Saiba como o navio encalhado no Egito pode afetar a economia em Brusque

Empresas monitoram situação e esperam efeitos em médio/longo prazo

Saiba como o navio encalhado no Egito pode afetar a economia em Brusque

Empresas monitoram situação e esperam efeitos em médio/longo prazo

A globalização da economia, que está cada vez mais acentuada nos dias atuais, faz com que imprevistos do outro lado do mundo acabem influenciando todo o planeta. Na última terça-feira, 23, o navio Ever Given, com 400 metros e 200 mil toneladas, encalhou no canal de Suez, no Egito, interrompendo uma das rotas mais importantes do transporte marítimo mundial.

O imprevisto causado pelo Ever Given interrompeu a passagem e já está influenciando até o preço do petróleo.

Os reflexos para as indústrias de Brusque e região ainda estão sendo avaliados. Gerente comercial da ES Logística, Lisandro Bueno afirma que o impacto não deve ser imediato. Ele acredita que, quanto mais o canal ficar fechado, maior será o problema.

“Sentiremos atrasos no tempo de navegação de alguns serviços, vindos de Índia, Turquia, Paquistão, Egito. Para outros mercados, deverão ocorrer novas faltas de contêineres e espaço em navios, consequentemente aumento nas tarifas dos fretes”, analisa.

Nesta segunda-feira, 29, o navio foi removido da margem, onde estava há seis dias. Os funcionários do canal retiraram cerca de 20 mil contêineres para facilitar as manobras, que estão sendo realizadas por uma empresa dos Países Baixos, especialista em resgates de embarcações. Eles já conseguiram corrigir a posição do navio em 80%. 

A interrupção do canal de Suez tem impacto em cerca de 12% do comércio global. A passagem permite uma ligação mais curta entre a Ásia e a Europa, por meio do mar Mediterrâneo. A rota alternativa é contornar a África pelo extremo sul, circuito que demora pelo menos mais duas semanas. No total, 367 embarcações aguardam passagem no local.

“São centenas de navios esperando esta movimentação e consequentemente todos gerando atrasos. Mas, com o navio desencalhado, estou otimista que a situação melhore e não cause tantos prejuízos”, diz Bueno.

“Nó na logística mundial”

Analista de comércio exterior da Embrast, Bárbara Macedo conta que, mesmo a empresa já com estoque regularizado após o impacto da pandemia no setor e não comprando produtos que utilizam diretamente essa rota, a logística mundial é afetada pelo problema.

“Mesmo esse problema sendo parcialmente resolvido, esse congestionamento vai afetar toda a cadeia logística. É um efeito cascata, os portos vão começar a receber demanda maior. Não costumamos utilizar essas rotas, compramos muito da Ásia, mas tentamos rotas diretas. Já estamos há algum tempo tentando colocar tudo em ordem, mas isso pode bagunçar tudo de novo. É difícil calcular agora, é como se tivesse dado um nó na logística mundial toda, mas pode demorar meses para sentirmos”.

*com informações da Agência Brasil


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