Rosemari Glatz

Reitora da Unifebe

Unifebe e o Modelo Catarinense de Educação Superior

Rosemari Glatz

Reitora da Unifebe

Unifebe e o Modelo Catarinense de Educação Superior

Rosemari Glatz

A história da Unifebe começa oficialmente no dia 15/01/1973, com a instituição da Fundação Educacional de Brusque – Febe, mantenedora do Centro Universitário de Brusque – Unifebe, e do Colégio Unifebe. A Lei Municipal que criou a Febe lançou o manto jurídico protetor da legalidade da primeira instituição de ensino superior de Brusque e região. Sua criação seguiu o exemplo de outras fundações educacionais instituídas em Santa Catarina, resultado de uma natural necessidade de expansão, interiorização e regionalização da educação superior, que se concentrou entre os anos de 1965 e 1976.

Até 1960, Santa Catarina contava apenas com faculdades isoladas, particulares. A primeira delas foi o Instituto Politécnico em Florianópolis, criado em 1917, e extinto em 1934. Outras faculdades foram criadas nas décadas seguintes, todas concentradas em Florianópolis, e deram origem, em 1960, à Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC.

Em 1956 foi criada, em Joinville, a Faculdade de Engenharia, primeira tentativa de interiorização da educação superior catarinense. Mas, de forma geral, quem quisesse estudar precisava ir até a capital e essa realidade só começou a mudar em 1961, quando o governo de Celso Ramos reorganizou a Secretaria de Estado da Educação e Cultura, e instituiu o Conselho Estadual de Educação – CEE.

O sistema fundacional catarinense surgiu em seguida, com a criação da Fundação Educacional de Santa Catarina – Fesc, que tinha por objetivo disciplinar o processo de surgimento e de manutenção das instituições educacionais no estado. O marco inicial do novo sistema foi a fundação da Universidade para o Desenvolvimento do Estado de Santa Catarina – Udesc, em 1965, que incorporou faculdades de Joinville, Lages e Florianópolis. Nos anos seguintes, no governo de Ivo Silveira, o estado aprovou o seu primeiro Plano Estadual de Educação, com objetivos de curto, médio e longo prazos. A educação superior era uma meta de curto prazo.

Em 1968, Santa Catarina ainda era o estado com menor número de matrículas na educação superior. Mas a partir do plano Estadual de Educação, e principalmente depois da Reforma Universitária de 1968, a expansão e a interiorização da educação começam a tomar forma no nosso estado. Foram criados Grupos de Trabalho pelo governo, os quais se mobilizaram para tornar realidade a educação superior no interior do estado. Entre as dificuldades encontradas neste processo, pode-se citar a ausência de investimentos em nível federal, a falta da iniciativa privada e a falta de recursos do estado, fazendo com que este recorresse aos municípios. O objetivo era implantar um modelo inovador, um sistema fundacional de educação superior municipal.

Acreditando que a educação superior seria a mola propulsora para o desenvolvimento regional, foram instituídas, por meio de leis municipais, as Fundações Educacionais, mantenedoras de Universidades ou Escolas Superiores. Em 1974, os presidentes das fundações criadas por lei municipal e a Udesc constituíram a Acafe – Associação Catarinense das Fundações Educacionais. No período de 1965 e 1976, foram criadas 18 Fundações Educacionais, sendo uma pelo estado, a Udesc, e outras 17 por municípios do interior do estado. Em Brusque, em 1973 é criada a Fundação Educacional de Brusque – Febe.

Se em 1968 Santa Catarina era o estado com menor número de matrículas na educação superior, em 2022 possui a segunda maior taxa de escolaridade líquida do país, perdendo apenas para o Distrito Federal (de acordo com o Mapa do Ensino Superior divulgado pela Secretaria de Modalidades Especializadas de Educação – Semesp, do MEC). O esforço conjunto empreendido em Santa Catarina desde a década de 1960 representou uma magnífica virada de chave na educação superior catarinense. Um exemplo para o Brasil!

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