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Um conto de Natal em dois capítulos – parte 1

Estamos no Advento e o Natal se aproxima. É uma época especial e por isso te convido a viajar no tempo, relembrar nossas tradições e deixar o imaginário fluir através de um conto que remete à infância. É o meu presente para a criança que existe dentro de você! Helena e Bernardo voltaram da igreja […]

Estamos no Advento e o Natal se aproxima. É uma época especial e por isso te convido a viajar no tempo, relembrar nossas tradições e deixar o imaginário fluir através de um conto que remete à infância. É o meu presente para a criança que existe dentro de você!

Helena e Bernardo voltaram da igreja extasiados. Estavam encantados com a decoração diferente e colorida, com a guirlanda que parecia gigante aos olhos das pequenas crianças. Helena, curiosa, perguntou à avó Catharina:

– O que é aquela coroa gigante, com as quatro velas coloridas?

 Bernardo completou a pergunta:

– E por que apenas uma das velas estava acesa? Helena e Bernardo eram irmãos gêmeos, e costumavam compartilhar as mesmas dúvidas e curiosidades.

– A guirlanda é um símbolo do Advento, respondeu a avó. É feita de galhos verdes entrelaçados, formando um círculo, no qual são colocadas fitas e quatro grandes velas representando as semanas do Advento É um período muito especial para nós.

 O avô Carlos finalizou a explicação dizendo:

– A cada domingo uma vela é acesa; no primeiro domingo uma, no segundo duas e assim por diante até serem acesas as quatro velas. É um convite para purificar nossos corações e nos preparar para a grande festa do nascimento do menino Jesus.

Os pais de Helena e Bernardo eram jornalistas, estavam na Europa a trabalho e retornariam ao Brasil para passar o Natal com a família. Durante um mês, os pequenos passariam férias com os avós. As crianças adoravam ficar com eles pois era sinônimo de diversão, alegria e novidade. Tempo de viver num mundo completamente diferente daquele da grande cidade onde moravam e as crianças já estavam ansiosas pelo que estava por vir: queriam assistir ao desfile, ver o Pelzinickel e enfeitar o pinheirinho de Natal.

 Voltando para casa, Bernardo observou que algumas residências estavam enfeitadas para o Natal. Uma delas, lindamente decorada, parecia uma casinha de conto de fadas. Muitas flores no jardim, um balanço pendurado em uma árvore onde algumas crianças brincavam e, na soleira da janela, três meias dependuradas próximo a um arbusto que abrigava um ninho de passarinhos. Foi quando Helena perguntou:

– Por que as meias estão penduradas na janela? Não deveriam estar no varal para secar?

Carlos e Catharina sentaram no banco da praça e amorosamente tomaram os netinhos no colo… A avó acariciou os cabelos de Bernardo e explicou:

– Esta é uma tradição antiga. No dia 6 de dezembro é comemorado o dia de São Nicolau. Ele era conhecido na Europa como um homem bondoso que distribuía presentinhos na época do Natal.

 O avô acrescentou:

– Lá é muito frio, e por isso as meias eram penduradas na lareira para secar. Aqui faz calor em dezembro, então as crianças penduram as meias na janela para que o “Nicolau” deixe guloseimas para elas.

– Entendi! E vamos pendurar meias na janela também, né vovô?  Os irmãos falaram ao mesmo tempo.

Foi quando Helena exclamou, alegre:

– Escutem… é música de Natal, escutem os sininhos! E, enquanto puxava os avós, dizia: rápido Bernardo, o desfile já está começando!!!. Helena gostava de tomar a frente das situações, era ágil e sapeca. Bernardo era mais tímido e costumava acompanhar a irmã nas brincadeiras.  

Abrindo espaço no meio da multidão, eles se posicionaram sob um alpendre, ao lado da porta da Confeitaria Donauwelle. As crianças sentaram no meio fio da calçada. A música estava cada vez mais próxima, e logo os primeiros personagens começaram a aparecer. O desfile era rico em adornos, com crianças e adultos de todas as idades se misturando entre o colorido de purpurinas e luzes.