Saiba como foi o debate entre os candidatos a prefeito de Botuverá
Após 12 anos, Botuverá teve o primeiro debate entre candidatos a prefeito; evento também foi o primeiro promovido pelo jornal O Município para a cidade
Nesta terça-feira, 1º, o jornal O Município realizou o debate entre os candidatos à Prefeitura de Botuverá: Nene Colombi (MDB) e Victor Wietcowsky (PP). Este foi o primeiro debate realizado no município em 12 anos, sendo o último em 2012, e o primeiro promovido pelo jornal para Botuverá.
Assista ao debate na íntegra:
O debate foi dividido em oito blocos e mediado pelo jornalista Cristóvão Vieira, editor-chefe do jornal O Município Blumenau, pertencente ao Grupo O Município. No primeiro bloco, os candidatos responderam a perguntas elaboradas por jornalistas do jornal, focadas na vida pública e na visão política de cada um.
Pela ordem de sorteio prévio, o primeiro a responder foi Nene. O jornal relembrou que ele foi prefeito por oito anos, entre 2013 e 2020, e que seu partido, o MDB, está no poder há 12 anos consecutivos, com as mesmas lideranças, em sua maioria. Assim, o candidato foi questionado sobre a possibilidade de, caso eleito, manter ou não as mesmas pessoas que governam há tanto tempo no comando por mais quatro anos, e se uma renovação no partido não seria benéfica.
O candidato respondeu que foi escolhido como candidato pelo partido. Nene destacou que o MDB tem uma grande história no município, que foi transformado de agrícola para industrial. “Os nossos agricultores começaram a trabalhar nas roças e nas fábricas”, contou.
Nene apontou um grande crescimento na cidade entre 2016 e 2021. “Por isso, o MDB merece dar continuidade no governo”, defendeu, prometendo boas mudanças para os próximos anos, como a criação de um grupo gestor com secretariado que pode ser trocado, caso não agrade à população, além de realizar um atendimento direto e próximo à comunidade.
Para Victor, o jornal questionou sua indicação como candidato a prefeito após a desistência do antigo titular da chapa, Alex Tachini. Ele foi questionado se a população pode confiar em um candidato que, até a véspera das eleições, não era a primeira escolha do partido e que entrou na disputa como uma opção de última hora.
O candidato iniciou dizendo que vem de um mandato como vereador e que nunca foi tratado como plano B no partido, mas como uma das opções. Ele afirmou que o desenrolar dos acontecimentos fez com que ele se tornasse a escolha para o partido prosseguir na disputa e destacou a experiência como contador público concursado.
Barragem
No segundo bloco, os candidatos fizeram perguntas entre si, com temas sorteados ao vivo. Esse formato foi repetido nos blocos seguintes, com alternância na ordem das perguntas. O candidato que respondia era o responsável por fazer a próxima pergunta.
O primeiro tema sorteado foi a barragem, e quem fez a primeira pergunta foi Victor. Ele destacou que o assunto começou a circular durante o primeiro mandato de Nene e perguntou a opinião atual do candidato sobre o tema.
Nene ressaltou que sempre esteve presente nas discussões sobre a construção da barragem e que essa não é uma obra do município, e sim do estado. “Gosto de ouvir a opinião das pessoas. Nessas visitas que fiz nos últimos 40 dias, a população me indagou de uma maneira que estou mudando de opinião, e agora acredito que realmente a barragem precisa ser melhor discutida. Hoje, não sou a favor da barragem”, respondeu.
O candidato emedebista destacou a importância de realizar audiências públicas para ouvir a população, pois a barragem será importante para toda a região. Isso, com o governo do estado e a Defesa Civil. “A barragem precisa ser construída com responsabilidade, deve ser melhor discutida”, enfatizou.
Victor afirmou que a opinião deles é convergente. Ele, como vereador, disse estar preocupado com as moradias para as pessoas que se deslocarão para Botuverá para trabalhar na construção, além de outras questões de infraestrutura. Também manifestou preocupação com a segurança das barragens, citando falhas na fiscalização e manutenção de outras estruturas em Santa Catarina.
Cargos comissionados
O segundo tema foi cargos comissionados. Nene lembrou que o PP sempre questionou a gestão dele, afirmando que a máquina pública estava inchada e que seria necessário enxugá-la. Ele então perguntou a Victor como isso seria possível, sem comprometer a qualidade do atendimento.
Victor afirmou ser possível reduzir o número de cargos comissionados, respeitando o limite estipulado por lei. Para isso, disse que é necessário otimizar os serviços. Ele afirmou não ser contra os cargos comissionados, mas defendeu uma melhor alocação no setor público, como a junção de secretarias ou diretorias, sem prejudicar a prestação de serviços à comunidade.
Em seguida, Nene afirmou que nenhum cargo será político, mas sim avaliado por uma comissão. Ele explicou que aqueles que não oferecerem um bom atendimento serão substituídos. Victor, na tréplica, destacou a importância de ações concretas e a necessidade de contratar pessoas técnicas para cargos relevantes.
Meio ambiente e licenciamento
A partir do terceiro bloco, os candidatos continuaram a se questionar, agora com temas livres, mantendo esse formato até o sétimo bloco.
Com o tema meio ambiente, Nene questionou Victor sobre a demora no licenciamento ambiental para empresas em Botuverá e perguntou o que seria feito para melhorar esse cenário.
Victor afirmou que a ideia é agilizar o processo para empresas que queiram aumentar sua capacidade produtiva ou se estabelecer no município, sem desrespeitar as leis ambientais. “Queremos orientar o empresário sobre os passos que ele deve seguir. Nosso compromisso é não barrar por barrar, mas também não liberar de qualquer modo”, explicou.
Na réplica, Nene afirmou que Victor está mal-informado e destacou que existe um licenciamento ambiental em Timbó, no Vale do Itajaí, que leva até 60 dias. Ele mencionou que essa equipe técnica atende os municípios da Associação de Municípios do Vale Europeu (Amve), incluindo Botuverá. Victor, na tréplica, afirmou que a administração não interferirá na Amve. “O que for, dentro da lei, será cumprido”, disse.
Convênio com o Hospital Dom Joaquim
Na sequência, Victor questionou Nene sobre a situação da saúde em Botuverá. Nene destacou que, durante o mandato do MDB, foram construídos dois postos de saúde e que a saúde no município é de excelência, com poucas reclamações.
“Vamos fazer um convênio com o Hospital Dom Joaquim para que os pacientes não precisem ir até o Hospital Azambuja. Vamos trazer algumas especialidades para Botuverá por meio desse convênio”, explicou.
Victor rebateu, dizendo que o Hospital Dom Joaquim tenta, há muitos anos, firmar esse contrato com o município, mas que até agora isso não ocorreu. Ele destacou que também tem a intenção de fechar o convênio. Nene complementou que até agora o acordo não foi concretizado por falta de documentação, mas reafirmou a importância de prosseguir com o plano.
Recursos e parcerias
Nene mencionou que o MDB conta com mais de 15 políticos eleitos, entre deputados estaduais e federais, que podem trazer recursos para Botuverá. “Não vejo isso com vocês, como vocês vão manter principalmente a saúde haja vista que não tem parceiros?”, questionou.
Victor respondeu que essa história de falta de parceiros é uma “história inventada”. Ele citou apoio de deputados como Esperidião Amin (PP) e Napoleão Bernardes (PSD). “Inclusive, o governador Jorginho Mello [PL] também foi eleito com os votos dos nossos eleitores. Ele não foi eleito pelo MDB de Botuverá, ele foi eleito pelos eleitores de Botuverá”, apontou, afirmando que, independente do partido, o governador deve atender as demandas dos eleitores, como também o deputado Jerry Comper [MDB].
Mais adiante, Victor questionou Nene sobre como ele trataria a oposição. Nene respondeu que nunca teve problemas com opositores. “A oposição faz parte do município e da nossa população”, disse. Na réplica, Victor afirmou que sua principal proposta é tratar todos da mesma maneira, mas alegou que nem sempre foi assim em Botuverá.
“Hoje, vemos a oposição trabalhando, trazendo as demandas para a prefeitura e não sendo atendida. A gente tenta colocar projetos, mas não são aprovados”, afirmou. Nene, na tréplica, respondeu que o prefeito precisa trabalhar para o bem da população e afirmou que na época que foi prefeito esse foi foco dele. Caso eleito, esse continuará tendo como compromisso atender a todos.
No último bloco, os candidatos fizeram suas considerações finais, com 2 minutos para encerrar sua participação.
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