Saiba como está a empresa Phinia, em Brusque, quatro meses após separação da BorgWarner
Empresa atende cerca de 40% do mercado automotivo do Brasil
Desde julho, a Phinia, empresa multinacional americana que tem uma filial no bairro Steffen, em Brusque, se separou da BorgWarner. Com estratégias diferentes, os negócios agora seguem caminhos distintos, com estratégias focadas para seus mercados.
Até a metade deste ano, a Phinia era parte da BorgWarner, que adquiriu a antiga Remy em 2015. A “nova empresa”, com atuação na Europa, Américas e Ásia e faturamento de 3,5 bilhões dólares anuais, passou a ser totalmente independente, com vendas de ações na bolsa de valores de Nova Iorque a partir do primeiro dia da oficialização da separação. No Brasil, além da filial de Brusque, a Phinia tem uma outra filial em Piracicaba (SP).
A Phinia é líder de mercado no fornecimento de soluções para o mercado automotivo e componentes de alta qualidade. A empresa trabalha com veículos comerciais e aplicações industriais (caminhões pesados e médios, construção fora de estrada, aplicações marítimas, agrícolas e industriais) e veículos leves de passageiros, caminhões, vans e veículos utilitários esportivos), e desenvolve sistemas de combustível e peças de reposição.
Cerca de 40% dos carros produzidos no Brasil utilizam produtos Phinia. A empresa atende as principais montadoras, como GM, Hyundai, Renault, Mercedes-Benz e Volkswagen Caminhões.
“Como fazem 100 dias da separação, ainda existem conversas e uma certa conexão, mas, tecnicamente falando, são duas empresas independentes. A BorgWarner está indo com uma estratégia muito forte para a linha de eletrificação e veículos eletrificados e a Phinia está voltada ao mercado de motores de combustão interna. A Phinia aposta em relação a um futuro mais limpo e vende tecnologias alternativas em relação à combustão interna”, explica Daniel Silva, diretor da Unidade de Negócios.
Unidade de Brusque
A fábrica de Brusque tem cerca de 5 mil metros quadrados, cerca de 200 funcionários e 25 anos de operação, anteriormente com outros nomes – primeiro Delco Remy e depois Remy. Daniel explica que, na cidade, o foco principal é na produção de motores de partida.
Daniel conta que, desde o início da pandemia, a empresa vem em um momento de crescimento exponencial. De acordo com o diretor, isto se deve à capacidade da empresa de ampliar negócios com antigos clientes e de conquistar novos, mesmo com o mercado automotivo em queda.
“A gente está hoje trabalhando em três turnos, e em expansão. No pré-pandemia a gente estava rodando em um turno só. Praticamente triplicou o tamanho da operação, quantidade de funcionários e tudo mais. Temos uma boa representatividade hoje dentro do grupo”.
A previsão é que a fábrica de Brusque encerre 2023 com cerca de 800 mil motores de partidas leves e de 40 a 50 pesados produzidos.
“Temos produtos de boa qualidade, temos preços competitivos e um bom relacionamento com os nossos clientes. Mas, além disso, temos todo o pacote de entrega e de prestação de serviço, de suporte aos nossos clientes, principalmente às montadoras, que demandam bastante no desenvolvimento desde o início do projeto. Também cultivamos uma cultura de desenvolvimento das pessoas e do time em todos os níveis. Então, acho que a combinação de tudo isso nos habilita a ser um fornecedor preferencial para os nossos clientes”, analisa.
Futuro mais limpo
Em Brusque, a Phinia tem uma pequena operação de remanufatura, que vai ao encontro da preocupação ambiental da empresa. Neste modelo de negócio, são recolhidos motores de partida e alternadores com defeito, que são desmontados, recuperados e revendidos como unidades remanufaturadas. “Ao invés de virarem sucata, eles voltam a ter uma sobrevida aqui no mercado”, resume Daniel.
Em Brusque, cerca de 97% de tudo que é utilizado é reciclado e a fábrica busca novas opções para reduzir sua pegada de carbono. A empresa também está desenvolvendo toda a parte de injeção para veículos que utilizem o hidrogênio como queima, ao invés da gasolina, que gera menos impacto ambiental.
“Queremos reduzir a queima do carbono, causador do efeito estufa, através de novas alternativas. A Phinia está apostando nisso. Os especialistas dizem que todos vão ter o seu espaço, vai ter o espaço para o veículo tradicional, para os veículos com tecnologias alternativas e para os híbridos. Cada país vai ter uma divisão diferente, cada continente, cada região vai ter uma situação particular”, analisa Daniel.
Nascida com essa estratégia de um futuro mais sustentável e com uma tendência de crescimento nos últimos anos, a Phinia prevê que os próximos anos sigam positivos para a empresa, que é independente há pouco tempo, mas carrega décadas de experiência.
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