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Saiba como os líderes da Câmara de Brusque avaliam ações da prefeitura na pandemia

Vacinação e aulas presenciais foram pontos citados pelos vereadores como discutíveis na postura do Executivo municipal

A maioria dos líderes dos partidos na Câmara de Vereadores de Brusque avalia como positiva a maior parte das ações tomadas pelo Executivo municipal no combate à pandemia de Covid-19.

André Vechi (DC) acredita que a prefeitura está conseguindo equilibrar a questão econômica com a preservação da saúde e elogia o diálogo que está sendo estabelecido com as outras estruturas da sociedade civil.

O vereador Deivis da Silva (MDB) vai na mesma linha. Ele acredita que a prefeitura “tem feito sua parte nesse momento tão difícil” e ressalta o esforço que tem sido feito para administração do sistema de saúde, que “sempre é complicada já em tempos normais”. Ele também destaca a atuação da prefeitura na fiscalização das normas estabelecidas no combate à pandemia.

“Todo esse processo está sendo realizado em uma parceria de ideias e conversando bem de perto com as entidades de classe. Saúde e economia têm que se manter e andar juntos”, destaca.

A instalação do Centro de Triagem, que funciona desde março do ano passado, quando os primeiros casos foram confirmados no estado, também foi bastante elogiada.

“A forma como eles estão tratando, principalmente com o Centro de Triagem e o cuidado com deixar as pessoas que precisam em casa, vejo com bons olhos”, diz Jean Pirola (PP). Ele ainda elogiou o último decreto publicado pela prefeitura com novas medidas restritivas.

Rick Zanata (Patriota) acredita que a prefeitura está fazendo o que está dentro de suas possibilidades e critica “aglomerações e festinhas clandestinas”. “Infelizmente não há fiscalização suficiente para impedir isso. Quem paga a conta disso tudo sao as empresas e o comércio, que seguem todos os protocolos de prevenção”.

Críticas ao governo estadual

André Batisti, o Déco (PL) acredita que o estado deveria trabalhar para disponibilizar mais leitos de UTI a Brusque. André Rezini (Republicanos) elogiou a postura do Executivo municipal, mas avalia que “a população brusquense tem sido esquecida pelo governo do estado”.

“É fato que o governo municipal fica, por muitas vezes, de mão atadas. Neste ano de pandemia, o governo estadual pouco fez pela saúde. Os recursos vieram, mas os hospitais de campanha não foram implementados na nossa região e poucos leitos de UTI foram criados em nossos hospitais”.

A vereadora Marlina Schiessl (PT) destaca que este é o pior momento vivido pelo estado na pandemia e também critica o governo do estado, mas por não adotar as medidas mais restritivas recomendadas pelos Ministérios Públicos Estadual, Federal, do Trabalho e TCE. Neste sentido, ela acredita que era dever do poder municipal agir “com pulso firme em ações para conter a contaminação e aliviar o sistema de saúde enquanto as vacinas não chegam”.

Compra de vacinas

Vechi e Ivan Martins (DEM) destacaram também a iniciativa da prefeitura de encontrar maneiras de adquirir mais doses para vacinar as pessoas contra a doença. Brusque está entre as 260 cidades catarinenses que manifestaram desejo de compra e deve receber 50 mil doses da vacina Sputnik V, da Rússia.

Martins fez um pedido para que as pessoas procurem se vacinar quando chegar sua hora e também para que cumpram as medidas de restrição.

“A quantidade de aglomerações é uma das razões principais para esse número de contaminados. Que as pessoas cumpram as determinações do governo estadual, para que ajude na diminuição na quantidade de pessoas infectadas. Faço um apelo também para que a população tome a vacina quando chegar sua vez. Ouço muita gente que tem a intenção de não se vacinar. O único remédio eficaz que estamos vendo é a vacina”, destacou.

Discordâncias

Marlina critica a iniciativa da prefeitura de distribuir à população medicamentos como cloroquina e ivermectina, que não têm eficácia comprovada pelas autoridades de saúde.

“São 12 meses de uma crise sanitária que afeta o mundo inteiro. Isso deveria indicar aos gestores, inclusive municipais, que o foco é na ampla vacinação e no permanente incentivo aos cuidados por parte da população”.

Apesar dos elogios, os vereadores também pontuaram pontos em que acreditam que a prefeitura poderia ter outra postura.

Déco Batisti avalia que, além da fiscalização, as pessoas ou estabelecimentos que realizam aglomerações deveriam sofrer maior punição. Ele relata que já denunciou supermercados com lotação maior que a recomendada, mas que nenhuma ação concreta foi realizada.

Ivan Martins acredita que, pela piora da pandemia nas últimas semanas, as aulas presenciais deveriam ser repensadas.

“Isso nos preocupa muito. Acho que poderia se dar mais um tempo para a rede municipal, voltar com as aulas a distância, para que a gente possa proteger mais as pessoas. Estamos vendo, através dos números da Secretaria de Educação, a quantidade de professores e alunos que já se contaminaram”.

Já Deivis da Silva cita o ritmo lento da vacinação e acredita que os professores deveriam ser priorizados na aplicação das vacinas.

“Entendo, como parlamentar, que muitas atitudes estão respeitando orientações e legislação maior. Mas acho que falta mais, principalmente os professores, que hoje também estão praticamente na linha de frente”.

Cassiano Tavares, o Cacá (Podemos) fez dois requerimentos para que o presidente do Sindicato Dos Servidores Públicos de Brusque e Região (Sinseb), Orlando Soares, e a secretária de Educação, Eliani Buemo, participem de uma sessão da câmara para discutir sobre o assunto delicado que é o retorno às aulas. 

Ele diz que concorda com a maioria das posturas da prefeitura, mas destaca outro ponto em que acha que seria necessária maior fiscalização: a lotação nos ônibus.

“Não adianta nos cuidarmos no fim de semana, se as pessoas têm que pegar ônibus com mais de 50 pessoas, estão sujeitas à contaminação”. Cacá também destaca a importância da conscientização da população para combater o avanço da doença.

“Temos problemas sérios como falta de vagas de hospital. Nós, como cidadãos, estamos falhando. Muita gente fazendo festa em casa, infelizmente muitas pessoas não levam a sério a doença”.


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