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Segundo leilão de imóveis da Buettner termina sem nenhuma proposta

Próxima tentativa de vender bens deverá ocorrer no primeiro trimestre de 2020

O segundo leilão dos imóveis da Buettner também não teve propostas. A tentativa de venda das 65 matrículas da massa falida da empresa ocorreu na tarde desta terça-feira, 10, no Fórum de Brusque, com valor mínimo estipulado em 75% do total, ou seja, R$ 105,8 milhões. 

Agora, a expectativa é para novo leilão no primeiro trimestre de 2020, o que dependerá de decisão da Vara Comercial de Brusque.

De acordo com a leiloeira Elizabete Ubialli, é comum não ocorrerem as vendas totais nos primeiros leilões. A primeira praça ocorreu em 26 de novembro, quando foi disponibilizado 100% dos lotes pelo valor de R$ 141 milhões.

Ela explica que quanto mais pessoas souberem, mais fácil atrair interessados em um futuro. “É um pontapé inicial para divulgar, a proposta e o conhecimento do leilão foi para o mundo todo”, conta. 

Nas próximas tentativas, existe a possibilidade de se repensar a modalidade do leilão, como disponibilizar os lotes separadamente, pois há interessados em adquirir lotes específicos e não todos os imóveis.

Elizabete também ressalta que os dois grupos estrangeiros, um chinês e um japonês, ainda estão interessados em comprar um parque industrial pronto no Brasil. Contudo, a intenção foi adiada para o próximo ano. “Devido à economia, se alavancar depois do primeiro trimestre, a expectativa é melhor”, diz.

Além disso, a leiloeira conta que recebeu ligações de grupos brasileiros, mas não obteve propostas concretas até o momento. 

Luiz Antonello

Expectativa dos trabalhadores

No segundo leilão estavam representantes do Sindicato dos Trabalhadores Têxteis de Brusque (Sintrafite) e Sindicato dos Mestres e Contramestres de Brusque (Sindmestre). Segundo eles, a dívida trabalhista da empresa é em torno de R$ 40 milhões.

Para Aníbal Boettger, presidente do Sintrafite, a classe estava com grande expectativa. Porém, a sensação é de frustração após este segundo resultado, mesmo com a redução de cerca de R$ 35 milhões do valor inicial. 

“Claro, sempre no otimismo, se for separado lote por lote, teremos mais interessados. Acreditamos que no próximo leilão começará a sair e ser vendidos. Com o resultado, os trabalhadores venham a receber seu crédito trabalhista”, comenta.

Segundo Jean Dalmolin, secretário geral do Sindmestre, a maioria dos trabalhadores acreditava que as vendas seriam concretizadas. Se não todas, ao menos boa parte delas. 

“Os trabalhadores estão angustiados, esperando a decisão. A expectativa é que se venda, por serem imóveis muito bons. Após o primeiro ano de governo federal, a gente crê que os investidores, que resolveram esperar, comprem”, finaliza.