Segundo indíce IPC Maps 2015 brusquenses gastarão R$ 3,5 bilhões neste ano
Município é o sétimo que mais cresceu em potencial de compra no estado nos últimos cinco anos
Brusque é uma das cidades do interior de Santa Catarina com maior potencial de consumo, segundo o Índice de Potencial de Consumo (IPC) Maps Interior de 2015. Segundo o levantamento, realizado pela IPC Editora e Marketing, o município é o sétimo que mais cresceu em potencial de compra no estado nos últimos cinco anos. Até o fim de 2015, a previsão é de que os brusquenses gastarão R$ 3,5 bilhões.
O estudo considera 22 fatores, entre eles o crescimento demográfico, número de empresas, indústrias, comércios – varejista e atacadista – entre outros indicadores mais específicos, como serviços, por exemplo, de alimentação, gastos com bebida e lazer. Todos estes fatores foram quantificados e geraram um índice, o IPC.
A empresa IPC, especializada em informações de mercado, publica anualmente esta pesquisa. Porém, neste ano também foi realizada uma comparação com 2010 para avaliar o crescimento nos últimos cinco anos. O levantamento foi feito com base em informações oficiais e atualizadas, de acordo com a companhia, e permite traçar o perfil dos 5.570 municípios brasileiros.
Santa Catarina é destaque no quesito interiorização em comparação com outros estados. Praticamente 80% do valor total gasto pelos catarinenses é oriundo de municípios de fora da região metropolitana de Florianópolis. Em nenhum outro estado isto acontece.
O interior do estado experimentou um crescimento substancial no seu potencial de gastos, conforme o IPC Maps Interior. Entre 2010 e 2015, a cifra subiu em nada menos que R$ 28,8 bilhões. A região metropolitana da capital, em comparação, registrou aumento de R$ 4,5 bilhões no mesmo período.
A interiorização do consumo é uma realidade. Segundo o levantamento, 54% de tudo o que será gasto pela população brasileira em 2015, cerca de R$ 2 trilhões, sairá dos municípios fora das regiões metropolitanas dos 26 estados e do Distrito Federal.
[accordion][acc title=”Exemplo de interiorização”]Brusque é um exemplo deste crescimento do interior do estado em relação aos municípios da região metropolitana. Em 2010, a cidade correspondia a 2,1% do IPC de Santa Catarina. Cinco anos depois, já tem peso maior: 2,16%. Em números brutos, isto significa que a população do berço da fiação tem R$ 621 milhões a mais no bolso do que em 2010.
O IPC atual de Brusque é de 0,09% do total do potencial de consumo de todo o Brasil. O município é o 154º colocado no ranking nacional, e 12º no estadual. Iury Bugmann Ramos, especialista em Desenvolvimento Regional e finanças e professor da Universidade Regional de Blumenau (Furb), diz que o fato de Santa Catarina estar em primeiro lugar no item “interiorização do consumo” deve-se à característica mais fragmentada do estado.
Ele avalia que Santa Catarina é um dos poucos casos em que a maior cidade não é a capital. E não apenas isto, o estado conta com várias cidades que têm muito peso na economia. “Também temos uma série de cidades de 100 a 150 mil habitantes que são muito ricas”, diz o especialista.
[/acc][/accordion]
[accordion][acc title=”Oportunidade de mercado”]Ramos diz que estes dados demonstram a relevância de cidades como Brusque, e que grandes redes de varejo devem ficar atentas a isto. Ele avalia que estas empresas estão mais propensas a instalar unidades em municípios como estes do que capitais e grandes centros. O especialista afirma que a recente abertura de um shopping center em Lages, na Serra Catarinense, é um indicativo deste comportamento do mercado.
Recentemente, foram inaugurados alguns empreendimentos em Brusque, o que reforça a tese levantada por Ramos. As Lojas Americanas abriram uma filial na cidade há poucos meses, por exemplo.
As lojas Schumann também abriu uma filial em terras brusquenses em agosto. O gerente da loja de Brusque, Marcos Neto, explica que a rede – com sede em Chapecó – decidiu expandir as suas atividades para a região do Litoral. E, após uma análise de mercado, escolheu o município para receber a nova unidade.
Pesou nesta decisão o poder aquisitivo médio da população. “Brusque foi visada nesta expansão por ser uma cidade muito rica”, diz Neto. Em três meses em operação, ele afirma que esta previsão vem se confirmando no movimento de vendas.
Outro exemplo de que Brusque é a bola da vez é a intenção da Sacs Consult, de São Paulo, em instalar o primeiro shopping center no município. A empresa é focada em cidades de médio porte e enxergou potencial no município para ter um empreendimento de grande porte, mesmo estando entre Blumenau e Itajaí, dois centros maiores. A abertura do Madero, também neste ano, é outro exemplo.
[/acc][/accordion]