Secretário de estado de Infraestrutura diz que recursos para a duplicação da rodovia Antônio Heil estão garantidos
Carlos Hassler participou de audiência pública na noite desta quinta-feira
A duplicação da rodovia Antônio Heil (SC-486) foi tema de mais uma audiência pública na noite desta quinta-feira, 16. Desta vez, a reunião para tratar sobre os problemas da obra foi realizada na Câmara de Vereadores de Brusque e reuniu diversas autoridades de Brusque e Itajaí, empresários e comunidade.
Esta audiência gerou grande expectativa, já que contou com a presença do secretário de estado de Infraestrutura e Mobilidade, coronel Carlos Hassler, que também é presidente do Departamento Estadual de Infraestrutura (Deinfra).
Entretanto, muito pouco avançou, já que o gestor deixou claro, logo no início da audiência, que o objetivo de sua presença em Brusque foi para ouvir as reivindicações da população.
Representando a Câmara de Itajaí, o vereador Marcelo Werner (PCdoB) destacou a importância de ambas as cidades para a economia do estado e se disse decepcionado pela falta de respostas por parte do governo.
“Pelo jeito, infelizmente, quem veio aqui gastou gasolina mais uma vez. A Alesc já tem uma bíblia sobre toda a situação da Antônio Heil e a Casa d’Agronômica mais duas. Não podemos vir aqui e ficar sem respostas mais uma vez”.
O presidente da Associação de Moradores do bairro Limoeiro, Josemir Perin, também se mostrou decepcionado com o encontro. “Toda vez que vem uma pessoa aqui está desatualizada, não sabe o que vem fazer, qual a situação. O governo tem que mandar alguém apto na área, que entenda do que a Antônio Heil precisa. Agora cada reunião que acontece vem alguém que fica rabiscando ali no papel e não dá em nada. Não tem sentido”.
Um a um, os moradores das comunidades afetadas pela obra demonstraram sua insatisfação com a situação, apontaram os problemas e as reivindicações para o local e fizeram questão de demonstrar seu descontentamento com a forma com que o governo vem tratando a obra.
O que disse o secretário
O vice-prefeito de Brusque, Ari Vequi, elencou uma série de questionamentos ao secretário. Entre os principais pontos, o financiamento com o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o trecho da obra no entroncamento com a BR-101 e sobre a possibilidade de uma nova licitação.
Carlos Hassler afirmou que 99% dos recursos do financiamento internacional pelo qual a obra foi financiada estão a salvo. Ele explicou que para não perder os recursos, era preciso concluir a obra até o mês de outubro.
Como não seria possível, a secretaria foi negociar com o banco, que apresentou uma sugestão: substituir a obra da Antônio Heil no financiamento por outra já executada pelo governo com recursos próprios. “O dinheiro já gasto com a obra da Antônio Heil é compensado pelo recurso gasto na obra já executada que entrou no financiamento e o que não foi gasto, vai ser repassado pelo banco ao estado para continuar a obra”.
O secretário afirma que só está esperando a documentação do BID para dar como encerrada esta questão.
Ele falou também sobre a rescisão do contrato com o consórcio Triunfo-Compasa, que estava executando a obra. De acordo com ele, uma das empresas que formava o consórcio com a Triunfo demonstrou interesse em prosseguir com a obra.
“Quem estava tocando a obra era a Triunfo, que por problemas de ordem de mercado não teve como dar continuidade à obra. Fomos obrigados a rescindir o contrato e agora estamos analisando a possibilidade da outra empresa continuar. Também avaliamos um novo processo licitatório porque tem essa questão jurídica que neste tipo de licitação não seria possível chamar a outra empresa do consórcio”.
O secretário explica que procedimentos legais estão dificultando que a situação da rodovia Antônio Heil seja resolvida com mais rapidez. “Por força de posições legais não podemos adotar as soluções mais rápidas. Não tenho precisão de quando vamos retomar a obra”.
Hassler disse que como a obra está paralisada e ainda não há uma previsão, pode ser possível, no futuro, inserir algumas alterações que são reivindicadas pela comunidade e fazê-las dentro do possível. “Podemos tocar a obra com esse projeto original e paralelamente abrir outro processo licitatório para alterações específicas que não estão contemplados como um viaduto ou uma passarela”, exemplificou.
Já a obra de intersecção com a BR-101, o secretário definiu como “um capítulo a parte devido aos custos e dificuldades de desapropriação e da obra em si”. Hassler afirma que em breve deve conversar com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) para encontrar uma solução diferente do que a que está traçada atualmente.
Os problemas de sinalização da rodovia, o secretário afirmou que nesta sexta-feira, 17, uma equipe da secretaria vai avaliar todo o trecho da rodovia, levantar as necessidades de sinalização e iniciar as melhorias tanto na sinalização horizontal, quanto vertical ao longo do trecho.