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São Jorge, Corinthians e o Escoteiro

Ontem, foi dia de São Jorge, santo e bravo soldado, vestido em sua armadura de guerra, capacete na cabeça, espada na cintura, montado em seu cavalo branco, à moda de Napoleão Bonaparte e uma lança, forte nas mãos, na terrível luta para abater o invencível dragão a expelir fogo pelas ventas. Para a igreja católica, […]

Ontem, foi dia de São Jorge, santo e bravo soldado, vestido em sua armadura de guerra, capacete na cabeça, espada na cintura, montado em seu cavalo branco, à moda de Napoleão Bonaparte e uma lança, forte nas mãos, na terrível luta para abater o invencível dragão a expelir fogo pelas ventas. Para a igreja católica, o mitológico monstro lança-chamas não passa de um simbolismo da crença popular a encarnar o mal combatido pela força da fé em Cristo.

Para os adeptos da Umbanda brasileira, São Jorge é o santo que vive na Lua e leva o nome do orixá Ogum, o santo da guerra. Os mais fanáticos chegam a jurar que enxergam a sombra do santo nas noites de lua cheia. Dois mil anos de história do catolicismo e, mais recentemente, de sincretismo religioso, alimentam muitas lendas sobre a figura desse popular e venerado ícone da fé religiosa.

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Ontem, no Rio de Janeiro, uma multidão de fieis lotou a igreja da paróquia de Quintino e outro tanto ficou na rua para assistir às missas o dia todo. Muitos devotos juravam terem alcançado verdadeiros milagres de cura e de sucesso nas suas vidas, graças a São Jorge, o santo-guerreiro.

De tão popular, São Jorge virou padroeiro do Corinthians que, no último domingo, 21, conquistou o grande feito do tricampeonato paulista de futebol. Como se vê, o santo continua forte. Neste tempo de loucura futebolística, sem dragão para abater, São Jorge parece devidamente reciclado. Assimilou, perfeitamente, a paixão dos adeptos dessa seita moderna chamada futebol e se transformou num milagroso técnico para garantir a seu afilhado alvinegro, de fiel e guerreira torcida, às vezes, até violenta, o primeiro lugar disparado de clube mais vezes campeão do Estado de São Paulo.

Ontem, também, foi o Dia do Escoteiro, movimento fundado pelo britânico Robert Baden-Powell, em 1907. Hoje, presente em todo o mundo, associando crianças e jovens numa prática de fraternidade e disciplina, o escotismo tem por objetivo incutir nos seus integrantes, os princípios éticos e cívicos consagrados na lei escoteira: honra, lealdade, amizade, cortesia, proteção da natureza, disciplina, coragem, bom-senso e autoconfiança.

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Em síntese, o escotismo visa a formação de uma juventude solidária e comprometida com a construção de uma sociedade mais justa e fraterna. Por isso, não foi outro o escolhido para padroeiro dos escoteiros, senão São Jorge que, na crença de seus fiéis, e um exemplo de bravura, modelo de vida a ser seguido, símbolo da luta vitoriosa contra o mal que ninguém ousara enfrentar nem vencer.

Assim, seguindo a lei estatutária, o bom escoteiro deve estar pronto, “sempre alerta para ajudar o próximo e praticar diariamente uma boa ação”. Cada um de nós, bem que poderia também seguir este lema e sermos mais solidários, praticando diariamente uma boa ação. Creio que, se isso acontecer, a nossa sociedade será melhor e, nós, também, nos sentiríamos bem melhor como seres humanos.

Aos bravos lobinhos, escoteiros, seniores e pioneiros brusquenses, parabéns pelo seu dia, ontem comemorado. Continuem sempre alerta e prontos para fazer o bem e semear bons exemplos de vida decente.