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Saiba como está o funcionamento da escola-cívico militar em Brusque

Em janeiro, governo federal extinguiu diretoria responsável pelas escolas cívico-militares no MEC

Após a extinção, no início deste ano, da diretoria responsável pelas escolas cívico-militares no Ministério da Educação (MEC), há uma indefinição se o modelo implantado pelo governo de Jair Bolsonaro em 2019 terá continuidade no país.

Em março, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares não terá continuidade, entretanto, o MEC ainda não repassou nenhuma determinação oficial às escolas que adotaram o modelo.

Em Brusque, a Escola de Ensino Fundamental Paquetá atua no modelo cívico-militar desde maio do ano passado. O diretor da instituição, Emílio Luiz Freitas da Rosa, afirma que o trabalho continua normalmente no local, com a atuação de cinco militares da reserva no dia a dia da escola: dois do Exército, dois da Marinha e um da Aeronáutica.

“Os militares se apresentaram no início do ano e continuamos com os trabalhos que já estavam sendo realizados no ano passado. O MEC está vendo esta situação com muito cuidado, está avaliando as instituições, porque há uma aceitação grande do modelo”.

De acordo com ele, a escola espera a chegada de outros três militares para completar o efetivo programado para atender a instituição dentro do programa.

A escola cívico-militar na Escola Paquetá atende cerca de 450 estudantes do 6º ao 9º ano, nos dois turnos.

Dentro do modelo, os alunos têm as disciplinas normais, ministradas por professores, como Língua Portuguesa, Matemática, História, Geografia, e um complemento com os militares, que atuam na questão comportamental.

“Dentro da escola cívico-militar tem o Projeto Valores, em que é falado sobre respeito, comprometimento, civismo, é o resgate de valores perdidos. O militar tem um momento com a turma e trabalha essas questões. É importante lembrar que o militar só pode entrar em sala de aula com a permissão do professor. Eles têm a incumbência de cobrar as atividades do dia, controlar o número de faltas, os atrasos. Cada aluno tem um relatório diário do que fez, do que deixou de fazer”, explica o diretor.

De acordo com ele, o modelo cívico-militar tem surtido efeitos positivos na escola, que é a maior da rede municipal de Brusque. “A gente tem visto uma melhora muito grande neste sentido. Diminuiu o número de atrasos, as tarefas estão sendo entregues no dia. Temos resultados positivos”.

O diretor afirma, ainda, que os pais ficaram bastante preocupados com a possibilidade do fim da escola-cívico militar. “Os pais incentivam muito o modelo, pois se sentem seguros, ainda mais depois de tudo isso que aconteceu. Temos oficiais preparados dentro das escolas e isso traz segurança para os pais. Logo que ficaram sabendo que a escola estava nesta indefinição, os pais ficaram tristes, mas colocamos toda a situação em assembleia e informamos que o projeto continua da mesma forma por enquanto, porque não temos nada concreto do MEC”.

Para o diretor, o projeto da escola cívico-militar veio para dar suporte para a instituição. “Nós, da coordenação, temos muitas demandas, e às vezes não conseguimos alcançar todas. Os militares vieram para facilitar isso, nos auxiliam na busca por alunos que estão faltando muito, vão até a casa, fazem visita, e isso tem sido um grande apoio para nós”.


Membros da Assembleia de Deus eram perseguidos nos primeiros anos da igreja em Brusque: