Sem água: moradores de loteamento sofrem desabastecimentos frequentes em Brusque
Samae aponta que o problema é antigo e deve ser resolvido em breve
Samae aponta que o problema é antigo e deve ser resolvido em breve
Os moradores do Loteamento Guilherme Bruns, no Dom Joaquim, sofrem constantemente com a falta de água. O aposentado João Toniato, de 63 anos, relata que, no fim de janeiro, a comunidade ficou por quatro dias sem abastecimento.
Na madrugada de quarta-feira, 1º de fevereiro, a água chegou na casa dele. Contudo, João conta que o abastecimento volta em alguns momentos, mas, quando a água acaba, a comunidade nunca sabe quando ela vai retornar.
“Volta e acaba, às vezes fica dois dias sem. Até ontem mesmo não tinha”, continua. “Agora, todo o fim de semana falta. Eles [Samae] falam que o proprietário do loteamento precisa colocar uma bomba de água, depois que não tem força para subir a água lá. Mas como liberaram a construção do loteamento?” questiona.
Essa foi a segunda vez que os moradores ficaram vários dias desabastecidos recentemente. “Temos criança e idoso em casa, é uma dificuldade. Não me avisaram quando eu comprei a casa que faltava água aqui. Fui ver com os vizinhos e é só reclamação. Nós que moramos aqui fomos enganados”, diz.
“Eu vou tomar banho na casa de amigos, os outros vão na casa de familiares e outros ficam sem tomar banho. Tenho uma piscina de 2 mil litros, a sorte que estava cheia para eu jogar no banheiro. Tive que dar banho na minha filha dentro de uma piscina suja”, desabafa.
A criação do loteamento Guilherme Bruns foi aprovada em 15 de outubro de 2008, conforme registros da Prefeitura de Brusque. O engenheiro civil e diretor administrativo do Samae, Elvis Leonardo Cuchi, explica que o empreendimento foi autorizado sem precisar de uma uma casa de bombas.
“Na época, a demanda que tínhamos de água e vazão supria o empreendimento ali. Com o passar dos anos, começou a ter um aumento de população na região e essa vazão diminuiu, e começou a ter desabastecimento nas partes mais altas”, conta.
Elvis ressalta que foi feito um estudo para resolver o problema e a solução apontada já foi a instalação de uma estação elevatória.
Porém, ele detalha que há um loteamento novo sendo feito acima do Guilherme Bruns e, para o empreendimento ser aprovado, foi constatada a necessidade da instalação de uma casa de bombas. A estrutura deverá suprir os dois empreendimentos.
“Foi uma condicionante que colocamos para aprovar esse loteamento novo. Com isso já atenderia também o loteamento Guilherme Bruns. No final do ano passado foi aprovada a lei para a desafetação da área onde vai ser construída essa casa de bombas. Estando pronta, já é interligada na rede e pode atender o loteamento”, diz.
Ele detalha que a responsável pelo novo loteamento já tem o projeto pronto, repassado pelo Samae. Assim, a instalação deve ocorrer em breve e deve resolver o problema de falta de água na localidade.
“A autarquia vai acompanhar e fiscalizar essa obra junto com a empresa responsável pelo empreendimento. Enquanto isso, o Samae disponibiliza o serviço de caminhão pipa para residências que estão sofrendo com esse desabastecimento. Foram muitos pedidos nessa última semana, mas estamos trabalhando muito para atender a todos e resolver esses problemas”, completa.
Conforme o Instituto Brusquense de Planejamento (Ibplan), o processo de aprovação de construção de um loteamento se inicia com o pedido de “Viabilidade para loteamentos ou condomínios horizontais fechados de lotes”.
Atualmente, é preciso fazer o preenchimento de formulário próprio no Ibplan, com matrículas atualizadas do imóvel e imagem do Google com indicações dos limites do empreendimento.
Em 72 horas, o pedido é enviado aos membros do Comitê de Viabilidade e aos órgãos envolvidos na análise deste procedimento. Trata-se do Samae, Fundema, Secretaria de Obras e Serviços Públicos, Diretoria de Trânsito, Defesa Civil, Secretaria da Fazenda e Ibplan.
Segundo Elvis, a depender do local, uma infraestrutura é necessária para a aprovação de um loteamento pela prefeitura, como a rede de água e esgoto. Em terrenos altos, por exemplo, é preciso que o proprietário do empreendimento instale uma casa de bombas.
“São as condicionantes que a gente coloca quando vem para análise de aprovação. Hoje, não se aprova se não estiver dentro da viabilidade, tem que estar dentro de normativas”, conta.
Atualmente, a prefeitura analisa todo o projeto. Elvis explica que a equipe avalia o relevo dos terrenos, pois se tiver morros, por exemplo, o loteamento precisará de uma estação elevatória. Também é avaliada a pressão da água no local e a cota.
“Isso entra na condicionante, é preciso o proprietário ceder o terreno e construir essa infraestrutura. Avaliamos também, por exemplo, se para ter água no loteamento é necessário ter a ETA da Cristalina finalizada. Se sim, o dono do empreendimento precisará esperar a construção da estação para construir o loteamento. Tendo tudo aprovado, aí emitimos a aprovação da obra”, explica.
Elvis também detalha que o Samae faz levantamentos da rede da cidade e busca mapear áreas onde o desabastecimento não é eficiente. “Estamos procurando uma solução. Neste ano, estamos com um grande cronograma de obras de melhorias de redes. A gente aumenta o dimensionamento, para suportar o aumento da população. Para a água chegar onde antes chegava. Isso é uma demanda de estudos e investimentos”, finaliza.
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