Saiba a situação do adolescente acusado de matar o próprio pai em Brusque

Advogado Ismael Grein detalhou os próximos passos da defesa no processo

Saiba a situação do adolescente acusado de matar o próprio pai em Brusque

Advogado Ismael Grein detalhou os próximos passos da defesa no processo

O advogado Ismael Grein, que atua na defesa jurídica do adolescente de 14 anos acusado de matar o próprio pai no bairro Bateas, em Brusque, no dia 20 de maio, detalhou a situação do acusado no centro de internação.

Anteriormente o adolescente estava apreendido em um centro de internação provisória em Blumenau. Após a sentença do juiz, ele foi conduzido para um centro de internação permanente no mês de julho. Então, atualmente o acusado está apreendido em São José.

Ismael afirma que, em Blumenau, o adolescente pediu para não ficar sozinho no quarto, então dividia o espaço com mais um menino. Agora em São José, ele se encontra em uma ala com outros adolescentes.

“Ele está prestando atividades lá dentro. Ele voltou a estudar e faz também atividades físicas, esportivas e manuais”, detalha o advogado.

Próximos passos da defesa

A defesa do acusado detalhou ainda quais serão os próximos passos no processo. Por ele ser menor de idade, o advogado esclarece que o Estatuto da Criança e Adolescente (ECA) prevê a revisão de seis em seis meses da internação. A medida tem como objetivo avaliar a possibilidade de retorno ao convívio social.

O tempo máximo em que o adolescente poderá ficar apreendido no centro de internação é até aos 21 anos de idade, o que totalizaria cerca de sete anos. No entanto, Ismael acredita que isso não deve ocorrer, e justifica que sequer adultos permanecem tanto tempo em regime fechado.

“A previsão no ECA é de seis em seis meses a defesa pleitear uma revisão, onde é avaliado a evolução do quadro dele, comportamento e a gravidade do caso. A ideia é, em seis meses, pedir uma reavaliação da medida”, afirma.

Ismael esclarece ainda que a defesa monitora a situação do adolescente enquanto está internado, incluindo os direitos do acusado, como o tratamento que precisa receber durante o período em que está apreendido.

“Estamos cuidando para que ele receba assistência internamente. Ele precisa receber, querendo ou não, visitação médica, pois ele tem necessidade de tratamento psiquiátrico e psicológico”, esclarece.

O advogado também falou sobre a próxima avaliação do adolescente. Ele afirma que, por se tratar de um caso de homicídio, não acredita que a Justiça acatará de imediato as solicitações da defesa.

“Como envolveu homicídio, não sei se vamos prosperar em nosso pedido, mas nos próximos seis meses começará a gerar um histórico positivo se ele manter um bom comportamento”, diz.

Por fim, Ismael afirma que no desenrolar do processo o acusado disse que se arrependeu de ter tirado a vida do próprio pai. “Já conversei com ele e está ciente. Ele está de fato arrependido, mostrou isso desde a audiência”, finaliza.

Relembre o caso

Segundo o delegado Alex Reis, da Divisão de Investigação Criminal (DIC) de Brusque, uma discussão entre pai e filho que começou na quarta-feira, 19 de maio, e se intensificou na quinta-feira, 20 de maio, teria motivado o crime.

Após a confusão, o adolescente teria pegado a arma do pai e atirado contra a cabeça dele. Ainda de acordo com o delegado, depois da ação o suspeito teria jogado a arma embaixo da residência. Ele ficou foragido por cerca de uma semana, até se apresentar na delegacia.

A vítima foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros e levada em estado gravíssimo ao hospital. O pai do adolescente faleceu após um mês e dois dias do crime.

Pedro Paulo Angioletti

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