Santuário de Azambuja, lugar certo para quem busca espiritualidade e novos conhecimentos
O Santuário de Azambuja está localizado a menos de três quilômetros do Centro de Brusque
O Jornal Município Dia a Dia, em parceria com o Brusque Convention & Visitors Bureau, inicia hoje, esta coluna que destacará, em 14 edições, pontos turísticos de Brusque, Guabiruba, Botuverá e Nova Trento.
O objetivo é fazer com que os leitores conheçam e apreciem esses espaços culturais, de entretenimento e lazer. Já tem programação para o fim de semana? O Jornal Município Dia a Dia dá a dica!
Localizado a menos de três quilômetros do Centro de Brusque, o Santuário de Azambuja é um convite à espiritualidade e ao aprendizado.
O complexo congrega o Seminário Menor Metropolitano, Museu Arquidiocesano Dom Joaquim, Teatro do Seminário, gruta Nossa Senhora de Lourdes, Morro do Rosário e a igreja do Santuário, além de um hospital e asilo. Mesmo de essência religiosa, até os mais céticos podem encontrar lazer no local: Azambuja é um pedacinho de Brusque que continua inspirador.
O primeiro prédio é o seminário, que hoje acolhe 21 candidatos ao sacerdócio. No seu interior está um dos melhores teatros da cidade, com 286 lugares. Ele passou recentemente por uma revitalização, em parceria com o governo do Estado.
Desde então, mais do que servir às necessidades internas do Santuário, também está à disposição da comunidade e se tornou palco de muitas apresentações culturais. Resultado: até o fim de 2012, todas as noites estão ocupadas.
Já no terceiro piso está a capela do Seminário, com capacidade para 200 pessoas. No local são celebradas missas abertas toda quinta-feira, às 18h. A arquitetura segue os novos padrões dos templos religiosos, sem o uso demasiado de imagens, pinturas e outros elementos cristãos.
De acordo com o reitor do seminário, Padre Pedro Schlichting, a capela apresenta uma nova compreensão litúrgica, na qual tudo direciona a atenção do visitante para o sacrário. E a maior curiosidade pode passar despercebida aos olhares menos atentos: as pedras que compõem o altar pesam, nada menos, que toneladas.
Elas foram fabricadas no bairro Limeira e fixadas no local com o auxílio de guindaste. Toda a estrutura do prédio precisou ser avaliada, no intuito de comprovar ser possível essa sustentação.
Um museu de histórias
São três andares e cerca de cinco mil peças dos séculos 19 e 20, divididas em três seções que se complementam: história natural, arte sacra e imigração em Brusque e Santa Catarina.
Mas, ainda do lado de fora, o Museu Arquidiocesano Dom Joaquim já é um convite ao aprendizado: foi construído em 1907 e, ao longo do tempo, abrigou o hospital e o seminário, até a transferência de ambos para outros prédios.
Apenas em 1960, durante o centenário de Brusque, foi que o Museu iniciou propriamente sua atividade, com ênfase no trabalho desenvolvido pelo padre e cientista, Raulino Reitz.
No piso térreo, o que mais chama atenção são os animais empalhados e pertencentes à mata atlântica de Santa Catarina – inclusive alguns já entraram em extinção.
Há também fósseis, exemplares de árvores, insetos catalogados e, até, a amostra de uma planta identificada pelo padre Raulino, que contém o princípio ativo contra a malária e leva o nome de seu descobridor: Raulinoa echinata cowan.
Subindo as escadas de madeira e seus degraus já desgastados pelo tempo, é encontrada a segunda seção do museu que reúne a arte sacra. Muitas das esculturas do local foram feitas pelos próprios colonos, que moravam na cidade ou na região.
Merecem destaque os sinos doados por Dom Pedro II, em 1855, e o primeiro quadro de Nossa Senhora do Caravaggio, vindo da Itália no fim de 1800.
Para finalizar, o terceiro piso é dedicado à história do imigrante. Lá está o relógio, os sinos e as imagens utilizadas na antiga Igreja Matriz São Luiz Gonzaga, também doação de Dom Pedro II, em 1866.
Há espadas com o brasão do império e utilizadas durante a Proclamação da República, além de utensílios e armas originais dos índios Xokleng. Máquinas de costura, teares e móveis completam o acervo.
O Museu está aberto para visitação de terça a sexta-feira, das 8 às 12 horas e das 13 às 17 horas, bem como aos sábados e domingos, das 9 às 11h30 e das 13h30 às 17 horas. O valor da entrada é R$ 5 para adultos e R$ 2,50 para crianças, estudantes e idosos.
Santuário, Gruta e Morro do Rosário
Entre os anos de 1939 e 1956 foi construído o atual Santuário de Azambuja, contornando a antiga igreja, sob supervisão do engenheiro e projetista Simão Gramlich. Suas proporções são majestosas.
Além de torres com 40 metros de altura e capacidade para mil pessoas, o teto é feito de estuque, uma combinação de barro, varetas de palmito e fina camada de argamassa: o gesso de antigamente.
Os vitrais coloridos, mais do que decorar, durante muito tempo serviram para a catequese de quem não sabia ler. Assim, cada painel era apresentado como uma passagem ou interpretação bíblica. Por fim, o estilo romântico ainda serve de inspiração para quem deseja se casar.
Entre os meses de janeiro e novembro deste ano, cerca 50 casais escolheram o local para as juras de amor eterno. Isso faz do Santuário de Azambuja a igreja mais disputada quando o assunto é casamento, e a data deve ser marcada com, no mínimo, um ano de antecedência.
Ao lado do Santuário está a Gruta Nossa Senhora de Lourdes. Aos pés da imagem correm águas da fonte que, segundo relatos, nunca secou. Talvez por isso muitos peregrinos ainda passem pelo local, onde acendem velas, deixam seus pedidos ou agradecimentos e levam um pouco dessa água para casa, em vasilhames.
O passeio em Azambuja termina com o Morro do Rosário, inaugurado em 1950. A subida dura, aproximadamente, 20 minutos, mas quase sempre é feita em mais tempo pelos fiéis católicos, que aproveitam para contemplar todos os mistérios do rosário.
São 15 monumentos ao longo do trajeto, todos formados por blocos de cimento armados.
As missas no Santuário de Azambuja são celebradas de segunda a sábado, às 19h, e aos domingos, às 6h, 8h30, 10h30, 16h e 19h. No complexo religioso existem sanitários e duas lanchonetes.