Sabatina do Grupia: Chico Cordeiro (PSOL) diz que quer ampliar partipação popular no governo municipal

Candidato a prefeito foi o segundo entrevistado pela entidade, na sexta-feira, 19

Sabatina do Grupia: Chico Cordeiro (PSOL) diz que quer ampliar partipação popular no governo municipal

Candidato a prefeito foi o segundo entrevistado pela entidade, na sexta-feira, 19

Francisco Cordeiro, o Chico, candidato do PSOL à Prefeitura de Brusque, participa de sua primeira campanha eleitoral. Segundo sabatinado pelo Grupo de Proteção da Infância e Adolescência (Grupia), ele começou a responder questionamentos pouco depois das 10 horas de sexta-feira, 19.

Ao contrário do que se vê nas outras candidaturas, ele compareceu sem assessores. Nem o candidato a vice-prefeito na chapa, Flávio Bettinelli, esteve presente. A justificativa é de que tanto ele quanto os demais correligionários estavam trabalhando na hora, e não podiam deixar seus empregos para acompanhá-lo.

Ele apresentou a sua candidatura como uma alternativa à polarização política característica de Brusque. “O acirramento político entre dois grupos divide a cidade em duas partes, tira o protagonismo da população e traz para si. Nossa candidatura é uma tentativa de superar isso”.

Em relação ao programa de governo, o candidato afirmou que um dos focos é trazer a população para o centro do debate. “Porque não existe salvador da pátria, não existe solução fácil. Os problemas não são solucionados nos gabinetes”.

O seu modelo de governo, afirmou, será centrado nos conselhos populares. “Devemos criar plataformas de participação virtuais, porque é difícil envolver presencialmente a população no debate político. Temos uma população que vive no século XXI, e uma gestão do século XX, muito burocrática”.


Saneamento básico

Ao responder questionamento do Grupia a respeito de ações em saneamento básico, o candidato do PSOL afirmou que o município precisa, com urgência, fazer valer seu plano municipal de saneamento.

“Brusque não tem um plano municipal, na prática. Se a gente quiser uma saúde melhor, tem que discutir esse plano. Criar um centro de tratamento de esgoto por bacia hidrográfica, para melhorar a saúde da população e baratear o tratamento de água pelo Samae”.

Cordeiro disse que a autarquia, hoje, “pega uma água suja” para tratar, que não considera adequada. “Eu, particularmente, tomo água mineral, porque não consigo tomar a água da rede. Está sendo tratada, mas não é o suficiente”.


 

Saúde pública

Quando instigado a avaliar ações possíveis para melhorar o sistema de saúde pública, Cordeiro citou o fato de que o município, hoje, não tem hospital público. “O poder público é omisso, precisamos construir um, 100% subsidiado. Ou, se não tiver dinheiro, conversar com o Azambuja”, disse. “Não podemos deixar sob a responsabilidade da igreja um serviço que deveria ser fornecido pelo poder público”.

Em relação ao SUS, Cordeiro reclamou da falta de transparência das filas de espera, e também criticou o fato do governo interino não ter levado adiante a ideia da UPA 24 horas, no bairro Santa Terezinha.


 

Participação popular

O candidato do PSOL foi perguntado sobre o modelo de participação popular que pretende implantar, já que, atualmente, audiências públicas para revisão do Plano Diretor, por exemplo, tem audiência mínima. “As audiências públicas são um avanço, só que da forma com que está sendo feito, a gente acredita que não resolve”.

“No nosso plano de gestão está a solução. A saída são os conselhos populares, em cada setor da administração pública. O que temos hoje são conselhos municipais instrumentalizados, politicamente falando. Temos que tirar a influência política que o prefeito tem sobre os conselhos, e fazer com que a população seja a maioria neles”.

Para Cordeiro, se os conselhos passarem a propor os projetos de lei, referendados por assembleias populares, o prefeito deixa de ser centralizador e, portanto, é tirado da situação de ser refém da Câmara. “Porque aí não é mais uma ideia do prefeito, é uma ideia do povo, apresentada à Câmara de Vereadores”.


Moradores de rua

Cordeiro foi questionado pelo Grupia sobre sua política para pessoas em situação de rua. Para ele, há uma cultura de exclusão dessas pessoas no município.

Sua proposta é a criação de um centro de acolhimento, não só para dias de frio, mas para orientação psicológica e educacional, para que o morador de rua volte ao mercado de trabalho, o que, para ele, também é um problema. “A iniciativa privada, às vezes, não contrata [morador de rua], porque são mal vistos”. Cordeiro também classificou como “violência” a ideia de internação compulsória dos moradores de rua”.

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