Sem acordo, desapropriação de área próxima à subestação da Celesc em Brusque será judicializada
Em reunião na Acibr, novo presidente da empresa apresentou planos para a região
Em reunião na Acibr, novo presidente da empresa apresentou planos para a região
A obra da terceira subestação da Celesc em Brusque está avançada, contudo, o seu pleno funcionamento ainda depende de uma desapropriação. A informação foi dada pelo vice-prefeito Ari Vequi, durante reunião na Associação Empresarial de Brusque (Acibr) nesta segunda-feira, 15, da qual o presidente da companhia elétrica, Cleicio Poleto Martins, participou.
De acordo com Vequi, a área em questão é uma faixa de terra que fica embaixo da rede elétrica que se ligará às torres. Essa estreita área também precisar ser desapropriada, para que a prefeitura possa fazer o licenciamento ambiental.
O governador Carlos Moisés da Silva já declarou a área de utilidade pública e a Celesc fez uma proposta de cerca de R$ 20 mil. Porém, o proprietário não aceitou o acordo porque entende que a área vale mais.
Vequi conversou com o proprietário, mas ele não aceitou o valor oferecido pelo estado. Ele explicou ao homem que é possível autorizar a entrada dos engenheiros para o licenciamento ambiental e depois continuar a reclamar na Justiça a divergência de valores, mas não obteve sucesso.
“Como não houve acordo, depende de uma decisão da juíza”, afirmou Vequi. A Celesc terá de entrar com um pedido de desapropriação da faixa de terra na Justiça, a fim de que seja concedida por meio de liminar.
A desapropriação é um procedimento da Celesc com o proprietário. Porém, a prefeitura é parceira, até por ser responsável pelo licenciamento ambiental.
Vequi solicitou que assim que a companhia elétrica acionar a Justiça o procurem. A Acibr também colocou-se à disposição para auxiliar no que for preciso, para que a desapropriação não emperre a subestação.
O vice-prefeito alertou que corre-se o risco de a terceira subestação ser terminada e entregue e não funcionar, se não houve a desapropriação via judicial em breve.
Obra importante
O novo presidente da Celesc se mostrou confiante de que a terceira subestação será entregue até setembro. Segundo ele, trata-se de um investimento alto que beneficiará toda a região.
De acordo com a Celesc, a terceira subestação aumentará a capacidade elétrica de Brusque, Guabiruba e Botuverá em 25% imediatamente. Futuramente será possível dobrar o percentual, se houver demanda, com a mesma estrutura.
Martins disse que dois procedimentos são realizados no bairro São Pedro: um é a obra da subestação, que tem ido bem, e o outro são os alimentadores, que são as redes que distribuirão a eletricidade.
O aumento da capacidade de fornecimento de energia é uma demanda importante para o empresariado, principalmente para as indústrias da região. Prova disso é que a Acibr organizou seis comitivas a Florianópolis para cobrar a terceira subestação.
Além de representar mais energia para os três municípios, de acordo com as informações repassadas na reunião, a quantidade de quedas de energia deverá cair drasticamente.
Claudio Varella, gerente regional da Celesc, reconhece que Brusque precisa de melhorias. “Sabemos que precisamos melhorar no Centro 2, em direção à Havan”, respondeu, ao ser questionado sobre o porquê de o Centro 2 sofrer com mais quedas do que o Centro.
Claudio Varella, da regional de Blumenau, afirmou, durante a reunião, que será construída uma nova rede elétrica entrando pelo bairro Águas Negras, em Botuverá. Segundo ele, o investimento de R$ 1,6 milhão permitirá aumentar a capacidade de fornecimento ao município.
Botuverá sofre com muitas quedas de energia. Lauro Dalcegio, diretor de relações empresariais da Acibr e empresário da empresa Dalfios, relatou que está com maquinário desligado porque não consegue obter mais energia com a Celesc.
Dalcegio também relatou que sofre com muitas quedas de energia em sua fiação e que já teve vários computadores queimados devido a esse problema.
Para o presidente da Acibr, Halisson Habitzreuter, a presença de Martins foi importante.
“O objetivo principal foi alcançado, que é trazer a administração estadual, o presidente da Celesc, para conversar conosco e sentir as nossas necessidades como região, para explicar como anda a nossa terceira subestação e para deixar a classe empresarial mais tranquila”, disse.
Habitzreuter e outros integrantes da associação empresarial questionaram o novo presidente e os diretores presentes porque Brusque é atendida pela regional de Blumenau.
“Por que não podemos ser atendidos por Itajaí? É mais perto, o acesso é muito mais fácil”, perguntou o presidente da Acibr. Carlos Beuting, presidente do Clube de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Brusque (Ceab), disse que o mais importante é que o atendimento seja em Brusque e que se evite o deslocamento.
Os participantes da reunião pediram que seja revisto o atendimento a Brusque, pois Blumenau tem muita demanda e não consegue dar a resposta na agilidade necessária.
O presidente da Celesc disse que a ideia é que os procedimentos sejam padronizados dentro da companhia, para dar mais eficiência em todo o estado. Ele também apresentou a nova organização da Celesc, no estado.
Os 16 polos que já existiam foram mantidos. Contudo, agora eles foram agrupados em macrorregiões. Blumenau abrange também o polo de Rio do Sul, no Vale do Itajaí.