Saiba como funciona o atendimento às vítimas de animais peçonhentos em Brusque

Média de atendimentos na cidade é de cerca de 50 por ano

Saiba como funciona o atendimento às vítimas de animais peçonhentos em Brusque

Média de atendimentos na cidade é de cerca de 50 por ano

Brusque tem, em média, 50 atendimentos com animais peçonhentos por ano, de acordo com levantamento do Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive-SC). O atendimento na cidade é feito em conjunto com o Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Santa Catarina (Ciatox), unidade pública de referência no estado.

O atendimento da entidade, que tem base em Florianópolis e parceria com a UFSC e o Hospital Universitário, é feito em regime de plantão permanente, por meio telefônico e/ou presencial, nas intoxicações e envenenamentos.

Coordenador Médico do Pronto Socorro e Ambulatório do Hospital Azambuja, Rafael Bernardi Franceschetto explica que a incidência desse tipo de acidente não é muito comum na cidade – cerca de cinco por mês.

O atendimento de pessoas vítimas de ataques de animais peçonhentos, no Hospital Azambuja, é em protocolo de “sala vermelha”, ou seja, de urgência. A equipe tem contato direto com o Ciatox, mas também existe um telefone disponível à comunidade.

“Toda a população pode entrar em contato e receber toda orientação, não só para animais peçonhentos. Eles têm especialistas que dão as orientações também para intoxicação por medicamentos, veneno de rato, chumbinho”.

O Ciatox possui uma equipe multidisciplinar de profissionais (médicos, farmacêuticos, médica veterinária, bióloga, professores e técnicos administrativos) e de estudantes da área a saúde (medicina, farmácia e biologia).

Instruções

A principal incidência em Brusque é de aranhas, jararacas, cobras-coral e, com menos frequências, de escorpiões. Fraceschetto explica que, quando as pessoas procurarem o hospital, é importante que consigam identificar a espécie e, se possível, capturá-lo para que o tratamento seja feito com mais rapidez.

“Fica muito mais fácil para gente poder identificar. Todos eles têm uma resposta e uma administração de soros diferente”.

A equipe médica orienta, que, caso a pessoa tenha algum acidente do tipo, lave o local e não faça torniquete, que podem agravar as lesões. É importante também que a pessoa se desloque ao hospital o mais rápido possível, já que o tempo entre o acidente e o tratamento pode ser decisivo para o agravamento do quadro.

Caso o paciente não consiga identificar o animal envolvido no acidente, a equipe realiza uma avaliação clínica baseada na lesão e nos sintomas.

Os médicos também realizam monitoramento cardíaco, de sinais vitais e avaliação da lesão. A equipe tira foto da lesão e se tiver, do animal, e envia para o Ciatox, que faz avaliação.

Atendimento

Para cada espécie, existe um antídoto e também sintomas e alterações diferentes no corpo. “A jararaca causa uma coagulação sanguínea, então, além do soro, às vezes precisa de um suporte de transplante de plasma, parte de dermatologia também em conjunto, mas outros causam alterações musculares”.

No tratamento de picadas de aranha, geralmente a prevalência de internação e casos graves é bem baixo, diz Fraceschetto. Já a jararaca ou a coral, é mais grave, o risco de mortalidade é maior.

“Depende também muito do local da picada. Se pegar direto em uma veia, por exemplo, inocula direto no sistema sanguíneo, então pode ser mais grave. Em acidentes com cobra-coral, por exemplo, quanto mais rápida a aplicação do antídoto, melhor, já que é uma das mais letais, mas é muito menos prevalente que a jararaca. Mas temos sucesso no geral no tratamento, não temos muitos óbitos”.

A característica da lesão também é importante para o tratamento. Dependendo da aranha, por exemplo, a reação no corpo é diferente. Normalmente, os sintomas são vermelhidão no local e dor, mas as pessoas normalmente são liberadas após o atendimento hospitalar.

Administração de antídotos

O hospital tem um estoque de antídotos para aracnídeos e serpentes. A quantidade de ampolas depende da gravidade da lesão e é definida pelo Ciatox

“A orientação da quantidade de ampolas depende da gravidade da lesão, tempo que foi exposto. Esses são protocolos existentes, um trabalho que já vem há anos. Eles fazem todo um acompanhamento e temos resultados muito bons”.

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