Seis dias depois, Kassin ainda não foi transferido do Zoobotânico de Brusque
Chimpanzé ainda não se habituou à caixa metálica usada para transporte; equipe reavaliará estratégia
O processo de transferência do chimpanzé Kassin do parque Zoobotânico de Brusque para o Zoológico de Pomerode ainda não foi finalizado. Desde a terça-feira, 24, os profissionais das duas instituições aguardam que o macaco entre em uma caixa que o levará para Pomerode. Sem sucesso até o momento, as equipes dos zoos devem definir uma nova estratégia hoje.
O biólogo, responsável técnico geral e coordenador no parque brusquense, Rodrigo de Souza, explica que esta demora de seis dias não pode ser considerada anormal. A razão disto está no comportamento dos primatas. Eles são, naturalmente, mais desconfiados do que os outros animais.
“Os primatas são arredios e desconfiados, por isso é necessária a adaptação. Se fosse um animal de outro grupo, um felino por exemplo, o tempo de adaptação seria menor”, explica. Além de ser desconfiado por natureza, Kassin já é conhecido por ser temperamental. O chimpanzé “faz o que quer” e tem personalidade forte, segundo relatos das pessoas que cuidam dele.
Nestes seis dias, Kassin chegou a entrar na caixa metálica que foi colocada dentro do cativeiro dele. Mas em nenhum momento ficou à vontade. Uma das estratégias já utilizadas pelos tratadores e profissionais do Zoobotânico é alimentá-lo dentro da nova caixa. A expectativa de Souza e dos demais é de que nos próximos dias o chimpanzé deixe de lado o medo.
“O que se faz é um condicionamento do animal. A caixa fica com a tampa aberta, e em vez dar a comida no cambiador nós damos dentro da caixa. Assim ele perde o medo da grade. Isso faz parte, não é anormal”, afirma o biólogo do Zoo.
Segundo Souza, hoje ainda eles entrarão em contato com a equipe do Zoológico de Pomerode para saber o que será feito daqui em diante. Na sexta-feira, ficou decidido que a caixa ficaria até hoje. Daqui para frente, tudo depende da conversa com os biólogos de Pomerode. A tendência é que não seja usado tranquilizante ou outras substâncias para transportar Kassin. Este procedimento é considerado de risco, porque uma dose superior pode machucar o animal.
“Avaliamos que se tentar levar agora o animal, ele pode sofrer. Por isso resolvemos esperar. O animal está sendo bem cuidado, não mudou nada no dia a dia dele, o Kassin só está sendo alimentado em um local diferente”, afirma Souza.