São João Batista possui 42 áreas de risco monitoradas pela Defesa Civil

Locais estão divididos entre áreas de inundações, alagamentos e deslizamentos de terra

São João Batista possui 42 áreas de risco monitoradas pela Defesa Civil

Locais estão divididos entre áreas de inundações, alagamentos e deslizamentos de terra

A mudança de estação já deixa os moradores de alguns bairros de São João Batista em alerta. O inverno, especialmente, é a época mais temida, devido à maior incidência de chuvas e possibilidades de cheias. Atualmente, o município possui 42 setores de risco identificados pela Defesa Civil.

São mais de 10 mil pessoas vivendo nas áreas de risco, que são divididas em áreas de inundação localizadas nas planícies do rio Tijucas e afluentes, e as áreas de encosta com declividade alta.

A agente comunitária de saúde Sediane Flores, 30 anos, natural do Oeste do estado, está em São João Batista há nove anos. Moradora do loteamento Abelardo Mafra, no bairro Ribanceira do Sul, considerado um dos setores de risco, ela já presenciou duas enchentes, em 2011 e 2013. “A primeira foi mais forte, a casa da minha vizinha ficou com o telhado debaixo da água”, lembra.

Miriany Farias

Sediane conta que a água da enchente costuma vir por trás. Como sua casa é a última da rua, acaba sendo a primeira atingida. “Não dá tempo para nada. É tudo muito rápido”, diz.

A costureira Roseli Cardoso, 38, mora no loteamento Isaías Piva, uma rua após a casa de Sediane. O local também sofre com as cheias, e ela, inclusive, já perdeu muitos móveis dentro de casa. “Agora eu me mudei para essa nova casa, mas a água costuma bater na altura da janela de casa. A preocupação da gente quando vê a água chegar é tirar os filhos”, diz.

Sediane ressalta que não existem estratégias para lidar com a situação. Quando as chuvas começam a cair, os moradores passam a monitorar o nível do rio para saber qual momento de sair das residências. “Como não tem para onde levar os móveis, a gente fecha tudo e vai para a rua geral do bairro, e fica ali ilhado”.

Roseli acrescenta que a Escola de Educação Básica Monsenhor José Locks é o ponto de refúgio. “Ela é a lugar mais alto, então se for necessário, a gente corre para lá até a água baixar”, diz.

Nessas duas áreas de risco, conforme indica o Serviço Geológico do Brasil, existem 120 casas com 480 pessoas residentes no local.

Miriany Farias

Monitoramento constante
A diretora-executiva da Fundação Municipal de Meio Ambiente (Fumab) da prefeitura, Fernanda Brasil Duarte, explica que para prevenção e controle de danos nas áreas de risco são feitos acompanhamentos dos boletins meteorológicos diariamente. Conforme as previsões e avisos, pode haver ações diferenciadas.

Além disso, a Defesa Civil também mantém o monitoramento e faz avaliações das novas construções e loteamentos, bem como interdições de imóveis em risco iminente e obras estruturais, como enrocamentos de vias públicas.

Fernanda destaca que as principais causas das áreas de risco no município são as ocupações em área de planície de inundação e de encostas, como também execução de obras de terraplanagem sem planejamento ou projetos. A maior incidência desses casos, segundo ela, acontece nos bairros Centro e Krequer.

Auxílio às famílias
A prefeitura intervém com auxílio às famílias afetadas pelos eventos naturais quando há casos de desabrigados e desalojados.

A diretora-executiva da Fumab explica que são ofertados alojamentos, como ocorreu em 2017. Ou ainda, dependendo da situação, a Secretaria de Assistência Social presta auxílio, especialmente quando a família é economicamente vulnerável.

Mapa de Setorização
Desde o ano passado, o município conta com o Mapa de Setorização de Riscos, como forma de auxílio para prevenção contra desastres naturais. O diagnóstico, foi desenvolvido por técnicos da Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais (CPRM), sob a coordenação das secretarias estaduais de Defesa Civil e Planejamento.

O mapeamento aponta 30 setores de riscos, diagnosticados a partir de 2011. Entretanto, Fernanda informa que ainda no ano passado houve nova visita para avaliação das áreas, onde foram identificadas novas áreas de risco, totalizando 42.

A identificação dos riscos geológicos e hidrológicos, especialmente em áreas habitadas, permite a ação preventiva pelo município, por meio da elaboração ou correção dos planos diretores, evitando-se ocupações irregulares.

Da mesma forma, para as áreas de risco já habitadas há emissão de alertas mais precisos, que podem proteger a vida da população.

Confira os setores de risco no município

Setor 01 – Bairro Tajuba I
Setor 02 – Bairro Tajuba II
Setor 03 – Rua Bernardino Fontes, Centro
Setor 04 – Rua Leoberto Leal
Setor 05 – Avenida Getúlio Vargas
Setor 06 – Bairro Carmelo
Setor 07 – Bairro Carmelo
Setor 08 – Bairro Carmelo
Setor 09 – Rua João Manoel de Souza Filho, Carmelo
Setor 10 – Rio do Braço
Setor 11 – Rio do Braço
Setor 12 – SC-108, bairro Colônia Nova Itália
Setor 13 – Bairro Cardoso
Setor 14 – Bairro Cardoso
Setor 15 – Ribanceira do Norte
Setor 16 – Bairro Krequer – Acesso pela Estrada do Moura
Setor 17 – Bairro Krequer
Setor 18 – Bairro Krequer
Setor 19 – Bairro Krequer
Setor 20 – Loteamento Marquinhos, Krequer
Setor 21 – Rua Jerri Soares
Setor 22 – Bairro Krequer
Setor 23 – Bairro Krequer
Setor 24 – Bairro Krequer
Setor 25 – Bairro Krequer
Setor 26 – Bairro Krequer
Setor 27 – Rua Guilhermina Eccel, Centro
Setor 28 – Bairro Ribanceira do Sul
Setor 29 – Bairro Ribanceira do Sul
Setor 30 – Loteamento Abelardo Mafra e Isaías Piva, Ribanceira do Sul

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