Secretários afirmam desconhecer motivos de suas demissões do comando do Turismo e Esporte
Ambos se mostraram surpresos após serem exonerados de seus cargos
Ambos se mostraram surpresos após serem exonerados de seus cargos
Desde segunda-feira, 2, a secretaria de Turismo e a Fundação Municipal de Esportes (FME) têm novos comandantes. O novo diretor-geral de Turismo será Sérgio Higino Kunitz, substituindo Sidnei Dematé. Já no cargo de superintendente da FME assume Edson Garcia, em substituição a Olavo Larangeira Telles.
O secretário interino de Governo e Gestão Estratégia, André Vechi, destaca que o governo decidiu rever algumas estratégias no Turismo e Esporte e justifica a troca pela identificação de “perfis mais engajados com o tipo de gestão que queremos fazer”. As demissões, no entanto, supreenderam os ex-secretários.
Olavo Larangeira Telles admite que foi pego de surpresa com sua exoneração e que não foi informado do motivo real de sua saída. “Só fui comunicado pelo Vechi, agradecendo meus serviços, e avisando que eu não faria mais parte da equipe. Esta foi a informação que eu tive”, relata.
Telles tinha seu nome ligado ao do vereador Gelson Morelli, o Keka, que recentemente anunciou sua saída do bloco da situação na Câmara de Brusque.
“Por mais que já rolassem alguns boatos da minha saída, me vinculando ao vereador Keka, sempre deixei claro que meu compromisso era de servir bem a população, me reportando ao prefeito e ao vice, independente de qualquer bandeira partidária. Não posso afirmar, mas acho que acabaram ligando meu nome. Não fico decepcionado diretamente com isso, só lamento a não sequência de um planejamento”, diz.
Ele explica que o seu nome foi uma sugestão do vereador Keka e não uma indicação. “Ele sempre deixou isso claro e disse que não ia palpitar. Ele poderia até trazer ideias, mas eu deixei a fundação bem aberta para todos os vereadores e secretários, se fosse bom para a cidade e para o esporte, com certeza elas seriam discutidas”
Para Telles, ainda não é possível entender qual rumo a FME vai tomar e se os projetos de sua gestão terão continuidade. Ele e Edson Garcia, seu substituto, tem um contato bem próximo, mas ainda não sabe se será convidado para repassar o que vinha sendo feito.
“Eu não sei o que eles (da gestão da prefeitura) querem, se o Edson vai sentar com as pessoas da fundação ou até me convidar para repassar alguma coisa, mas sempre procurei ouvir a todos enquanto estive à frente da fundação”, garante.
Assim como Telles, Dematé não recebeu explicações concretas de sua demissão do posto de diretor-geral de Turismo. “É aquela coisa, estamos em ano eleitoral e eu não vi uma definição para minha saída. Eu estava fazendo um excelente trabalho, através de todas as mudanças que a gente vinha fazendo durante esse ano”, afirma.
Durante o ano passado, Dematé teve que lidar com pressão um déficit de R$ 355.381,00 da Fenarreco. Ele assumiu o posto durante o ano de 2019, com o planejamento da festa já em estágio avançado e a ideia era um novo modelo para 2020.
“Ano passado, peguei praticamente o barco andando, não consegui fazer muitas alterações. Esse ano, já deixei a Fenarreco praticamente pronta, só falta lançar as licitações. Então, neste ano, a Fenarreco estaria do meu jeito, mais profissional. Não sei como vai ser daqui para frente”, diz.
Além do desenvolvimento do planejamento da Fenarreco, Dematé também destaca que o Plano Municipal de Turismo era uma das suas prioridades. Este projeto é um direcionamento para as áreas turísticas da cidade. Ele explica que o plano inclui os conceitos de missão, valor e ações que prefeitura e secretaria devem almejar e funcionaria como um norteador para quem trabalha com turismo.
Este projeto já foi discutido em dois seminários e Dematé afirma que a secretaria de Turismo contratou o Sebrae Cidade Empreendedora com o objetivo de profissionalizar a administração e produza uma renovação o município.
“Sem esse profissionalismo, Brusque pode ficar de fora de alguns projetos do Ministério do Turismo. São muitos milhões de reais disponíveis no governo federal, mas tem que ter o Conselho de Turismo, o Plano Municipal de Turismo e o Fundo Municipal de Turismo. Estava organizando toda essa parte com o conselho para que a gente tivesse uma organizada administrativa e tecnicamente”, relata.
O plano projeta ações para os próximos dez anos no município, com possível revisão para mais dez, e já é desenvolvido em outras cidades. Dematé garante que vai continuar acompanhando e cobrando para que ele seja colocado em prática.
“Não é um plano de governo, é um plano para o município. Diferente de alguns secretários que estão dentro do governo, que pensam só em uma gestão, eu penso de uma forma municipal, penso nos munícipes. É bom para os empresários, principalmente do ramo turístico”, explica.
Ele reforça que vê a necessidade de Brusque renovar e modernizar a questão do turismo para não ficar para trás em relação a outros municípios.
“Brusque tem que caminhar mais rápido que os outros municípios, porque senão vai acabar ficando para trás. Na parte de eventos, precisa se modernizar, precisa andar mais rápido. Vamos ver na próxima gestão se a coisa funciona e anda de uma maneira profissional”, acrescenta.