X
X

Buscar

Parceria com a Alemanha beneficia estudantes e fomenta pesquisas científicas

A relação de Brusque e de Guabiruba com o estado alemão de Baden-Württemberg, Alemanha, começou há 160 anos, quando, em agosto de 1860, várias famílias originárias de Baden emigraram para Santa Catarina e se estabeleceram na nossa região. Durante anos após a chegada, os imigrantes ainda mantinham relação com seus amigos e familiares que ficaram […]

A relação de Brusque e de Guabiruba com o estado alemão de Baden-Württemberg, Alemanha, começou há 160 anos, quando, em agosto de 1860, várias famílias originárias de Baden emigraram para Santa Catarina e se estabeleceram na nossa região. Durante anos após a chegada, os imigrantes ainda mantinham relação com seus amigos e familiares que ficaram no além-mar.

Depois, vieram as guerras, a proibição do uso da língua alemã e as perseguições do Nacionalismo. Os laços de família e de amizade foram enfraquecendo, até porque aqui, às vezes, se observa um esforço para que se esqueça a própria história. Há quem diga que no Brasil se vive o presente, enquanto na Alemanha se vive do passado para o futuro.

Costumes, direitos, origem, velhas tradições, tudo isto são atributos que fazem parte da vida dos alemães. Lá as pedras te contam histórias, as velhas árvores sussurram lendas já quase esquecidas e a poesia te envolve sem que percebas, já escreveu Teresa Stutzer em 08/7/1886, em uma carta de família.

Os descendentes de imigrantes que vieram de Baden fixaram raízes e evoluíram economicamente. Mas nem só de pão vive o homem, pois o belo e tudo aquilo que eleva nossos sentidos e que alimenta o espírito também é importante para nossa evolução.

E assim, depois de dezenas de anos sem muito contato, as relações entre as famílias que ficaram na Alemanha e os descendentes dos imigrantes alemães voltaram a florescer, principalmente pela ação de algumas pessoas, como, por exemplo, do alemão Egon Klefenz, ex-prefeito de Karlsdorf-Neuthard (cidade coirmã de Guabiruba), e dos brasileiros Valdir Riffel e Pedro Schmitt.

Em 1988, na gestão do médico e prefeito de Brusque, José Celso Bonatelli, grande incentivador das parcerias entre os dois países, foi criada a Praça Imigrantes de Karlsdorf em homenagem aos imigrantes de Karlsdorf que chegaram a Brusque a partir de 19/08/1860. A praça está implantada na confluência do Largo 4 de Agosto com a Rua Hercílio Luz, no centro.

E, para celebrar os 150 anos de imigração badense e da colonização de Brusque, em 2010, na gestão do professor e prefeito Paulo Eccel, a Praça foi revitalizada e nela foi implantada um belo monumento composto por duas colunas entrelaçadas por uma fita, simbolizando Baden e o Brasil, representando a velha e a nova pátria.

Fruto do estreitamento das relações entre alemães e brasileiros, em 2007 foi fundada em Karlsdorf-Neuthard, Alemanha, a BSG (Badisch-Südbrasilianische Gesellschaft e.V.), com o objetivo de promover encontros culturais, intercâmbios, cursos de línguas e pesquisas genealógicas do século XIX. No mesmo ano foi criada, em Guabiruba, a ACIC (Associação Catarinense de Intercâmbio Cultural) que é considerada uma associação coirmã da BSG e, de forma institucional, incentiva e promove contatos entre Santa Catarina e Baden-Württemberg. Graças as iniciativas da ACIC e da BSG, as relações entre os dois lados do Atlântico têm sido estreitadas.

Para Brusque, um dos mais importantes marcos relacionados à parceria Brasil/Alemanha data de 2011, quando, pela Lei nº 3385, se instituiu oficialmente a parceria de Brusque com o Distrito de Karlsruhe, com o objetivo de fortalecer a amizade entre os povos e servir de base para realizar acordos bilaterais. Estreitaram-se as relações de cooperação e vários projetos têm sido desenvolvidos desde então, com destaque para viagens internacionais de estudos e de intercâmbio. Também merece o devido destaque o fomento às pesquisas científicas universitárias que, como se sabe, produzem resultados que serão percebidos apenas no médio e longo prazo.

Fonte: BLUMENAU EM CADERNOS – Tomo XXXIX – N. 08 – 08/1998. Cartas de Famílias. Teresa Stutzer 1841-1916 * Traduzido por Annemarie Fouquet Schünke.