Samae justifica reprovação do rio Itajaí-Mirim em testes do governo estadual

Diretor-presidente da autarquia afirma que não há interferência na produção de água potável e que classificação do rio é indevida

Samae justifica reprovação do rio Itajaí-Mirim em testes do governo estadual

Diretor-presidente da autarquia afirma que não há interferência na produção de água potável e que classificação do rio é indevida

O rio Itajaí-Mirim foi reprovado no boletim de Monitoramento da Qualidade das Águas (Qualiágua) da Secretaria Executiva do Meio Ambiente (Sema) em parceria com a Agência Nacional de Águas (ANA). Foi o segundo boletim referente à campanha de dezembro, publicado em 18 de janeiro.

A reprovação se deu por conta da excessiva quantidade de coliformes termotolerantes na água. O índice foi de 2,7 mil NMP/100 mL (número mais provável a cada 100 mililítros). O limite do teste era 1 mil.

O diretor-presidente do Serviço Municipal Autônomo de Águas e Esgoto (Samae) de Brusque, Luciano Camargo, afirma que a verificação é feita de forma indevida, pois o rio Itajaí-Mirim não estaria classificado adequadamente. “Não existe um estudo específico de classificação do rio Itajaí-Mirim pelas classes do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama). Assim, nosso rio é classificado em classe 2 pelo comitê da bacia. Classe 2 são ribeirões, com águas muito mais limpas, não a que nós aqui pegamos.”

De acordo com Camargo, atingir a taxa de 1 mil NMP/100mL é inviável para a situação atual, e a taxa só ficaria de acordo com o município tendo um sistema para tratamento do esgoto sanitário. “O Conama diz que tem que ser menor ou igual a 1 mil. O nosso deu 2,7 mil. Mas pelo histórico das coletas que fazemos, Em janeiro de 2020, deu 2,3 mil; em feveveiro, 4,8 mil, em março, 2,7 mil; em abril, 3,3 mil; em maio, 1,38 mil.”

Ele também afirma que a taxa de coliformes termotolerantes é variável de acordo com o nível do rio, que vai influenciar na concentração deste tipo de bactéria.

“Por exemplo, em novembro, deu 7,2 mil NMP/100 mL. Foi justamente aquele período de estiagem, de seca do rio. A análise [do governo] não nos passa a data da coleta, o ponto da coleta. Se eu for coletar esta água ali perto dos Correios [próximo à ponte estaiada], a taxa de coliformes será altíssima, claro. Se eu for buscar essa água na região da Cristalina, já vai ser mais fácil.”

De qualquer forma, o dirigente assegura que estas taxas não influenciam na produção da água potável, pois as bactérias passam por um processo de esterilização no tratamento. Portanto, de acordo com o Samae, estas taxas por si só não influenciam na qualidade, por conta do processo pelo qual a água passa. “Seria diferente se estivéssemos falando de metais pesados”, exemplifica.

“As exigências são muito altas para a classe 2. Boa parte dos municípios foi reprovada. Para resolver, só com tratamento de esgoto sanitário. E fomos aprovados em todos os outros quesitos, incluindo a turbidez.”


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