Prestígio, Poder e Fortuna: Cônsul Carlos Renaux
No dia 11 de março, o Cônsul Carlos Renaux completaria 160 anos de idade e, em vida, não deixou uma autobiografia. Se fossemos escrever a sua história em detalhes, seriam necessários vários livros. Eu escrevi apenas um, no qual adotei o estilo autobiográfico, intitulado: “Política, Poder e Fortuna: Nuances da vida do Cônsul Carlos Renaux”, que estarei lançando em Brusque no dia 10 de março. Mas, se eu quiser escrever uma síntese de sua biografia, consigo fazê-lo com apenas 900 caracteres (sem espaços):
Carlos Renaux nasceu em Lörrach, Alemanha, em 1862. Emigrou para o Brasil em 1882. Em Blumenau, casou-se com Selma Wagner, com a qual teve 11 filhos. Estabeleceu residência em Brusque em 1884. Com a Proclamação da República, em 1889, foi alçado à política. Ajudou a constituir o Partido Republicano e por ele se elegeu deputado estadual. Em 1891 assinou a Primeira Constituição do Estado de Santa Catarina. Em 1892 fundou a Fábrica de Tecidos Carlos Renaux e construiu um verdadeiro império econômico. Entre 1893 e 1895 se envolveu com a Revolução Federalista e foi condenado à morte por fuzilamento. Foi prefeito de Brusque três vezes. Tornou-se um empreendedor de sucesso e seu poder e fortuna se consolidaram durante a Primeira Guerra Mundial. Em 1922, foi nomeado Cônsul Honorário do Brasil em Baden-Baden, na Alemanha. Em 1935, voltou a morar em Brusque, na Villa Renaux, ainda existente e totalmente preservada. Em 1937, retirou-se das empresas. Filantropo, investiu muito dinheiro em empreendimentos sociais em Brusque e Região. Faleceu em Brusque, no ano de 1945.
Narrado em primeira pessoa e como se fossem memórias do principal personagem, o livro “Política, Poder e Fortuna: Nuances da vida do Cônsul Carlos Renaux” traz uma história baseada em fatos reais, que mistura ficção com realidade histórica. É o fruto de cinco anos que dediquei a pesquisas densas e qualificadas sobre a vida e obra de Carlos Renaux, tanto no Brasil, quanto na Alemanha. Além de oito anos dedicados a pesquisas sobre a imigração alemã para os vales do Itajaí e Itajaí-Mirim.
A escrita da parte específica, familiar, foi subsidiada por inúmeras fontes primárias. Dados originais, documentos oficiais de instituições governamentais, documentos pessoais, cartas, fotografias, bilhetes, postais, relatórios, cartões, anotações, são exemplos do acervo que fundamentaram a produção literária. As fontes primárias que eu pesquisei integram o acervo do Arquivo Histórico da Indústria Têxtil Catarinense, do Centro Universitário de Brusque (Unifebe). Fontes secundárias também foram utilizadas como mananciais de informação.
Aprofundei minhas pesquisas na Alemanha, onde conheci a mansão onde Carlos Renaux viveu entre os anos de 1922 e 1935, quando desempenhou a função de Cônsul Honorário do Brasil em Baden-Baden, no estado de Baden-Württemberg. Em Brusque, conheci as instalações da antiga Fábrica de Tecidos Carlos Renaux S.A. – Fatre, empresa fundada por ele em 11 de março de 1892. Também em Brusque, tive acesso à Villa Renaux, onde está implantada a mansão onde o Cônsul Carlos Renaux viveu seus últimos dez anos após voltar ao Brasil, entre os anos de 1935 e 1945.
Ao conhecer as instalações físicas da empresa que evoluiu para um verdadeiro império econômico, e as duas residências nas quais o Cônsul passou os seus últimos anos de vida, pude “sentir” a aura de um homem à frente do seu tempo. Conhecer esses espaços foi essencial para que eu pudesse escrever a história com fidedignidade e precisão de detalhes. O resultado é uma história atrativa baseada em fatos, onde guerras, casamentos, infidelidade, mortes, negócios e política se misturam numa tentativa honesta de capturar o espírito e as condições sociais da época. Um trabalho intelectual pioneiro e inédito, com o qual presenteio o leitor.