Saiba como funciona o mercado de móveis usados em Brusque

Em média 60% mais baratos que os novos, itens mantém clientela no município

Saiba como funciona o mercado de móveis usados em Brusque

Em média 60% mais baratos que os novos, itens mantém clientela no município

Centenas de opções de móveis, entre cozinhas, guarda-roupas, criados-mudos, sofás, todos em várias cores, desde os mais intocados até aqueles mais usados. Lojas de móveis usados são opções para quem procura mobília com boa qualidade e por preços abaixo do mercado.

O que diferencia uma loja da outra é a qualidade dos produtos oferecidos e o preço. Para garantir os dois, empresários explicam como funciona o processo da negociação, na hora de comprar o móvel para revender posteriormente.

O empresário Genésio Cezari, da GC Móveis Usados avalia o móvel pessoalmente antes de comprá-lo.

“Faço a minha proposta, às vezes a pessoa me vende e às vezes vendem de forma particular. Tenho que comprar o mais barato possível, para vender mais barato do que o comércio. Preciso vendê-la ao menos pela metade do preço que é encontrado nas lojas de móveis novos”, conta.

O empresário Vantoir Everton Kroich, o Tito, da Kroich Móveis Usados, conta que a negociação é simples, o cliente que quer vender os móveis procura a loja, mostra ou envia fotos dos móveis. Caso tenha interesse, Kroich conta que vão até a casa dessa pessoa para fazer uma avaliação completa.

Ambos ressaltam que prezam pela qualidade do móvel antes de comprá-lo. Segundo Cezari e Kroich, dificilmenteé feito o investimento quando o móvel está quebrado ou muito danificado.

Cezari conta que não compra móveis com problemas, pois não faz restaurações. “Do jeito que eu compro eu vendo”, diz.

Segundo Kroich, 40% do que é comprado precisa de pequenas restaurações. “Um puxador quebrado, uma porta que não abre, uma cama com a grade quebrada, um sofá precisa ser forrado”, explica.

Mudanças motivam a venda

Cezari e Kroich observam que o maior motivo da venda de móveis para a loja é por mudança, desde pessoas que se mudam para um apartamento menor até as que voltam para a cidade natal, que geralmente vendem tudo.

Outras motivações citadas são de pessoas que compram um móvel novo e precisam vender o antigo; ou quando ocorre uma separação de casal, que vende os móveis para fazer a divisão dos valores.

Segundo ambos, poucos vendem por necessidades financeiras. No entanto, os momentos de crise, segundo Cezari, impactam nas mudanças. “Tem muita gente indo embora, pois perdem emprego. Tem casal que se separa por causa da crise também”, observa.

Preço atrai comprantes

Na avaliação de Cezari, grande parte dos clientes que compram móveis usados com ele são pessoas que vieram de fora, em mudança para Brusque. “Normalmente, vem sem nada, vai lá e leva tudo na hora”, conta.

De acordo com Kroich, as pessoas optam pelos móveis usados pois são atraídas pelo preço. Ele ressalta que o móvel usado custa no máximo 60% do valor do novo.

Além disso, segundo Kroich, outros fatores também interferem na escolha. Um deles é a qualidade dos móveis antigos, que é superior aos de móveis atuais. “A pessoa muitas vezes encontra móveis praticamente seminovos, em perfeito estado”, diz.

Avaliação de mercado

De acordo com Cezari, a loja tem 31 anos de mercado e, hoje, os móveis usados não são o forte da empresa, pois muitos vendem diretamente na internet. Entretanto, os móveis rústicos revendidos na empresa ganham mais destaque.

Hoje, segundo ele, o fator preço impacta mais na escolha de clientes que buscam os móveis para comprar, além da qualidade. “Quem consegue fazer um preço melhor ganha a concorrência”, conta.

Já Kroich, com a loja há 20 anos no mercado, conta que antigamente as pessoas compravam mais facilmente. “Hoje o pessoal está mais exigente, a procura de móveis em bom estado, tem que ser quase seminovo. Antes, se tu colocava uma cadeira de três pés, tu vendias ela”, comenta.

Outra observação de Kroich é que até cinco anos atrás a loja vendia muito para pessoas do litoral. Hoje, é muito comum encontrar lojas desse tipo por lá, o que atrai os moradores por não precisarem pagar o valor do frete.

Quando questionados se a sustentabilidade impacta nas vendas, Cezari e Kroich dizem que ainda não é o foco. O preço e a facilidade, como a entrega no mesmo dia, influenciam mais na escolha.