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Saiba como a Unifebe produz álcool em gel para consumo próprio e doações pontuais

No último mês foram produzidos 60 litros para acadêmicos, professores, funcionários e familiares

O curso de Engenharia Química da Unifebe produz, desde 2016, álcool em gel para consumo interno e doações institucionais, por meio de oficinas gratuitas, abertas à comunidade, conta com a participação dos alunos do curso. Só em março, foram produzidos em 60 litros.

A atividade é realizada desde 2016, e surgiu em função da incidência do H1N1 na região. Além do consumo interno para acadêmicos, professores, funcionários e seus familiares, a oficina já produziu o álcool em gel para a Polícia Militar de Brusque e uma das Unidades Básicas de Saúde do município.

“A partir daquele momento, começamos realizando cursos de extensão, para conscientizar a população sobre a importância da higienização e da sanitização, principalmente das mãos”, relembra a professora do curso de Engenharia Química e responsável pela oficina de produção de álcool em gel, Rafaela Knop.

O curso de Engenharia Química aborda, entre outros processos, o processo de fabricação do álcool, a partir do processo de fermentação de cana até a etapa de envase. O engenheiro químico é um profissional que atua diretamente na produção e industrialização de processos químicos e está diretamente ligado ao desenvolvimento e à produção.”

Na produção industrial, da qual saem grandes volumes, o processo envolve uma equipe com muitas pessoas treinadas. No laboratório da Unifebe, por outro lado, no mínimo duas pessoas participam das etapas.

Em geral, o álcool em gel produzido é acondicionado em sacos para que a oficina trabalhe com um sistema de reposição, o popular refil. Cada refil possui 3 litros, divididos em vários frascos. “Além de contribuir para a higienização da população, contribuímos com o meio ambiente com um processo de reposição mais sustentável.”

No laboratório

Não tente reproduzir este ou qualquer outro método em casa

O álcool em gel 70% é feito a partir do álcool 96° GL. GL é a abreviatura de grau Gay Lussac. Trata-se de uma unidade de fração de volume. No caso, é a quantidade de mililitros (mL) de álcool absoluto contida em 100 mililitros de mistura hidroalcoólica. Ou seja, o álcool 96° GL possui 96% em volume de álcool, e 4% em volume de água.

O processo consiste em hidratar o álcool 96° GL, ou seja, acrescentar água, diluí-la. O primeiro passo é dado calculando a quantidade de água e de álcool a partir da quantidade que se deseja obter. Então, para 1L de álcool em gel, são utilizados 729,17 mL de álcool 96º GL e 270,83 mL de água destilada.

“Esta precisão é muito importante, porque se a solução ficar com concentração menor do que 70%, ela não será suficiente para desidratar o vírus. Se for muito superior, o álcool irá evaporar antes da desidratação”, explica a professora Rafaela Knop.

Após definir as quantidades necessárias, a água precisa ser levemente aquecida em um agitador magnético, para que seja acrescentado de 0,5% a 1% de carbopol. É isto que é utilizado para dar as características de gel, o ponto de gel na matéria. O carbopol é um polímero acrílico que dá viscosidade e estabiliza emulsões.

A partir de então é feita a mistura de álcool junto à água destilada com o polímero. Após a mistura, é medido o pH da solução, que deve ficar levemente básica, ou seja, próxima a 7. A escala pH mede a acidez das substâncias, sendo 0 a mais ácida e 14 a mais básica, mais alcalina.

Com a mistura feita e o pH regulado, pode ser acrescentada uma essência que disfarce o cheiro forte de álcool. Outra substância que pode ser utilizada de 1% a 5% é o propilenoglicol, que ajuda a hidratar a pele. Isto porque o álcool, quando utilizado em excesso, tem uma ação de desidratação. É um dos vários motivos pelos quais os efeitos do álcool normal de cozinha são muito diferentes do álcool em gel, além de ter evaporação muito mais rápida.

Em todo o processo, que dura em média 1h30, são utilizados equipamentos e vidrarias, como agitadores magnéticos e mecânicos, balança analítica de precisão, pipetas, béqueres, espátulas e provetas.