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Prefeitura de Brusque inicia construção de novas ruas em frente ao pavilhão da Fenarreco

Primeiro passo é a remoção da pista de bicicross; terreno será entregue à família Hoffmann

Máquinas da Secretaria de Obras de Brusque trabalham desde sexta-feira, 19, para abertura de duas novas ruas no terreno em frente ao pavilhão Maria Celina Vidotto Imhof. Uma área de 38,2 mil metros quadrados retornou à família Hoffmann como pagamento por desapropriação feita em 1992. Veja mapa no fim da matéria.

A prefeitura tem a obrigação legal de entregar as vias aos novos proprietários com toda a infraestrutura, conforme acordado durante a gestão interina de Roberto Prudêncio Neto e aprovado pela Câmara de Vereadores.

O primeiro passo é a retirada da pista de bicicross. De acordo com o secretário Ricardo de Souza, que esteve pessoalmente no local, a prefeitura depositará todo o barro no espaço reservado à Vila Olímpica, na localidade de Volta Grande.

Segundo o presidente da Associação Brusque Bicicross Clube (ABBC), Fabiano Munch, são cerca de 580 caminhões de barro que foram comprados pela entidade e devem ser realocados.

A previsão é que o trabalho de remoção leve em torno de 15 dias, uma vez que até o meio da manhã apenas oito caminhões haviam saído do local carregados. Souza explica que a pista será destruída e no seu local será construída uma via marginal à avenida Bepe Roza, a Beira Rio, com dez metros de largura.

O kartódromo também será atingido. Uma outra via passará por cima da pista de asfalto, em direção à rodovia Antônio Heil. Juntas, as duas vias formarão um “L”. 

Munch admite que já estava ciente da retirada da pista. “Só viemos aqui cobrar o nosso barro”. O presidente da ABBC diz que participa das negociações com a família Hoffmann desde 2016.

O presidente da Bicicross Berço da Fiação (BBF), Felipe Jacinto, diz que já estava ciente da remoção da pista. Contudo, ele cobra uma resposta sobre quando a outra estrutura na Vila Olímpica ficará pronta.

Por enquanto, os pilotos da BBF estão “a Deus dará”, afirma Jacinto. Eles estão em pré-temporada e precisam treinar, mas não têm lugar.

Segundo o presidente da equipe, os pilotos terão de ir para Itajaí e Balneário Camboriú, o que gera custos. Jacinto diz que “espera que a pista da Vila Olímpica saia”.

Sem problemas
A princípio, a principal área onde são realizados os rodeios do CTG Laço do Bom Vaqueiro e a Festa Nacional do Jeep (Fenajeep) não será impactada pelas obras.

Segundo o patrão do CTG, Germano Hoffmann Filho, o Mano, a princípio o Rodeio Crioulo deste ano está mantido no espaço. A organização Fenajeep já confirmou que a festa de 2018 ocorrerá no mesmo local.

Kart Clube reclama de prazo considerado curto

O Kart Clube de Brusque (KCB) questiona os prazos dados pela prefeitura para a mudança do local. A entidade afirma que não tem tempo hábil e reclama que não tem para onde levar os equipamentos.

Aknaton Camargo, presidente do KCB, diz que a prefeitura notificou a entidade primeiramente em novembro de 2017. Deu 20 dias para que tudo fosse retirado. Mas o Kart Clube contra-notificou a administração pedindo mais tempo.

Desde então não havia retorno da prefeitura, segundo Camargo. Na última quinta-feira, 18, a administração notificou a entidade, novamente concedendo 20 dias para a mudança dos boxes.

“Passamos 20 anos colocando as coisas ali, como vamos tirar em 20 dias?”, questiona o presidente da entidade. Sem opção, a intenção dele é conversar com a prefeitura para tirar do local somente o que for imprescindível para a obra.

Os sócios serão convocados a tirar os seus materiais do kartódromo nos próximos. Segundo Camargo, não há um plano B. Os proprietários deverão colocar tudo onde quiserem. Uma alternativa é que o KCB alugue um galpão, se os sócios aprovarem em reunião.

Duas vias darão acesso aos terrenos

Uma das vias parte da rodovia Antônio Heil até encontrar-se com a outra rua que será implantada e a avenida Beira Rio, pela extrema do terreno no sentindo oposto ao do pavilhão, utilizando-se de uma faixa de 20 metros de largura. Já a segunda via partirá da rua Oscar Carlos Muller até encontrar a primeira rua a ser implantada, utilizando-se de uma faixa de dez metros de largura.

Com base em 30 de janeiro de 2016, o documento estabelece o prazo máximo de quatro anos para conclusão das obras e serviços relacionados à via que parte da rodovia Antônio Heil em direção à avenida Beira Rio, sendo que no primeiro ano a via já deverá estar aberta. Ou seja, já há atraso de um ano.

Há, ainda, o prazo de dois anos (até 2018) para a conclusão das obras e serviços relacionados à via que parte da rua Oscar Carlos Muller até encontrar a outra que será implantada, sendo que no primeiro ano também deverá estar aberta.

Entenda
O acordo aceito pela prefeitura e pela família Hoffmann prevê que como forma de compensação por não terem recebido indenização pela propriedade perdida, os ex-proprietários recebam de volta uma área de 38,2 mil metros quadrados.

No acordo judicial, a administração municipal deve construir as duas ruas. As entidades que ficam no local, como o CTG Laço do Bom Vaqueiro, o Kart Clube de Brusque e demais modalidades foram notificados no ano passado para retirarem suas coisas.

O acordo, anexado à Lei 3954/2015, não proíbe que a prefeitura faça uma nova desapropriação. Juridicamente, seria possível que a administração retomasse a posse, porém, o prefeito Jonas Paegle afirma que não existe intenção, uma vez que um acordo acaba de ser celebrado.