Saiba as sete mentiras que os envolvidos na Lava-Jato mais contam
O blogueiro Ancelmo Goes, do jornal O Globo, sintetiza muito bem as sete mentiras que os homens (da Lava-Jato e similares) mais contam: “Estou surpreso com a notícia da inclusão de meu nome”; “Todas as doações feitas para minhas campanhas foram oficiais”; “Sou o maior interessado no esclarecimento de toda essa situação”; “Só irei me manifestar quando tiver acesso ao teor das delações”; “As afirmações são mentirosas” e “Confio na Justiça do meu país”.
Agora explicado
Finalmente esclarecido: foi a Odebrecht quem providenciou os R$ 1,7 milhão, em 2006, para a compra de um dossiê contra o então candidato à presidência, José Serra (PSDB), episódio que ficaria famoso como o escândalo dos “aloprados do PT”. Um dos personagens do memorável episódio foi Jorge Lorenzetti, enfermeiro catarinense, professor da UFSC, petista de carteirinha que se notabilizou por preparar os churrascos nas recepções a Lula quando vinha a Florianópolis ou mesmo no Palácio Jaburu, em Brasília. Submergiu desde então.
E agora?
O diretor da Odebrecht que jogou notáveis personalidades catarinenses no olho do furacão da Operação Lava-Jato, delatou que se reuniu com o secretário estadual da Fazenda, Antônio Gavazzoni, e com o presidente do Tribunal de Contas do Estado, Júlio Garcia, para tratar de diversos assuntos. Se foi só para saber qual o cardápio dos jantares no caro restaurante Toca da Garoupa, logo se saberá. Júlio Garcia será o relator das contas do ano passado do governo estadual. Parecer será emitido em 2 de junho.
Rei Arthur
O empresário carioca Arthur Cesar Menezes Soares Filho recebeu o sugestivo apelido de Rei Arthur na operação Calicute (a Lava-Jato carioca) por ter negócios significativos com o governo do Rio de Janeiro, sua prefeitura e Assembleia Legislativa. “Colegas” do meio publicitário e político catarinense dizem que a alcunha lhe cabe perfeitamente, por seus tentáculos serem insaciáveis. A propósito, na mesma semana que entregou a presidência da Assembleia Legislativa ao seu sucessor, o deputado Gerson Merísio teve o cuidado de ampliar o número de agências publicitárias que atendem a Casa, até então exclusividade da agência do marqueteiro. Consta que por conta das revelações dos últimos dias, aumentou o consumo de Rivotril.
Herança
A Companhia de Desenvolvimento do Estado de SC (Codesc) que finalmente será extinta, é acionista da Invesc, a estatal que tem um passivo de quase R$ 6,2 bilhões. Perguntar não ofende: com o fim da Codesc, com quem fica a participação acionária nesta, e provavelmente em muitas outras situações?
Cricri
Com todo respeito, como é cricri o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL)! Implicante demais, ajuizou ação direta de inconstitucionalidade no Supremo Tribunal Federal contra a providencial Emenda Constitucional 95/2016, que estabeleceu teto para os gastos públicos da União por 20 anos.
Depressão
Organização Mundial da Saúde (OMS): 11,5 milhões de brasileiros sofrem de depressão, o maior índice da América Latina. Informação do IBGE: os Estados que mais concentram adultos com depressão ficam no sul do país. SC está entre os maiores índices com 12,9% ao lado do Rio Grande do sul (13,2%) e do Paraná (11,7%).
Índole
A índole do brasileiro é coisa séria e lamentável. Em Tubarão, por exemplo, a Policia Militar vai levar ao Ministério Público e Polícia Civil os nomes de pessoas que, por meio de redes sociais, divulgam barreiras policiais, ignorando que por meio delas bandidos são tirados de circulação, veículos roubados recuperados e presos motoristas bêbados, por exemplo. A divulgação é proibida e punível pelo artigo 265 do Código Penal. No mundo civilizado a ação da PM seria francamente apoiada. Aqui é desmoralizada. Triste país o nosso.
Cadê?
Assiste-se, com vergonha e revolta, o descalabro obsceno da corrupção. E vem a pergunta que não quer calar: o que faziam, antes do juiz Moro, o Judiciário, o Ministério Público, a Receita Federal, os tribunais de contas, a Policia Federal, as polícias militares, as polícias civis, os guardas municipais?
Luto
Causou muita comoção em toda magistratura catarinense o falecimento, sexta-feira, aos 51 anos, do desembargador do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4) Otávio Roberto Pamplona, catarinense de Palhoça. Realmente querido, era presidente da 2ª Turma, especializada em Direito Tributário, e dirigia a Escola da Magistratura (Emagis).
DETALHES
- A Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), vinculada administrativamente ao Ministério da Fazenda evitou, em 2016, perdas de fiscais de quase R$ 400 bilhões e recuperou 14,5 bilhões para os cofres da União. R$ 400 bilhões! Inacreditável!
- Não vai demorar e se verá aplausos da população nas ruas para comboios da Policia Federal conduzindo algum bacana (político, empreiteiro ou executivo) para o xadrez.