SCGás quer aumentar o preço do gás natural
Valores dos reajustes variam de 1,23%, para residência, a 2,45%, para o GNV
A SCGás solicitou à Agência Reguladora do Estado de Santa Catarina (Agesc) autorização para aumentar o preço do gás natural em Santa Catarina na semana passada. O reajuste varia de 1,23% a 2,45%, dependendo da categoria em que o consumidor se encaixa. Além disso, a estatal também quer mudar a periodicidade dos ajustes no valor do produto de anuais para semestrais, com teto de 5%. Isto pode ter impacto direto na atividade empresarial e no bolso do consumidor brusquense.
A SCGás solicitou reajuste médio, ponderado pelo volume, de 2,3% para o segmento industrial, 2,45% para o Gás Natural Veicular (GNV), 1,7% para o segmento comercial e 1,23% para as residências. De acordo com a estatal, o motivo para o aumento é que o custo para aquisição do gás subiu junto com a disparada do dólar no ano passado.
Segundo a assessoria da SCGás, em Brusque são atendidas 11 indústrias e seis estabelecimentos comerciais. A Irmãos Fischer SA é um dos clientes da estatal no município. O diretor da empresa, Edemar Fischer, explica que todas as caldeiras operam com gás natural e que o aumento terá aumento no custo de produção.
Fischer diz que se reuniu com representantes da estatal para tratar do encarecimento da tarifa e o novo calendário de reajustes da empresa há pouco tempo. “Claro que na situação atual em que anda a economia do país, em que todo o esforço está no preço final, teremos que repassar este aumento no custo final aos clientes”, diz ele.
No caso da Irmãos Fischer, além do gás preocupa também a crise hídrica que assola o país, porque isto afeta diretamente a produção de energia elétrica, e a produção da empresa brusquense também utiliza eletricidade.
Dentre os clientes comerciais da SCGás está o Hotel Monthez. Amanda Zen, gerente de marketing, afirma que a política de reajustes do hotel é anual, por isso, caso a estatal passe a aumentar os preços do insumo, afetará a margem de lucro da empresa. “O reajuste semestral vai afetar para nós, mas não para o consumidor final, no preço da diária. Vamos ter que estudar a cada ano”, diz Amanda.
Mais diretamente no bolso do consumidor é o acréscimo no valor do GNV. Viviane de Souza, gerente do Auto Posto Ipê, no bairro Santa Terezinha, afirma que o combustível é muito vendido. Principalmente empresas, pessoas jurídicas e vendedores que sempre estão na estrada utilizam muito, diz ela. “Se tiver um novo aumento, provavelmente, vamos ter que repassar para os consumidores”, diz.
Representantes da SCGás apresentaram o pedido de aumento e o novo calendário de reajustes à Câmara de Energia da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc) na semana passada. O objetivo é debater a proposta de correções automáticas no preço do gás com a indústria.