Saiba quais são as árvores frutíferas mais adequadas para plantio em Brusque e região
Confira o passo a passo para cultivo na região, com dicas de especialista
Confira o passo a passo para cultivo na região, com dicas de especialista
Muitos brusquenses mantêm no jardim diversas árvores frutíferas, plantadas recentemente ou até mesmo por gerações passadas. Contudo, há também aqueles que querem iniciar uma plantação, seja para colher a fruta direto do pé antes de consumir ou para vender. Mas quais destas árvores são mais adequadas para o plantio em Brusque e região?
O engenheiro agrônomo Cesar Augusto Lodi, que é extensionista rural da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), aponta que são várias as espécies que podem ser cultivadas na região do Médio Vale. São desde frutíferas comerciais de clima tropical e subtropical, como espécies de frutíferas nativas.
“Indicamos espécies de mais fácil condução e tratamento, como as citrus, que são as laranjas, bergamotas, tangerinas, além de acerola, abacate e bananeiras de porte baixo. E as nativas, como jabuticabeira e pitangueira, entre outras”, orienta.
Segundo ele, essas árvores são mais indicadas por serem mais simples de conduzir e são menos exigentes em podas, ou seja, mais fáceis de plantar. “Como nosso clima é muito úmido, outras espécies são mais suscetíveis a ataques de fungos e doenças. Mas isso também não quer dizer que não existam outras espécies”, complementa.
Abaixo, o engenheiro agrônomo explica o passo a passo e dá dicas de como plantar uma árvore frutífera:
Antes de plantar qualquer tipo de árvore em um espaço urbano, é preciso se atentar às legislações existentes, alerta Cesar.
“Quando o plantio é feito próximo às casas, tomar cuidado com os drenos de escoamento da drenagem superficial e do esgoto. Com o crescimento das árvores, elas podem estrangular com as raízes os dutos ou ainda entupi-los, pois as raízes buscam a água e os nutrientes carreados nos esgotos domésticos”, continua.
Ele também orienta a pessoa que pretende plantar a imaginar o tamanho da árvore adulta, o tamanho final dela, para determinar a espécie a ser plantada. “As árvores em áreas residenciais podem oferecer riscos à vida e à segurança por queda de galhos ou da árvore em si”, completa.
Espaçamento entre plantas:
– Bananeira: 2,5 metros entre linhas de plantio e 2m entre plantas;
– Laranjas (pera, champanhe, etc): 6m x 3m;
– Tangerinas mexerica, Ponkan e Murcott : 5m x 3m ou 4m x 3m;
– Abacate : 6m x 4m – plantar longe de casas, telhados ou áreas de circulação, pois a árvore é de grande porte e tem frutos pesados;
– Acerola: 5m x 4m;
– Jabuticaba; 8m x 6m;
– Pitangueira: 6m x 4m.
No caso de terrenos urbanos, usa-se a maior distância da casa ou outras construções. “Tem que lembrar que no caso de áreas urbanas cada caso é um caso, diferente de uma lavoura comercial”, diz Cesar.
Agora, como fazer a escolha da muda de uma planta? Cesar explica que as mudas devem proceder de viveiristas credenciados. Eles devem garantir a procedência e sanidade da muda.
“Cada espécie tem um tamanho adequado para o plantio. Tem que ter cuidado em comprar mudas muito grandes, podem ser velhas e a pega será mais difícil. Exceção para as mudas de Jabuticaba enxertadas que tem um porte maior do que as demais”, alerta.
Para a maioria das árvores frutíferas, Cesar explica que se deve preparar solos bem drenados e preferencialmente profundos. Segundo ele, a maioria das frutíferas são exigentes quanto ao pH (potencial hidrogeniônico) do solo, sendo o ideal próximo a 6,0 com ausência de alumínio.
“É bem comum a necessidade da correção total da área com calcário antes do plantio. Para plantios comerciais se recomenda a análise do solo”, continua.
Confira como preparar o berço, que é a fase quando a planta é introduzida no jardim, para o plantio das mudas:
1º) Fazer covas de 60cm x 60cm x 60cm. No momento da abertura das covas, deve-se separar em dois montinhos os 30 centímetros do solo superficial dos 30 centímetros do solo mais profundo. Ou seja, o solo mais fértil de um lado da cova e do outro a menos fértil.
2º) Preparar a adubação. Como adubação geral, o ideal são: 200 gramas de fosfato natural; 20 litros de esterco bovino curtido ou de 10 litros de esterco de aves curtido; 1 quilograma de calcário dolomítico, um insumo agrícola usado para elevar o pH do solo, o que diminui a acidez
3º) Preparar o solo. Dividir igualmente os adubos e corretivos nos dois montinhos de terra e misturar bem. Após isso, deve-se colocar o solo retirado dos 30 centímetros mais superficiais, que é o solo mais fértil, no fundo da cova. Depois os 30 centímetros mais profundos para completar a cova. O ideal é que a cova fique de 15 a 20 dias para que o solo se reestruture e aconteça uma boa decomposição dos adubos orgânicos.
O próximo passo é fazer o plantio. Cesar explica que, exatamente no centro da cova, é preciso abrir um buraco do tamanho exato do torrão da muda. Então, deve-se retirar a embalagem que envolve a muda e colocá-la cuidadosamente para não causar danos à planta.
Após isso, pode completar a cova com o solo, pressioná-lo nas laterais do torrão para firmar bem e tirar os possíveis espaços de ar que se formaram. Colocar ao lado uma estaca, que pode ser feita de madeira, bambu, etc., para firmar a muda e proteger dos ventos fortes.
Por fim, é preciso irrigar com no mínimo dois litros de água. Além de servir como irrigação, Cesar detalha que a água ajuda a preencher os espaços e fixar a muda ao solo.
O engenheiro agrônomo aponta que as espécies indicadas para plantio na região de Brusque são pouco exigentes em podas, são feitas somente as podas de formação. Contudo, as adubações devem ser feitas anualmente antes do início da brotação.
“Em áreas urbanas podemos aproveitar os resíduos orgânicos e produzir o próprio adubo.
Podemos utilizar cortes de gramados, restos de podas, cascas e folhas de frutas e verduras que podem ser acondicionadas diretamente sob a projeção da copa”, indica.
Cesar alerta para nunca abafar os troncos das árvores com material orgânico, pois o ato pode causar doenças de tronco. “Se usarmos húmus de minhoca, composto, ou mesmo adubação química, a mesma deve ser depositada formando um círculo ao redor da árvore, na projeção da copa, ou seja, longe do caule. As raízes que absorvem os nutrientes são as raízes mais finas que estão longe do tronco”, continua.
Ele ainda orienta que, enquanto as mudas forem pequenas, é preciso coroar as plantas. Portanto, retirar a vegetação do entorno de uma planta para diminuir a competição por nutrientes e luz. São as plantas espontâneas, como as ervas daninhas no entorno do tronco.
“Mais ou menos num raio de 50 cm. As demais plantas espontâneas devem ser roçadas apenas, mantendo o solo permanentemente coberto”, complementa.
Ao plantar uma árvore, caso surjam dúvidas, a orientação de Cesar é consultar um engenheiro agrônomo ou um técnico agrícola. “Na web existem muitas informações, preferencialmente busque em sites confiáveis como da Epagri, Embrapa, Emater de outros estados, universidades, etc.”, finaliza.
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