Se estivesse vivo, Carlos Moritz completaria 100 anos nesta quinta-feira, 23

Figura marcante na cidade, médico e político ainda é muito lembrado pelos brusquenses

Se estivesse vivo, Carlos Moritz completaria 100 anos nesta quinta-feira, 23

Figura marcante na cidade, médico e político ainda é muito lembrado pelos brusquenses

Nascido em Brusque em 23 de junho de 1916, Carlos Moritz completaria nesta quinta-feira, 23, 100 anos. Figura marcante na cidade, mesmo passados 13 anos de seu falecimento, ainda é lembrado com carinho pelos brusquenses.

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Teve uma longa e reconhecida carreira como médico, atuando por muitos anos no Hospital Azambuja, do qual foi diretor clínico, e também no Hospital e Maternidade de Brusque, antes administrado pela Comunidade Luterana. Foi o primeiro médico do Sindicato dos Operários nas Indústrias de Fiação e Tecelagem de Brusque, em 1942, e em 1969 foi sócio-fundador e o primeiro presidente da Associação Brusquense de Medicina.

Além da atuação na medicina como clínico geral e cirurgião, Moritz também teve grande importância na política local. Após o Estado Novo, foi eleito vereador na primeira legislatura da Câmara de Vereadores, com mandato de 20 de dezembro de 1947 até 6 de fevereiro de 1951, sendo reeleito para a próxima legislatura.

O seu grande legado para a política local, no entanto, iniciou em 1956, quando assumiu a Prefeitura de Brusque e ficou marcado como o Prefeito do Centenário. O historiador Paulo Vendelino Kons lembra que a campanha que culminou com a vitória de Moritz foi muito acirrada.

Carlos Moritz durante sua campanha para "Prefeito do Centenário" em 1955 / Foto: Arquivo pessoal
Carlos Moritz durante sua campanha para “Prefeito do Centenário” em 1955 / Foto: Arquivo pessoal

O médico concorreu pela UDN contra o industrial Ingo Arlindo Renaux (PSD), neto do Cônsul Carlos Renaux. “Ele venceu por uma pequena margem, mesmo tendo a rádio e o jornal da cidade contra a sua candidatura. Carlos Moritz teve apenas o apoio do pároco da Igreja São Luís Gonzaga, poucos acreditavam na sua vitória porque para a família Renaux, ter o prefeito do centenário era uma questão de honra”, diz.

A sua principal obra como prefeito de Brusque foi a construção do Sistema de Tratamento de Água, a popular Caixa d’Água. Após enfrentar uma epidemia de malária, como médico, ele chegou à conclusão de que a doença estava relacionada com a péssima qualidade da água no município, que não recebia um tratamento adequado.

Carlos Moritz faleceu em abril de 2003, aos 86 anos / Foto: Arquivo pessoal
Carlos Moritz faleceu em abril de 2003, aos 86 anos / Foto: Arquivo pessoal

Aproveitando uma ida ao Rio de Janeiro para participar de um Congresso de Medicina, conseguiu marcar uma audiência com o Presidente da República, Juscelino Kubitschek, e solicitou recursos para custear a construção do sistema de tratamento de água que, na época, foi considerado um dos melhores de Santa Catarina.

Também foi durante sua gestão que nasceu os Jogos Abertos de Santa Catarina (Jasc), em comemoração ao Centenário da cidade, e a criação do Hino de Brusque. O Parque do Centenário, que estava localizado nas proximidades onde hoje está o Banco do Brasil, também foi uma obra de sua gestão.

Carlos Moritz também é lembrado por ser um dos fundadores do Rotary Clube, da Sociedade Amigos de Brusque e também da Associação de Pais e Amigos do Excepcionais (Apae) de Brusque, a primeira de Santa Catarina e a segunda do país, em 1955.

De acordo com Kons, Moritz é uma das figuras singulares de Brusque. “Era uma pessoa muito bondosa, humanitária, olhava todos com carinho. Das figuras singulares de Brusque, certamente ele é um dos que atingiu os mais altos postos da cidade, mas nunca deixou de ser humano, terno, um médico amigo de todos”.

Homenagem da família

Para celebrar a data do centenário de Carlos Moritz, a família realiza nesta quinta-feira, 23, uma homenagem no casarão da rua Hercílio Luz, onde ele viveu por muitos anos. O evento será um concerto tributo com Bruno Moritz e convidados e contará também com exposição de fotografias comemorativas e leitura de crônicas das histórias de Carlos Moritz. A solenidade é fechada para familiares, amigos e convidados.

Um dos filhos de doutor Carlos, Rogério Moritz, afirma que é um grande orgulho relembrar as histórias de seu pai. “A ideia é homenagear esse grande homem que foi o meu pai. Uma grande referência para a comunidade, uma liderança, que se dedicou muito ao próximo e a sua cidade. Queremos relembrar a sua trajetória. Uma figura como ele não pode ser ser esquecida, fica para sempre”, diz.

Rogério destaca ainda que a solenidade de homenagem é um início para que futuramente, a história de Carlos Moritz se transforme em um livro. “Muitas pessoas têm histórias, se lembram de alguma passagem que tiveram com meu pai, então queremos incentivar as pessoas a escrever o que lembram de meu pai para que possamos montar um livro que servirá de lembrança e fonte de pesquisa”.

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