Rosemari Glatz

Reitora da Unifebe

Síntese histórica de Francisco Carlos de Araújo Brusque

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Na próxima semana Brusque completa 161 anos de fundação. A data marca a chegada do pioneiro grupo de colonizadores alemães à cidade, sob o comando do primeiro diretor da Colônia, Barão Maximilian von Schneeburg. Inicialmente denominada Colônia Itajahy-Brusque, a Colônia foi desmembrada da freguesia do Santíssimo Sacramento (Itajaí) em 1873, formando a Freguesia de São Luis Gonzaga. Em 1881, foi emancipada e elevada à categoria de Vila e Município, ainda sob a denominação de São Luiz Gonzaga. Em 1890, o governador Lauro Müller substituiu o nome São Luiz Gonzaga por Brusque. Foi uma homenagem póstuma ao Conselheiro Imperial Francisco Carlos de Araújo Brusque, presidente da Província de Santa Catarina à época da fundação da Colônia, em 04/08/1860.

A árvore genealógica de Araújo Brusque revela ascendência de alta fidalguia. Seu avô, Nicolau Bruscchi, era um nobre de Florença, Itália, que se instalou em Portugal por volta de 1762. Conquistou a confiança do rei e foi nomeado Mordomo-Mor do Paço. Nicolau se casou, em Lisboa, com Ana Joaquina Vieira de Aguiar e Almada, da alta nobreza lusitana.

Em 1808, a transferência da Família Real portuguesa para o Brasil fez com que a família Bruscchi se separasse. Nicolau permaneceu em Portugal com a esposa e os filhos José Luís e Maria Amália, administrando os bens da Família Real. Os filhos João e Vicente, militares, acompanharam a Família Real no seu êxodo para o Brasil. Vicente se casou com Delfina Carlota de Araújo Ribeiro, filha do Comendador José Antônio de Araújo Ribeiro, de nobre ascendência lusitana.

Filho de Vicente e Delfina, Francisco Carlos de Araújo Bruscchi nasceu em Porto Alegre no dia 24/05/1822. Em 1845 diplomou-se na Faculdade de Direito de São Paulo e depois voltou a Porto Alegre, onde se filiou ao Partido Liberal. Católico, casou-se com Cecília Amália de Azevedo, com quem teve 7 filhos. De estatura pequena, magro, olhos pretos e vivos, seus cabelos escuros ao tempo de estudante se tornaram brancos já aos 40 anos. A família utilizou o sobrenome Bruscchi até 1846, quando passou a assinar a forma abrasileirada do nome: Brusque.

Eleito deputado à Assembleia Provincial em 1849, 1854 e 1856, Araújo Brusque fez as campanhas do Sul e obteve a medalha de mérito militar de ouro, com honras de coronel. Como deputado à Assembleia Geral, figurou pela Província de São Pedro do Rio Grande de 1856 a 1859 e, pela Província do Amazonas, de 1863 a 1866. De 1873 a 1875 voltou ao Parlamento pela Província do Amazonas.
Araújo Brusque ocupou a Presidência da Província de Santa Catarina durante pouco tempo, de 1859 a 1861. Na sua gestão, além da Colônia Itajahy-Brusque, as Colônias de Teresópolis e Angelina também foram instaladas. Em 1861 Brusque deixou Santa Catarina para assumir a Presidência da Província do Grão-Pará. Foi Ministro da Marinha e interino da Guerra. Retirou-se da política em 1875, passando a exercer a advocacia. Possuía os títulos de Oficialato da Rosa, o Hábito de Cristo e a Grão-Cruz do Leão Neerlandês.

Brusque faleceu, subitamente, no dia 23/09/1886, em Pelotas (RS). Em 1998 seus restos mortais foram transladados para Brusque, com honras de Chefe de Estado e depositados, sob os acordes do pistão de Pedrinho Knihs, no monumento construído em sua memória na sede da Sociedade Amigos de Brusque e de Apoio ao Museu Histórico do Vale do Itajaí-Mirim – SAB/Casa de Brusque, com a lápide original em mármore de Carrara, esculpida, há mais de um século.

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