou posse como governador de Santa Catarina. No mês seguinte, dissolveu as câmaras municipais e criou os conselhos de intendentes, nomeando, em sua maioria, conselheiros republicanos.

A primeira Intendência Municipal (hoje Câmara Municipal) de Brusque foi empossada em 1890 e, entre os cinco conselheiros (vereadores) nomeados, estava Carlos Renaux, que foi presidente do Conselho de Intendência.

Em 1891 Renaux foi eleito deputado da primeira Constituinte Republicana Estadual, marcando o seu nome na política catarinense ao assinar a primeira Constituição do Estado, promulgada em 1891.

Em 1892, instalou a  a Fábrica de Tecidos Carlos Renaux, primeira em Brusque, contribuindo  para a transição da Brusque colonial para a industrial, mudando o destino da cidade e região.

Em 1893, Carlos Renaux demonstrou ser “florianista” e durante a Revolução Federalista (1893-1895), foi aprisionado pelas tropas do general maragato Gumercindo Saraiva. Em Blumenau, foi submetido a Conselho de Guerra dos revoltosos, e condenado à morte por fuzilamento.

Contudo, graças à interferência de seu ferrenho adversário político – Elesbão Pinto da Luz, chefe do partido federalista blumenauense -, a sentença foi anulada. Salvo por seu adversário, Renaux continuou vivo e, com a derrota dos federalistas, Elesbão foi condenado à morte e fuzilado em 1894, na Fortaleza de Anhatomirim, em Florianópolis.

Acalmados os ânimos, Carlos Renaux volta-se para as atividades empresariais e políticas em Brusque. Em 1897, o presidente da República Prudente José de Morais e Barros assinou decreto  nomeando Renaux para compor a Guarda Nacional do Estado. A partir de então, passou a ocupar a patente de Tenente-Coronel, comandante do 7º Regimento da Cavalaria da Comarca de Brusque.

Carlos Renaux foi o primeiro Intendente Municipal (atual cargo de prefeito) de Brusque. Exerceu a função em três períodos, sendo o primeiro entre janeiro de 1890 e março de 1891, e o último período entre janeiro e novembro de 1915.

No início de 1919 mudou-se Arnhem, Holanda. Em 1922, foi nomeado Cônsul Honorário do Brasil em Baden-Baden, Alemanha. Passou a ser conhecido entre nós como “Cônsul”.

Em 1931, em viagem ao Brasil, o Cônsul recebeu, na casa do seu filho Otto, o ministro austríaco Andreas Thaler que procurava local adequado para assentar as famílias que, em 1933, viriam a fundar a cidade de Treze Tílias. Retornou a Brusque em julho de 1935, passando a residir na Villa Renaux. Dedicou os seus últimos anos de vida à beneficência.
No início da década de 1940, o Cônsul recebeu, em sua residência, o General Agostinho dos Santos, chefe de gabinete do ministro da Guerra Eurico Dutra, junto a outras autoridades. Em 1942, recebeu Nereu Ramos, governador de Santa Catarina que, inclusive, compareceu ao seu funeral. Cônsul Carlos Renaux faleceu no dia 28/01/1945, em Brusque, e o seu funeral reuniu cerca de 10 mil pessoas.

Fontes: https://www.camarabrusque.sc.gov.br/web/camara.php
https://biblioteca.ibge.gov.br/biblioteca-catalogo.html?id=449468&view=detalhes