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Saída de Bolsonaro põe em xeque existência do PSL em Brusque

Após anúncio do presidente, já há um grupo que quer trabalhar pelo novo partido na região

O anúncio feito pelo presidente Jair Bolsonaro, nesta terça-feira, 12, de que vai sair do Partido Social Liberal (PSL) para fundar o novo Aliança pelo Brasil foi mais um golpe no PSL de Brusque. 

A saída do presidente praticamente esvazia a possibilidade de que um diretório municipal do PSL seja criado em Brusque. Nomes como o do ex-vereador Guilherme Marchewsky, que havia se filiado à legenda, já indicam que vão migrar para o Aliança.

O empresário Hermes Heinig Filho, o Chico, chegou a ser escolhido para ser o presidente do PSL local, mas tudo não passou de uma tentativa. Ele afirma que o partido rachou e que, junto com Bolsonaro, muita “gente ruim” foi para a legenda.

Chico avalia que gente que estava com outros partidos passou para o PSL para aproveitar o momento a favor de Bolsonaro, mesmo sem compactuar com os mesmos valores.

O racha que se viu a nível federal e estadual impactou também em Brusque, por isso a criação do PSL brusquense não passou de um sonho. Hoje, a legenda está acéfala. “O PSL se desmontou”, sentencia Chico.

Natal Carlos Lira, que também integra o grupo que formaria o PSL, confirma que não existe diretório local. Ele e o restante do grupo aguardam para ver o que fazer.

Um indicativo forte é de que eles vão para o Aliança pelo Brasil. O empresário Chico Heinig diz que sempre foi por Bolsonaro, mas, questionado se iria para o novo partido, afirma que só se fosse um “partido sério”.

Marchewsky no Aliança

Guilherme Marchewsky foi vereador entre 2013 e 2016 pelo MDB. Depois saiu da política, mas voltou em 2018 para concorrer a deputado estadual pelo PPS. 

Em 2019, ele já havia se filiado ao PSL neste ano, mas vai mudar de barco, junto com mais algumas pessoas que fazem parte de um grupo pró-Bolsonaro.

Essas pessoas estiveram em Criciúma em uma palestra de Eduardo Bolsonaro, líder da bancada do PSL na Câmara dos Deputados. Durante a estadia no Sul do estado, o grupo de Brusque conversou com deputados estaduais e federais sobre o novo partido do presidente.

“Foi este grupo que me convidou para ir para o PSL, com ideias que convergem com essa visão conservadora, de mudar esse rumo que o Brasil tem tomado de corrupção. Onde o Bolsonaro for, este grupo vai estar junto”, explica.

O ex-vereador cita o empresário Chico Heinig, Valdir Primmaz, o assessor da Câmara de Brusque conhecido como Valdir da Sky, e o vereador Marcos Deichmann (Patri) como outros integrantes do grupo.

“Se o PSL em Brusque vai se esvaziar, provavelmente vai ser para o novo partido, o Aliança pelo Brasil”, completa Marchewsky. Ele afirma que seguirá para o partido para colocar em prática “os valores conservadores e pelas pessoas”.

Marchewsky avalia que Jair Bolsonaro é o responsável por sua vitória, não o contrário.  “Não foi o PSL que elegeu o Bolsonaro nem fez esse trabalho de transformação e mudança no país. A nossa ideia é levar essa ideia para Santa Catarina e para Brusque”.

Quando foi vereador, Marchewsky era visto como concorrente forte à Prefeitura de Brusque. Questionado atualmente sobre essa possibilidade, ele diz que a ida para o Aliança não está necessariamente ligada à candidatura.

“Eu quero ajudar, o meu nome está à disposição para ajudar”, declara. 

Vicentini diz que fica no PSL

Suplente de deputado estadual pelo PSL, Osmar Vicentini diz que vai ficar no partido. Ele é, atualmente, assessor do deputado federal Fabio Schiochet (PSL), alinhado com Bolsonaro e tido como um dos parlamentares que vão para o Aliança.

Ele afirma que é fiel aos votos que recebeu na campanha para deputado, no PSL, por isso vai “manter a honra dos votos”.

Embora anuncie que vá ficar no PSL, Vicentini se declara ao presidente. “Continuo dando apoio a Bolsonaro”.