Rosemari Glatz

Reitora da Unifebe

Um conto de Natal em dois capítulos – Parte Final

Rosemari Glatz

Reitora da Unifebe

Um conto de Natal em dois capítulos – Parte Final

Rosemari Glatz

Bernardo e Helena passaram o mês de dezembro com os avós Carlos e Catharina. Foram inúmeras atividades enquanto a família se preparava para o maior evento do ano: a festa do nascimento de Jesus. Era o último domingo do Advento, e as quatro velas da coroa haviam sido acesas. Em seguida, a família iria assistir ao Desfile de Natal na rua principal da cidade.

 – Escutem… é música de Natal, escutem os sininhos!  disse Helena, puxando o irmão Bernardo pela mão. Abrindo espaço no meio da multidão, os avós se posicionaram sob o alpendre da Confeitaria Donauwelle. As crianças sentaram no meio fio da calçada. A música estava cada vez mais próxima, e logo os primeiros personagens começaram a aparecer. O desfile era rico em adornos, com crianças e adultos de todas as idades se misturando entre o colorido de purpurinas e luzes.

A banda de sinos GlockenChor abria o desfile. Na sequência, crianças cantavam músicas natalinas. As pequenas bailarinas dançavam ao som da canção “Natal das Crianças”. Era puro encantamento.

Bernardo olhava admirado para os bonecos que lembravam enormes bolachas natalinas. Então, a Cantata de Natal passou anunciando a próxima atração que já se aproximava: o Presépio Vivo. Logo em seguida, vinha São Nicolau acompanhado das Christkindl.

– Por que essas mocinhas vestidas de branco tem um véu no rosto, Opa Carlos? Elas estão parecendo uma noivadisse Bernardo.

O avô respondeu: – Conta a lenda que Nicolau havia se casado com várias mulheres, e sempre solicitava que elas entregassem presentes às crianças pobres. Por isso hoje elas aparecem vestidas de noiva e o acompanham distribuindo presentes. São chamadas de Christkindl – que significa bondade.

Algumas crianças e adultos olhavam assustados para a atração seguinte: era a vez do Pelzinickel. Helena – sempre tão corajosa, pediu colo e se agarrou forte no pescoço da avó, dizendo: – Omi Catharina, quem são esses bichos feios? Estou com medo!

Enlaçando a neta num abraço protetor, a avó explicou: – É o Pelznickel, minha querida. Um personagem da tradição germânica, também conhecido entre nós como Papai Noel do mato.

Os Pelzinickel foram se aproximando. Alguns vinham em grupos e tinham nas mãos chicotes, correntes ou varas. Pelo corpo, traziam adereços como sinos e chupetas infantis. Um deles, coberto de barba de velho e com algumas chupetas penduradas no chifre aproximou-se das crianças e perguntou:

– Vocês são malcriados com o papai, com a mamãe ou com os avós? Se forem, eu vou levá-los comigo para o mato. 

Bernardo se agarrou às pernas do avô, mas foi corajoso e respondeu: – Somos bem-comportados. Helena estava com os olhos arregalados, agarrada ao pescoço da avó, mas não chorou.

O Pelzinickel, então disse: – Muito bem, crianças. Sejam obedientes, respeitosas, ajudem o próximo e sejam tementes a Deus. Deu um tchau e então se afastou….

Fechando o desfile, vieram mais dois Papai-Noel jogando balas: um com casaco esverdeado e de peles, lembrando o Papai Noel europeu, e outro com a atual roupa vermelha…

Os quatro estavam abraçados quando Helena se pôs de pé, lembrando aos demais:

– Papai e mamãe vão chegar logo, e nós ainda precisamos enfeitar o pinheirinho!

Puxando os avós pelas mãos, Bernardo disse, todo animado: eu quero pendurar as bolinhas coloridas e colocar a estrela na ponta da árvore. O senhor segura a escada, vô? 

 E eu quero colocar a barba de velho, o algodãozinho e o pisca-piscas, completou Helena.

– Combinado! E depois de decorar o pinheirinho, vamos juntos preparar a ceia de Nataldisse Omi.

Carlos e Catharina cruzaram um olhar amoroso, fitaram os netinhos e elevaram o pensamento aos céus, dizendo:

Como é grande o Teu amor. Obrigado, Senhor!

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