Secretário e outros servidores são demitidos da prefeitura após pastor Gilmar anunciar apoio a Molina
Prefeito interino de Brusque, André Vechi justifica decisão
Prefeito interino de Brusque, André Vechi justifica decisão
O prefeito interino André Vechi (DC), pré-candidato na eleição de setembro, fez uma série de demissões em cargos ligados ao ex-vice-prefeito e pastor, Gilmar Doerner, nesta quarta-feira, 19. O secretário de Desenvolvimento Social, Darlan Sapelli, foi um dos exonerados.
Darlan era indicação do próprio ex-vice-prefeito. O Município apurou que André teria expectativa de que o Conselho de Pastores de Brusque (Copab), no qual Gilmar tem forte atuação, o apoiaria na eleição. Nesta quarta, porém, o ex-vice-prefeito anunciou apoio a William Molina (MDB).
Além do secretário de Desenvolvimento Social, foram exonerados também Jhonny Sousa e Paulo Sestrem, que são presidentes do PSC e do Podemos, respectivamente. Ambos os partidos devem confirmar apoio a Molina na convenção.
Gilmar estima que, aproximadamente, 20 servidores ligados ao grupo que ele faz parte foram demitidos. O ex-vice-prefeito não enxerga com bons olhos a decisão do prefeito interino, mas diz entender a posição tomada.
“Isso não ficou bem para o prefeito… como se fosse quase uma perseguição política. Não deveria ser assim, mas tudo bem. Eu entendo. Ele está fazendo a parte dele”, afirma.
Uma das servidoras exoneradas, por exemplo, foi a então chefe de Relações Comunitárias do vice-prefeito, Juliane Fagundes. A justificativa de André é que a servidora estava sem função, pois não há mais vice-prefeito. O cargo, porém, está vago desde quando André assumiu a prefeitura.
“Os outros cargos (servidores) foram exonerados para restruturar o governo, como temos feito pontualmente com algumas secretarias”, diz o prefeito interino.
Nesta quinta-feira, 20, outros diversos servidores do Samae foram demitidos. No entanto, eles serão recontratados, segundo André, ainda nesta quinta. Trata-se de uma medida tomada somente por causa de uma mudança na nomenclatura e nas atribuições dos cargos.
O MDB, partido de Molina, entrou com um pedido para que o Ministério Público de Santa Catarina (MP-SC) monitore possíveis casos de abuso de poder político, conforme define o partido. O Município apurou que PSC e Podemos também devem tomar ações semelhantes.
“Com a proximidade das eleições e as definições das coligações, a preocupação está associada às exonerações e nomeações de novos cargos de confiança. Muitas pessoas nessas condições estão atuando há mais de sete anos, desempenhando funções estratégicas e importantes dentro da esfera pública”, afirma o MDB, em nota.
Nas últimas semanas, seis servidores do alto escalão da prefeitura ligados ao grupo de Molina deixaram seus cargos, incluindo os secretários de Saúde e de Educação. Porém, foram eles mesmos que pediram demissão. Em vídeo, André Vechi disse que eles se demitiram por pressão do grupo que estava na prefeitura anteriormente.
“Nosso foco não está em eleição, mas sim em trabalhar para o bem da população, tendo ela como prioridade. Lamentamos essa forma antiga de se fazer política, mas não gastaremos energia com esse tipo de situação enquanto há várias demandas da nossa cidade que carecem da nossa atenção”, respondeu o prefeito interino após o pedido do MDB ao MP-SC.
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