Saiba o que o estádio de São João Batista precisa para ser a casa do Brusque no Catarinense
Valério Gomes Neto não atende diversos requisitos da Federação Catarinense de Futebol para receber jogos do Estadual em 2020
Menos de duas semanas após o título da Série D do Campeonato Brasileiro, o Brusque já enfrenta um pesado desafio extracampo: encontrar uma casa para disputar o Campeonato Catarinense em 2020, e o plano principal, o estádio Valério Gomes Neto, em São João Batista, está muito longe de cumprir todos os requisitos da Federação Catarinense de Futebol (FCF). São necessários investimentos em diversas estruturas, como bilheterias, vestiários, bancos de reservas, arquibancadas, tribunas, gramado, entre outras.
O estádio Augusto Bauer, propriedade do Carlos Renaux, também não atende alguns dos requisitos mínimos que passam a ser obrigatórios para a Série A do Catarinense a partir de 2020. Além de o Vovô não possuir, no momento, os recursos necessários para realizar as adaptações em favor de seu “inquilino”, o Brusque, o clube sequer precisa de melhorias no estádio para disputar a única competição profissional de seu calendário: a Série C do Catarinense. Por isso o quadricolor busca alternativas.
O presidente do Brusque, Danilo Rezini, afirma que o clube, junto com a Prefeitura de São João Batista, vai avaliar se é viável tornar o Valério Gomes Neto apto ao Campeonato Catarinense e de onde viriam os investimentos: do poder público ou de parceiros batistenses da iniciativa privada.
“Nós vamos conversar, ver se há a possibilidade de fazer tudo isso, qual o custo, e vamos avaliar. Porque temos um problema: disputar o Catarinense lá, e depois a Série C onde? Nós vamos ter uma reunião nesta terça-feira para decidirmos sobre o que vamos fazer. Está muito complicado.”
Sobre a possibilidade de jogar em Itajaí, o presidente não é otimista. “Já joga o Marcílio Dias lá, e parece que o Almirante Barroso também está procurando estádio para jogar, acho que não vão jogar no estádio do Marcílio. Joinville, Florianópolis, Jaraguá do Sul? Eu nem quero pensar nessas hipóteses. Vamos trabalhar e encontrar uma boa alternativa.”
A Prefeitura de São João Batista e a Fundação Batistense de Esportes (Fube) devem se reunir com a diretoria do Brusque para verificar o documento de vistoria da FCF e só então começar a estudar sobre se é viável realizar as reformas necessárias no Valério Gomes Neto.
A Arena Havan, estádio prometido ao clube pelo empresário Luciano Hang, não teve sua construção iniciada, embora a expectativa fosse de começar as obras no Complexo Chico Wehmuth em agosto. Uma vez iniciados, os trabalhos devem ser concluídos em seis meses, de acordo com Hang. Na Copa Santa Catarina, que começa neste em 8 de setembro, domingo, o Brusque mandará suas partidas no estádio Augusto Bauer.
Copa SC 2018
Visando economizar com aluguel de estádio, o Brusque chegou a mandar quatro partidas no Valério Gomes Neto durante a Copa Santa Catarina de 2018, incluindo semifinal e final. Na ocasião, o quadricolor ficou isento do pagamento de aluguel e a Prefeitura de São João Batista arcou com as adaptações necessárias.
6ª rodada: Brusque 1×1 Tubarão
9ª rodada: Brusque 2×1 Operário de Mafra
Semifinal – volta: Brusque 4×0 Figueirense
Final – ida: Brusque 0x0 Hercílio Luz
Campeonato Brasileiro
Para a Série C do Campeonato Brasileiro em 2020, é possível que o Brusque possa mandar suas partidas no estádio Augusto Bauer, pelo menos na primeira fase. Consta no artigo 25 do Regulamento Específico da Competição para a edição de 2019 que “para a primeira fase não há capacidade mínima exigida.”
A partir das quartas de final, fase na qual é disputado o jogo do acesso à Série B, “os estádios deverão ter capacidade mínima de 10 mil espectadores sentados e sistema de iluminação adequado para partidas noturnas.” Se o Brusque chegasse a esta fase sem a prometida Arena Havan à disposição, precisaria levar seu mando de campo a um estádio que corresponda aos requisitos.
Na Série D, os laudos do Corpo de Bombeiros indicavam capacidade de 5 mil torcedores no Augusto Bauer. O regulamento da competição, no entanto, indicava que partidas das quartas de final em diante deveriam ser realizadas em estádios com capacidade mínima para 5 mil torcedores sentados.
Levando em consideração que nas partidas contra Juazeirense (BA), Ituano (SP) e Manaus (AM) o Augusto Bauer esteve praticamente lotado com torcedores em pé na geral, o estádio não comporta 5 mil sentados, como mandava o regulamento. Ainda assim, com os laudos, a CBF permitiu a realização destas partidas no estádio.