Saiba como foi o debate entre os candidatos a prefeito de Brusque
Cinco candidatos participaram de evento realizado pela ACIBr e pelo jornal O Município
Cinco candidatos participaram de evento realizado pela ACIBr e pelo jornal O Município
A Associação Empresarial de Brusque (ACIBr) e o jornal O Município realizaram nesta quarta-feira, 11, o terceiro e último debate com os candidatos a prefeito de Brusque.
O debate contou com a participação de cinco candidatos. Paulinho Sestrem (Republicanos), Paulo Eccel (PT), Professor Guilherme (Patriota), Ciro Roza (Podemos) e Coronel Gomes (PL) estiveram de forma presencial no palco.
Ari Vequi (MDB), que foi diagnosticado com Covid-19 na segunda-feira, 9, teve a participação do debate vetada na quarta-feira, 11, após decisão do jornal O Município e da ACIBr.
Inicialmente, o candidato participaria do debate em uma sala separada. No entanto, após orientações jurídicas informando que a participação dele no local contraria medidas sanitárias estipuladas, bem como traz possíveis repercussões penais, foi decidido vetar a participação do candidato no debate.
Assista o debate na íntegra
Confira os principais momentos
No primeiro bloco, os candidatos responderam à perguntas formuladas pela ACIBr. A pergunta para Paulinho Sestrem foi sobre como lidaria com a sociedade organizada caso seja eleito. Ele destacou a carta de reivindicações da ACIBr, que, segundo o candidato, está praticamente contemplada em seu plano de governo. Sestrem ainda ressaltou a importância das entidades brusquenses para a sociedade e também de parcerias público-privadas. “Elas são parceiras da nossa cidade, importante para economia, turismo e segurança”.
Ciro Roza foi perguntado como faria para diminuir os gastos com serviço público e se pretendia diminuir a quantidade de cargos comissionados. Ele afirmou que é necessário escolher as pessoas certas para esses cargos. “O resultado de uma administração vem atrás do esforço de um conjunto”.
A pergunta para Professor Guilherme foi sobre como pretende lidar com o Plano de Desenvolvimento Econômico Municipal de Brusque (Pedem). Ele afirmou que dará continuidade ao plano para fomentar as riquezas do município. “A cidade tem que ter condições de receber o cidadão. Se nós abraçarmos o Pedem, as indústrias podem chegar aqui e receber alguns incentivos para desenvolver de maneira sustentável”.
Coronel Gomes foi perguntado sobre o que faria para fomentar o fundo de melhorias para o Corpo de Bombeiro e PM e se tinha intenção de regulamentar uma lei para estas ações. O candidato disse que a participação da sociedade organizada é essencial para a segurança pública. “Não podemos estar ao sabor de cada prefeito que passa. Temos que dar autonomia aos comandantes para fazer a gestão da melhor forma”.
Para fechar o bloco, Paulo Eccel respondeu sobre pretensões para melhorar acessos da cidade e qual a intenção para as obras da Beira Rio. Ele diz que é previsto no plano de governo a continuidade de todas as obras em andamento e tem a intenção de levar a Beira Rio até o Dom Joaquim. Ele ainda citou a intenção de mobilizar a cidade para a duplicação da Ivo Silveira e prometeu investimento para asfaltamento de ruas.
No segundo bloco, os candidatos responderam questões formuladas por jornalistas de O Município. A primeira pergunta foi para Coronel Gomes, que respondeu se sua falta de experiência na política poderia atrapalhar sua gestão. Ele afirmou que sua experiência como comandante de batalhões de polícia o qualifica para o cargo. “Segurança pública não é só combate à criminalidade. Sei muito bem sobre as dificuldades do município e o que é uma gestão com pouco recurso”.
Ciro Roza foi questionado sobre a impugnação de sua candidatura pelo TRE-SC e se não seria melhor para a segurança jurídica da cidade se ele tivesse aberto mão para outra pessoa, assim como foi feito de 2016. Ele afirma que tem segurança jurídica para ser candidato e que algumas pessoas não têm interesse em que ele concorra o cargo.
Professor Guilherme foi perguntado sobre a sua crítica à Casa de Passagem na época em que era vereador e se ele não teria planos para pessoas em situação de rua. Ele afirmou que seu plano de governo tem proposta para atendimento à essa população e explicou que acreditava que os gastos do local eram superfaturados. “A sociedade de Brusque não aceita malandros, pessoas que ficam na praça bebendo cachaça. Essas pessoas serão levadas à uma casa de abrigo e serão recuperadas”.
O candidato Paulo Eccel foi questionado se tinha arrependimento de ter demitido aliados após uma votação contrária a um de seus projetos durante seu segundo governo, o que culminou em uma perda de apoio na Câmara. Ele afirmou que seu compromisso é com a coerência e que propõe, na campanha, que a sociedade escolha pessoas com essas ideias. “É fundamental que, durante o exercício dos mandatos, a população fiscalize e cobre, guarde os programas de governo”. Ele destacou que, após votos contrários da Câmara a projetos do seu governo à época, faltou cobrança da população e da sociedade organizada.
Para encerrar o bloco, Paulinho Sestrem foi questionado se ainda é favorável à instalação de radar móvel, como em sua época de secretário de Trânsito. Ele afirmou que muitos avanços foram feitos sob seu comando e que ele quer deixar um legado para a cidade nesta área. Ele reforçou que é essencial uma fiscalização forte no trânsito, que sua proposta era de instalação de somente um radar móvel na cidade e que a necessidade desta ferramenta foi comprovada.
No terceiro bloco, candidato fez perguntas diretas para outro candidato, com tema sorteado ao vivo. Paulo Eccel perguntou a Ciro Roza sobre quais as propostas para melhorar o abastecimento de água na cidade. Roza acredita que falta investimento na área e de que as últimas administrações não colocaram em prática projetos que existiam no passado.
Roza perguntou a Professor Guilherme sobre filas na saúde. Ele classificou a situação da saúde na cidade como uma “calamidade” e se comprometeu a levantar, em 90 dias, todos os problemas da área na cidade caso seja eleito. “Estamos vendo um descaso com a saúde pública, os postos de saúde e os profissionais”. Para o candidato, a atual administração foi, como um todo, omissa na saúde.
Professor Guilherme questionou Coronel Gomes sobre como solucionar o problema de prejuízo da Fenarreco. Gomes disse que é necessário que pessoas técnicas sejam colocadas na área para profissionalizar a festa e o turismo de Brusque. “Temos que trazer a possibilidade de privatizar alguns setores da festa, mas temos a identidade da festa que não podemos perder. Temos que ter muito cuidado para não perder a nossa identidade, como aconteceu nas festas anteriores”.
Coronel Gomes questionou Paulinho Sestrem sobre a questão do combate à corrupção, citando a Guarda de Trânsito, o Samae e a Defesa Civil como setores em que a atual administração teria escolhido aliados políticos para cargos comissionados. Sestrem afirmou que não pretende reduzir ao extremo os cargos comissionados, mas acredita que, se cortasse “apadrinhados e amigos de campanha”, os gastos nesta área poderiam ser diminuídos pela metade.
Para fechar o bloco, Paulinho Sestrem perguntou a Paulo Eccel sobre a preservação do patrimônio histórico de Brusque. Eccel lembrou de ações feitas pelo seu governo e acredita que a necessidade é cd uma mudança de mentalidade para a manutenção desses locais. “O olhar não está na preservação do patrimônio, mas sim no bolso”. Ele se comprometeu com a revisão constante do Plano Diretor da cidade para trabalhar neste sentido.
No quarto bloco, os candidato fizeram questionamentos entre si, desta vez com tema livre. Coronel Gomes questionou Ciro Roza sobre seus planos para incentivo ao esporte. Roza relembrou suas administrações anteriores, defendendo que promovia a “massificação do esporte” na cidade e acredita que é necessário trazer novamente competições para a cidade de Brusque.
Ciro Roza perguntou para Professor Guilherme sobre o que fará sobre o déficit que a cidade tem na pré-escola e creches e também em relação à estruturas das escolas. Guilherme afirmou que “nada foi feito” pela atual administração. “Este governo que está aí é mentiroso, se esconde atrás dos outros para pedir voto”. Ele prometeu que a criação de vagas em creches e a reforma de escolas serão suas prioridades.
Professor Guilherme questionou Paulo Eccel sobre a destinação de recursos decorrentes de repasses de deputados. Eccel explicou que os recursos que chegam através de emendas parlamentares precisam ser encaminhados às áreas pré-definidas. Ele afirmou que “fraudes” foram feitas com a utilização desses valores em outros setores.
Paulo Eccel perguntou a Paulinho Sestrem sobre seus planos em relação à saúde, destacando que “este é um flagelo da sociedade”. Sestrem diz que, em comissões que participou na Câmara de Vereadores, verificou a situação da saúde. Ele falou de propostas para descentralização do atendimento nos bairros e a utilização da estrutura que seria para a UPA do Santa Terezinha para um atendimento pediátrico.
Para encerramento do bloco, Paulinho Sestrem citou o plano de governo do candidato Ari Vequi (MDB) para questionar Coronel Gomes sobre o déficit nas vagas de creches na cidade. Gomes afirmou que vai reestruturar as atuais creches para aumentar o número de vagas, além de ativar creches comunitárias e comprar vagas em instituições particulares. “Vamos também fazer a creche o ano todo, porque sabemos como é importante que as pessoas tenham onde deixar os seus filhos no final do ano. Temos que respeitar nossa população”.
Sestrem se disse preocupado com a proposta de creche o ano todo pelo afastamento de pais e filhos, e Gomes explicou que isto é uma necessidade já que a “cidade não para”. “Não podemos deixar de oportunizar. A decisão de deixar ou não o seu filho é da família, mas é dever do poder público oferecer oportunidades”.