Câncer de colo de útero: saiba a importância de manter os exames em dia para prevenir a doença

O mês de março é dedicado à conscientização da doença, que é o terceiro tipo de câncer mais comum entre as mulheres

Câncer de colo de útero: saiba a importância de manter os exames em dia para prevenir a doença

O mês de março é dedicado à conscientização da doença, que é o terceiro tipo de câncer mais comum entre as mulheres

Manter o exame preventivo sempre em dia é uma das formas mais eficazes de diagnosticar o câncer de colo de útero na fase inicial e, assim, aumentar as chances de cura.

É neste sentido que foi criada a campanha Março Lilás, com o objetivo de conscientizar as mulheres sobre a importância de incluir o exame papanicolau na rotina médica a partir dos 25 anos, caso já tenha tido relação sexual.

A ginecologista e obstetra da Tag Klinik, Flávia Barbizan Albino Gobetti, explica que o ideal é que a mulher faça o papanicolau durante dois anos consecutivos. Se nas duas vezes o exame estiver normal, pode fazer o acompanhamento a cada três anos.

O exame ginecológico deve ser feito até os 64 anos. Se não apresentar alterações, a partir desta faixa etária a mulher está liberada desta recomendação.

A médica destaca que no exame preventivo é possível identificar alterações celulares que, se não tratadas, podem evoluir para o câncer de colo de útero.

“Quando o exame dá alterado, na maioria das vezes conseguimos pegar no estágio inicial e então é possível fazer tratamentos menos invasivos, com cirurgias menores, em que podemos tirar a lesão e impedir que se torne um câncer de colo de útero”.

Dependendo da paciente ou em casos inconclusivos, são aplicados outros métodos para chegar ao diagnóstico como biópsia, colposcopia e exame pélvico.

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de colo de útero é o terceiro mais frequente em mulheres, ficando atrás apenas do câncer colorretal e de mama. A secretaria de Saúde de Brusque não tem informações específicas sobre o número de mulheres que são acometidas pela doença no município atualmente. 

Porém, usando a estimativa do INCA de que a cada 100 mil mulheres existem 16.710 casos de câncer do colo de útero, Brusque deve ter aproximadamente 11 mil mulheres com alterações celulares de colo de útero.

Evolução do HPV

A médica explica que a partir do momento que a mulher começa a ter relação sexual, pode entrar em contato com o papilomavírus humano, o popular HPV, que é uma infecção sexualmente transmissível. O câncer do colo de útero é uma evolução da infecção por HPV.

O papilomavírus humano é frequente, mas em sua maioria não resulta na doença. Só há diagnósticos positivos uma vez que tem-se a alteração celular na região genital, o que pode ser facilmente identificado por meio do exame de papanicolau.

A ginecologista observa que o câncer de colo de útero evolui lentamente, ou seja, é uma doença silenciosa, que só apresenta sintomas em estágios mais avançados. Por isso, é importante manter o exame preventivo em dia.

Em estágios mais avançados, a doença pode se manifestar por meio de dores abdominais intensas, secreção vaginal desregulada e sangramento vaginal intenso e seguido, principalmente após a relação sexual.

“O sangramento vaginal após a relação sexual não é normal. A mulher deve procurar um médico imediatamente se isso acontece”, orienta.

Por evoluir de forma lenta, o câncer de colo de útero é mais frequente em mulheres não tão jovens. “A partir do momento que a mulher começa a ter relação sexual e contato com o HPV, as células vão se modificando lentamente, com o passar dos anos”.

Prevenção

A médica destaca que o exame papanicolau é uma prevenção secundária. A melhor forma de prevenir a doença é usar preservativos em todas as relações sexuais, além de levar uma vida saudável, com alimentação equilibrada e prática de exercícios físicos.

Além do preservativo, que previne de maneira parcial o contágio, a médica destaca que a vacinação contra o HPV é necessária.

O Ministério da Saúde assegura por meio de calendário oficial, a imunização de meninas entre 9 e 14 anos. “O ideal é que a paciente seja vacinada antes de ter relações sexuais, por isso, a vacina é destinada para as adolescentes, porque recebem a imunização antes de ter qualquer contato com o vírus HPV que lá na frente pode evoluir para o câncer de colo de útero”.

Tratamento

O tratamento é semelhante a outros tipos de câncer, sempre de acordo com o estágio da doença e o estado de saúde do paciente. 

A médica explica que dependendo do estágio, a paciente pode ser tratada por meio de cirurgia, retirando apenas o cólon na fase inicial da doença. Em estágios mais avançados, a paciente pode necessitar retirar o útero, ou ainda, passar por sessões de radioterapia e quimioterapia.

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