Secretarias da Saúde da região se mobilizam para buscar R$ 1,3 milhão devidos pelo governo do estado
Representantes de Brusque, Guabiruba e Botuverá participaram de manifestação em Florianópolis nesta terça-feira, 25
Representantes de Brusque, Guabiruba e Botuverá participaram de manifestação em Florianópolis nesta terça-feira, 25
As secretárias e funcionários da Saúde de Brusque, Guabiruba e Botuverá participaram ontem de um protesto em frente ao Centro Administrativo do governo do estado, em Florianópolis. A manifestação reuniu representantes dos 295 municípios catarinenses para cobrar o repasse de recursos para a saúde que não são pagos pelo governo estadual desde março deste ano.
O atraso dos recursos para os municípios catarinenses já soma R$ 101 milhões. Só em Brusque, a dívida do governo com a secretaria de Saúde é de pouco mais de R$ 1 milhão. Para Guabiruba, o governo deixou de repassar R$ 200 mil e para Botuverá, R$ 70 mil.
Os repasses em atraso são referentes aos serviços de assistência farmacêutica, incentivo hospitalar do bloco de média e alta complexidade, Centro de Especialidades Odontológicas, Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf) e Estratégia de Saúde da Família (ESF).
Com isso, o planejamento realizado pelas secretarias municipais para todo o ano é prejudicado, já que todas contam com o pagamento dos serviços pelo governo estadual para que tudo possa funcionar sem problemas. “Nós fazemos a previsão orçamentária da saúde já contando com os recursos do governo e esses atrasos geram um grande déficit nos nossos serviços. O governo atrasa, mas é na porta do prefeito e da secretária que a população vai cobrar”, diz a secretária de Saúde de Guabiruba, Patrícia Heiderscheidt.
A secretária de Saúde de Brusque, Giselle Moritz, também compareceu ao protesto. Ela destaca que a dívida do governo com Brusque ultrapassa R$ 1 milhão, o que reflete na qualidade dos serviços. “A dívida é muito grande e os municípios é que acabam sofrendo porque interfere diretamente nos serviços oferecidos à população”.
A secretária de Botuverá, Márcia Cansian, ressalta que a preocupação do município não é apenas o atraso nos repasses para a manutenção dos serviços básicos, mas também os medicamentos de alto custo e judiciais que também não são mais enviados. Outra preocupação são as cirurgias eletivas. “Os municípios não estão tendo acesso às cirurgias porque o governo não pagou os hospitais. Essas são nossas maiores reivindicações”.
Pagamento parcelado
Durante a reunião entre a Secretaria de Estado da Saúde e o Conselho de Secretarias Municipais de Saúde de Santa Catarina (Cosems-SC) na manhã de ontem, foi definido que o governo vai começar a pagar os valores em atraso a partir desta segunda-feira, 31.
A pasta prometeu o pagamento de duas parcelas na semana que vem, duas parcelas até o dia 30 de novembro e mais duas parcelas até 15 de dezembro. “Vão ficar em atraso as parcelas de agosto para frente”, diz Márcia.
A secretária de Guabiruba espera que o governo cumpra com o acordo. “Esperamos que cumpram com a palavra. Se na segunda-feira não acontecer o pagamento, o encaminhamento é que façamos uma nova manifestação”.
O Município Dia a Dia entrou em contato com a Secretaria de Estado da Saúde para comentar o assunto, no entanto, até o fechamento da edição não obteve retorno.