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Memorial Ítalo-Guabirubense: Sacristão Francesco Celva – Parte II – Final

A nova sede do Memorial Ítalo-Guabirubense Sacristão Francesco Celva foi inaugurada em 8 de dezembro de 2013 e está edificado na rua geral do Lageado Alto, Guabiruba, em propriedade da Mitra Metropolitana de Florianópolis, ou seja, é um Museu Eclesiástico. O prédio oficial inaugurado em 2013 foi construído a partir de 2010, e com lentidão […]

A nova sede do Memorial Ítalo-Guabirubense Sacristão Francesco Celva foi inaugurada em 8 de dezembro de 2013 e está edificado na rua geral do Lageado Alto, Guabiruba, em propriedade da Mitra Metropolitana de Florianópolis, ou seja, é um Museu Eclesiástico. O prédio oficial inaugurado em 2013 foi construído a partir de 2010, e com lentidão por causa dos recursos muito escassos.

Pe. Eder conta que se trata de um modesto Museu Eclesiástico, pois a Igreja sempre deu importância aos bens culturais dos povos. Ela própria a conscientizadora da historicidade das coisas, da passagem do tempo, e da conclamação dos homens de boa vontade para que colaborem para edificar uma obra a que cada um é chamado por sua missão existencial e eternal. É, portanto, uma obra cultural da Comunidade Católica de Lageado Alto, a serviço da coletividade. Tem por finalidade salvaguardar a memória de seu povo, por meio de seu acervo, conscientizando gerações atuais e futuras sobre a importância de nossa própria história e também do catolicismo local, pois foi em volta da capela Imaculada Conceição que a comunidade se organizou, e sem a fé católica pouco pode ser compreendida.

Pe. Eder também nos ensina que não se tem pretensões simplesmente turísticas com o memorial – para que os de dentro sintam orgulho e os de fora nos aplaudam. O memorial é simplesmente “alguém” que nos oportuniza filosofar vendo: o que significa a jornada humana na transitoriedade do tempo, do lugar, da missão. Mostra o que passa e o que permanece. Indica que tudo começa e também finda. Um acervo é lugar para se ver como é bom pensar. Mostra que somos precários e mortais, e mesmo assim, nossa obra permanece no mundo, mesmo que anônima. As marcas do tempo que passa, das gerações que se sucedem, dos meios empregados no passado para viver na dignidade, na justiça e na caridade. Nos oferece uma senda de responsabilidade, de constância e perseverança nas possibilidades que hoje estão nas nossas mãos, neste tempo que é o nosso e não em qualquer outro tempo, antigo ou futuro.

O museu é uma proposta de um presente que não começou conosco – tem passado –, e se projeta para frente e para cima, ensina Pe. Eder. Na simplicidade das peças do memorial entendemos um pouco isso, inclusive o que representa a vida de tantas pessoas que nos precederam – e nem conhecemos – seus usos e costumes, sua religiosidade e fé, as alegrias e as esperanças, o trabalho e o cotidiano de uma pequena aldeia.

A iniciativa do Memorial é recente, em Guabiruba é o primeiro no gênero, e a maioria de seu patrimônio reverencia o catolicismo e a imigração na cidade, principalmente no bairro em que se situa. Tem valor inestimável, e merece ser conhecido e preservado! Como estímulo para seu empenho e exemplo de perseverança em relação ao Memorial Ítalo-Guabirubense Sacristão Francesco Celva, o Pe. Eder cita as diretrizes da Igreja que dizem que: “Numa cultura, às vezes desagregada, somos chamados a realizar iniciativas que tornem possível redescobrir o que cultural e espiritualmente pertence à coletividade, não no sentido estritamente turístico, mas propriamente humano. Neste sentido é possível redescobrir as finalidades do patrimônio histórico-artístico, para usufruí-lo como um bem cultural”.

Este artigo, publicado em duas partes (a primeira em 11 de novembro), foi produzido a partir de entrevista concedida pelo Pe. Eder Claudio Celva à autora em 18 de maio de 2022, e teve como tema a história do Memorial Ítalo-Guabirubense Sacristão Francesco Celva: Um Museu Eclesiástico. A ele somos gratos.