SAF do Brusque anuncia investimentos inalcançáveis para o clube associativo
Coletiva do vice-presidente do AVS trouxe anúncios impressionantes; vejamos a realização na prática
Além da ótima vitória sobre o Barra e da estreia de uma das camisas mais bonitas do clube em muito tempo, o sábado do Brusque teve entrevista coletiva com o vice-presidente do AVS, Miguel Socorro. O breve encontro, que teve limite de uma pergunta por veículo de imprensa, ainda deixa muitas perguntas a serem respondidas, mas traz uma noção do que a SAF quadricolor pretende fazer.
Se a SAF cumprir metade do que Miguel Socorro falou, o Brusque já terá avanços que seriam impossíveis em seu formato associativo tradicional. Foi falado em CT funcionando durante a Série C do Brasileiro, centralização de atividades no Augusto Bauer, departamento médico, academia, refeitório, além de outros investimentos no futebol e das dívidas a serem pagas.
Não é nada a mais que o básico que um time que transita entre Séries B e C deveria ter, mas, para o Brusque, o salto pode ser gigantesco. É necessário acompanhar e ver como serão desenvolvidos estes trabalhos e se serão todos cumpridos. São novos ares no clube, que permitem olhar para o futuro com muito mais esperança do que o desânimo e o desespero que rondavam o clube entre 2024 e as primeiras semanas de 2025.
Esperança com pés no chão
O momento é empolgante, mas nem tudo serão flores, as coisas não funcionam assim. Haverá derrotas, problemas e desconfianças no caminho. É importante ter em mente, o grupo que administra o quadricolor hoje tem um clube em Portugal que fez uma mudança controversa de cidade.
A promessa de estádio municipal adequado em Vila Franca de Xira não progredia, e os investidores, insatisfeitos, levaram a SAD até a Vila das Aves, 300 quilômetros ao norte. O acordo com o Brusque tem outros termos, mas a experiência do AVS serve para mostrar o óbvio: são negócios, são interesses econômicos. Se der certo, ótimo, se der errado, cada um procura sua saída.
SAF ou morte
A transição do Brusque para a SAF não era uma escolha, era um ultimato. Lógico, seria excelente ter a possibilidade de escolha, com um clube associativo forte, estável financeiramente, com conselho amplo, diverso e ativo, chapas de situação, oposição, projeto de sucessão. Mas isto nunca aconteceu no Brusque, um clube de porte pequeno frente a outros de suas divisões nacionais, e que sempre foi bastante fechado em determinados grupos, com pouca participação popular.
Tratava-se de um clube com dívidas acumulando mês a mês, mais despesas que receitas, com salários atrasados, elenco incompleto e sem técnico (Filipe Gouveia foi trazido já em movimentos de transição para SAF). O mandato de Danilo Rezini termina em dezembro, sem intenção de reeleição. A tendência era o clube se afundar cada vez mais até sair das divisões nacionais e, talvez, da elite estadual, em pouquíssimo tempo. Voltar à realidade dos anos 90, do início dos anos 2000, talvez até pior.
A SAF não é garantia de um clube perpétuo, rico, com crescimento constante em linha reta. Mas, para efeitos imediatos, dá, ao menos, uma sobrevida que não existiria no modo anterior. Traz perspectivas, traz possibilidades para pensar um Brusque diferente.
Pouca repercussão
A compra da SAF do Brusque teve repercussão mínima em Portugal, com notícias curtas nos principais jornais esportivos do país: A Bola e Record.
Talvez esta tenha sido a repercussão porque o AVS Futebol SAD (AFS) não é um clube de massas. É um clube com, na prática, dois anos de existência, que tenta atrair a torcida órfã do Clube Desportivo das Aves. A Vila das Aves pertence ao município de Santo Tirso, na região metropolitana do Porto. Estamos falando de uma cidade menor que Brusque, e de uma vila que se diz “a maior vila do futebol português”. E a média de público do AVS na elite portuguesa não é tão diferente da média de público do quadricolor.
O investimento no clube português é, certamente, maior do que o que o Brusque terá, porque estamos falando da primeira divisão de Portugal, em um clube no qual estão até jogadores de seleções nacionais, como Guillermo Ochoa (México) e Gerson Rodrigues (Luxemburgo). Mas as primeiras impressões são de que o Brusque tem mais apelo e mais cobertura da imprensa.
Polêmica das placas
Se o Brusque recebe notificações da Federação Catarinense de Futebol (FCF) para remover ou ocultar as placas de publicidade no paredão do centro comercial, clubes como Marcílio Dias e Santa Catarina devem ter problemas também, talvez até mais graves. São muitas as placas no Gigantão das Avenidas, em Itajaí, e no Alfredo Krieck, em Rio do Sul.
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