Secretária da Saúde de Brusque avalia o primeiro mês à frente da pasta

Ana Ludvig fala sobre os planos para melhorar o atendimento à população

Secretária da Saúde de Brusque avalia o primeiro mês à frente da pasta

Ana Ludvig fala sobre os planos para melhorar o atendimento à população

Antes, secretária de Governo e Gestão Estratégica, agora, secretária da Saúde. Ana Beatriz Baron Ludvig assumiu a pasta em Brusque após um ano turbulento, marcado por paralisações e protestos de servidores; ameaça de fechamento e intervenção municipal em um hospital privado.

Com mais de 600 servidores sob o seu comando, Ana falou ao jornal Município Dia a Dia sobre suas impressões após o primeiro mês à frente da secretaria.

Jornal Município Dia a Dia: Quais são as suas impressões gerais sobre este primeiro mês à frente da Secretaria de Saúde?

Ana Beatriz Baron Ludvig: Tenho uma bagagem na área de gestão devido aos espaços que já ocupei no governo. Na Saúde, o que a gente precisa, de fato, é de gestão. Considero a missão de estar na gestão de Saúde de um município de uma grande responsabilidade. Lidamos com um cidadão que geralmente já vem de uma condição fragilizada. Dentro deste contexto, o que pude perceber é que a estrutura que oferecemos é de boa qualidade, com profissionais comprometidos, mas alguns ajustes ainda precisam ser realizados. 

MDD: Quais seriam estes ajustes?

Ana: Precisa haver ainda uma melhor comunicação, um melhor fluxo dos procedimentos. Já estamos trabalhando nisso. É um desafio grande, exige que haja uma integração maior na equipe. Vou exemplificar. O usuário tem que chegar na unidade de saúde e saber que lá, ou vai ser atendido ou vai ser encaminhado. E encaminhado para o lugar certo. Esse é o fluxo correto. Essa relação tem que melhorar. Um outro grande desafio é a população entender qual é o fluxo. Saber que não deve procurar o [hospital] Azambuja quando o caso não é de emergência, que tem que buscar a unidade de saúde. O atendente está preparado para esse atendimento, saberá avaliar qual caso é de urgência e qual não é. 

MDD: As unidades de saúde são o principal ponto de cobrança da população. Qual o seu projeto para fortalecê-las?

Ana: Ultrapassamos uma grande barreira que é a parte de infraestrutura. Todo mundo é testemunha do que temos hoje: unidades novas e com equipes completas. Com exceção da Nova Brasília, da rua São Pedro e da Santa Luzia, que estão em espaços alugados ou não totalmente adequados. Passada esta barreira, o outro desafio é a melhoria do fluxo. E também conscientizar a população.

MDD: Que tipo de conscientização?

Ana: Às vezes, a população tem maneiras de lidar com a situação que não ajudam a resolver o problema. Há pessoas que acham que o atendimento tem que ser no momento em que elas querem. Nem no serviço privado isso acontece. O fluxo tem que acontecer dentro das regras do sistema único de saúde. Nós também temos limitações, tem fila de espera que a gente tem que respeitar. Não vamos passar o cidadão na frente de outro porque ele berrou ou chutou a porta. A cidade tem que compreender o processo.

MDD: Como está a demanda por médicos em Brusque?

Ana: Ao final das três etapas do programa Mais Médicos devemos ter em torno de 13 contratados pelo programa. Estamos recebendo três, e há mais quatro ou cinco solicitados. Isso deu certa tranquilidade, ao saber que podemos contar com esse profissional, porque é uma área que tem grande rotatividade, e que agora está diminuindo. O programa veio trazer um outro olhar sobre essa questão. Estamos conseguindo manter médicos oito horas por dia nas unidades, com algumas exceções, por conta de faltas. 

MDD: A rotatividade dos médicos ainda é um problema?

Ana: Essa é uma situação que não temos como controlar. O que nos fizemos foi equiparar o salário [dos médicos] com a média da região, até um pouco acima, para que eles permaneçam aqui. Foi uma atitude corajosa, porque incendiou os demais setores. Embora a gente não goste de olhar a Saúde como uma coisa mercantilista, monetária, sabemos que às vezes é necessária essa ação focada, porque é a a lei da oferta e da procura: a oferta de médicos é bem menor do que a necessidade do município.

MDD: Depois da intervenção e da devolução da gestão do Hospital Azambuja, como está o relacionamento com a instituição?

Ana: Cada momento é um momento. A intervenção foi extremamente necessária. Ela foi polêmica, mexemos com uma parcela grande da sociedade, mexemos com a igreja. Mas fizemos isso pensando na população, que não podia ficar sem atendimento. A prefeitura estava no seu limite, não tinha mais recursos para repassar. E não tem, o contrato que vigorava antes é o mesmo que foi repactuado, apenas corrigindo o índice inflacionário, e com aumento de serviços. É o que o município pode oferecer. O município se dispõe a continuar ajudando a buscar recursos nos governos do estado e federal, e foi o que a gestão intermediária fez. O hospital teve ampliada sua arrecadação mensal em 60%, integrando as redes que o Ministério da Saúde prevê.
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