SDR planeja internacionalizar empresas da região
O projeto do secretário Jones Bosio prevê levar de 25 a 30 empresas para atuar nos Estados Unidos
Internacionalizar a marca, competir com produtos do mundo inteiro e economizar na importação de matéria-prima. Estes são os principais objetivos do projeto que o secretário de Estado de Desenvolvimento Regional (SDR) de Brusque, Jones Bosio, pretende lançar no início do ano que vem. A ideia é abrir filiais de micros, pequenas, médias e até macros empresas de Brusque, Guabiruba, Botuverá e São João Batista nos Estados Unidos.
O secretário prevê um investimento de R$ 1,8 milhão para a implantação de filiais de 25 a 30 empresas dos setores têxtil, calçadista e metalúrgico. Os valores, no entanto, ainda não estão fixados pois dependem de aprovação do governo do estado. No início do mês, Bosio conversou com o governador Raimundo Colombo, que “achou a ideia interessante” mas pediu para que o projeto fosse enviado em fevereiro, em razão do recesso de final de ano.
“O valor e o número de empresas ainda não são certos porque o governo pode nos repassar recursos menores, então diminuiria o número de empresas. A minha intenção é que seja em torno desse valor, mas temos de esperar a aprovação do projeto. Caso o governador não aprove, vou tentar conseguir os recursos de outra forma. Como por emenda parlamentar, por exemplo”, diz.
Os recursos serão utilizados para auxiliar as empresas com a aquisição de armazéns – espaço físico da filial -, e para a atuação de um contador e de um tradutor nas questões burocráticas. Com o auxílio, a expectativa é de que as empresas se moldem nos parâmetros da indústria americana dentro de três anos.
“A importância do projeto é dar oportunidade para uma empresa se internacionalizar e se globalizar com custo muito barato. Os americanos importam da China quase sem custo de impostos. Para importarmos ao Brasil alguns produtos chegam a 70% de imposto do valor total. Claro que o empresário terá de contratar e manter funcionários no exterior, mas ele vai poder comprar do mundo inteiro e reduzir os impostos. E o produto final vai poder competir com os valores de qualquer lugar”.
A iniciativa de Bosio é baseada em um projeto do Sebrae – já existente – em parceria com o governo do estado que leva apenas empresas de micro e pequeno porte aos Estados Unidos. Por isto, o destino do projeto da SDR também é os Estados Unidos. Para selecionar os participantes, um grupo de técnicos visitará as empresas inscritas e analisará todo o trabalho desempenhado no local, desde a chegada da matéria-prima até a confecção e o acabamento do produto, passando também pelo depósito e demais estruturas físicas, além do ambiente de trabalho e dos benefícios oferecidos aos funcionários.
“Cada setor da empresa e cada forma de atuação somará ponto para a empresa ser selecionada. Não podemos simplesmente pegar qualquer empresa que não tenha estrutura ou capital para se manter no exterior. Nós iremos moldando aqui para que elas cheguem lá padronizadas e para que possam logo entrar no mercado. Não adianta levar um produto que não renderá”, afirma Bosio.
Mesmo que a ideia inicial seja levar empresas dos setores têxtil, calçadista e metalúrgico, Bosio assegura que o projeto não fechará as portas para outras áreas, como a construção civil. Ele afirma que a empresa poderá se adequar ao modelo de atuação das instituições americanas e poderá construir edificações no país e até mesmo poderá participar de processos licitatórios.