Arquivo pessoal
Saiba como está jovem que perdeu a perna após grave acidente no Santa Terezinha
Simão Felipe Mantovani Amaral ficou internado e precisou realizar algumas cirurgias no corpo
Após um ano e nove meses do acidente entre uma moto e um caminhão que fez Simão Felipe Mantovani Amaral, de 20 anos, perder perna e ficar gravemente ferido, hoje o jovem está de bem com a vida. Ele está trabalhando e, apesar do susto, encontrou forças para levar a vida com tranquilidade.
A mãe dele, Claudete Mantovani Amaral, 48, conta que após ficar um ano afastado devido ao acidente, ele retornou ao trabalho em janeiro deste ano. Com a pandemia, foi afastado novamente e acabou sendo demitido. Pouco tempo depois, Simão conseguiu um novo emprego, como auxiliar de almoxarifado, que é adequado para suas funções locomotoras.
Vaquinha online
A família da localidade Planalto fez uma vaquinha para arrecadar R$ 50 mil para custear compra da prótese da perna mecânica e o tratamento. No entanto, eles só conseguiram juntar pouco mais de R$ 3 mil. Com isso, a família precisou comprar o item com o próprio dinheiro.
“A empresa onde meu marido trabalha deu uma contribuição e foi feita uma ação entre amigos. Daí faltou um pouco de dinheiro. Mas a prótese custou R$ 30 mil”, explica.
Para complementar o valor, a família fez um empréstimo com a empresa do pai de Simão. Depois de arrecadar todo o valor, eles foram até Belo Horizonte (MG) para buscar a prótese do rapaz. “Lá ele ganhou uma prótese para tomar banho também. Aqui custaria R$ 45 mil [as duas], porque a que você usa para andar, não pode usar para tomar banho”.
A família conta que depois de comprar a prótese também foi necessário adquirir alguns itens que auxiliam e são usados no dia dia, entre eles novos pares de tênis. Como Simão tem escoliose e a prótese é pesada, a família optou por comprar os novos calçados. “Os que ele tinha não podia usar por causa da prótese, pois não pode ser tênis fraco”.
Próximas cirurgias
Segundo a mãe de Simão, ele ainda precisa de alguns enxertos no braço devido à questão estética, mas estes a família não conseguiu custear ainda. “Pagaremos parcelado, mas ainda não sei como será. Quando conseguimos nos equilibrar veio esse negócio da pandemia”, pontua.
Foram feitos alguns enxertos no braço para ele não perder os movimentos, mas Claudete explica que serão feitas novas aplicações para diminuir as queloides que ficaram na pele. “O que estava atrofiando o braço foi liberado. Ele já fez o enxerto então não tem problema. Ele não ficará com o braço 100%, mas atrofiar mais do que já está, não acontecerá”.
Quanto aos movimentos da mão, a Claudete explica que ele não consegue abrir a mão completamente, mas consegue fechá-la. Ela diz que é necessário fazer uma cirurgia no pulso e que Simão aguarda na fila do SUS. “Antes não podia mexer devido os enxertos. A última cirurgia dele foi em janeiro [deste ano], então a próxima só pode ser no ano que vem”. No entanto, ele segue fazendo fisioterapia para não atrofiar completamente.
Nova chance
Passado mais de um ano do acidente, Claudete conta que o filho está bem. “Quem sentiu mais foi eu, pois depois que aconteceu tudo eu me afastei [do trabalho] e comecei a ter crise de pânico. Mas foram só dois meses, depois voltei ao trabalho”.
Devido ao acidente, agora Simão só pode dirigir um veículo automático. A família chegou a trocar de carro para que ele pudesse ter mais independência para ir trabalhar.
Segundo ela, o filho se mantém positivo mesmo após o susto. “Ele está tranquilo, bem animado e para cima. Não se deixou abater”, comenta. “As pessoas se deprimem por tão pouco, mas ele passou por tudo isso e continua alegre”, acrescenta.
O acidente
O jovem colidiu sua motocicleta Honda Bros 150 em um caminhão e foi encaminhado ao Hospital Azambuja gravemente ferido. O acidente aconteceu em janeiro de 2019. Ele teve fratura exposta na perna direita, perda de músculo e o osso do braço esquerdo ficou aparente.
Amaral fez várias cirurgias e precisou amputar a perna direita para poder se salvar. Foram 14 dias internado no hospital, sendo três na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Após ter alta do hospital, em fevereiro, ele precisou voltar a ser internado porque foi diagnosticado com um abcesso pulmonar. Dois meses depois, nova complicação. Precisou fazer mais uma cirurgia para retirar três metros do intestino delgado, já que estava com aderência e estrangulamento no intestino. Ao todo, foram quase 60 dias no hospital, entre idas e vindas.